- O Homem Invisível (The Invisible Man). Regular. De Leigh Whannell, ficção, baseado em livro de H.G.Wells, Austrália/EUA, 2019. Possui algum interesse, mas é muito 'cinemão' pro meu gosto. Mas agradou boa parte da plateia ontem no cinema. Enfim...
- Os Invisíveis (Les Invisibles). Regular a Bom. De Louis-Julien Petit, ficção, França, 2019. A dura realidade de um centro de assistência social e seus esforços para a reintegração de mulheres sem-teto na sociedade. Duro, e real...
- O Preço da Verdade (Dark Waters). Bom. De Todd Haynes, baseado em caso real, EUA, 2019. OK, há filmes com julgamentos e tribunais demais, mas a história, fora alguns lugares comuns, interessa e possui bom ritmo.
- Luta por Justiça (Just Mercy). Bom a Muito Bom. De Destin Daniel Cretton, baseado em história real EUA, 2018. A impressionante história de advogado negro, formado em Harvard, que através de uma organização de direitos civis reanalisa os processos de presos no corredor da morte no Alabama (onde havia, e ainda há muito preconceito contra a população negra), a partir dos anos 1980, e consegue reverter a pena de morte de alguns, e mesmo a absolvição.
- Cicatrizes (Savovi). Bom. De Miroslav Terzic, ficção, Sérvia, 2019. Ñ é todo dia que chega por aqui o cinema da Sérvia. Além da curiosidade, o roteiro é muito bom. Que venha mais cinema dos Bálcãs !!
- O jovem Ahmed (Le jeune Ahmed). De Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne, ficção, França/Bélgica, 2019. A ñ integração de parte de comunidade muçulmana na Bélgica (assim como em outros países da Europa), e a radicalização. Atentados na França foram realizados por jovens muçulmanos belgas. Há problemas, oriundos da ñ integração e do extremismo.
- A chance de Fahim (Fahim). Bom. De Pierre-FrançoisMartin-Laval, baseado em história real, França, 2019. Impossível ñ simpatizar com o jovem enxadrista, que com seu pai sai de Banladesh, e vai para a França em busca de asilo. Sua chance na França é o xadrez !
- Retrato de uma jovem em chamas (Portrait de ja jeune fille en feu). Regular a Bom. De Céline Sciamma, ficção, 2019. O tema interessa. Imaginemos tal fato à época, século XVIII, França. O roteiro, porém, não impõe ritmo adequado. Mas vale.
- Um lindo dia na vizinhança (A beautiful day in the neighborhood). Fraco a Regular. De Marielle Heller, inspirado em fatos reais, EUA, 2019. Não funcionou para mim, um cético de carteirinha. Situações que beiravam o bisonho.
- Judy - Muito além do arco-íris (Judy). Bom. De Rupert Goold, inspirado nos último meses na vida da artista Judy Garland, Reino Unido, 2019. O filme é a atuação de Renée Zellweger como Judy. Ela canta (é realmente a atriz a fazê-lo), muito bom desempenho. O filme mostra alguns momentos terríves de Judy como criança ("O Mágico de Oz"), submetida à rotina tirânica, obrigada a usar medicamentos que a viciaram para toda a vida, sua decadência nos últimos momentos, relação familiar precária, além de ter sofrido assédio sexual por executivo da produtora MGM, quando adolescente. Consequências inevitáveis.
- O Escândalo (Bombshell). Regular. De Jay Roach, inspirado em fatos reais, Canadá/EUA, 2019. A história, da qual confesso que quase nada me lembrava, devido ao roteiro não evoluiu da melhor forma. Bons desempenhos, inegável, mas não funcionou, como poderia. Pena.
- Jo-Jo Rabbit. Bom. De Taika Waititi (maori), ficção, República Tcheca/Nova Zelândia/EUA, 2019. Bom e imaginativo roteiro, mais uma vez mostra a II Guerra sob os olhos de uma criança alemã, cujo 'amigo invisível' é ninguém menos que Hitler. Bizarro. Livremente inspirado no livro "O Céu que nos oprime", de Christine Leutens.
- Instinto (Instinct). Bom. De Halina Reijn, ficção, Holanda, 2019. Interessante história da relação entre uma psicóloga e um detento, agressor sexual. Nada é 0 ou 1, nada é branco ou preto. Os fãs reconhecerão atriz da série "Game of Thrones".
- 1917. Muito Bom. De Sam Mendes, Ficção, EUA/Reino Unido, 2019. I Guerra na veia, com toda crueza e o morticínio da guerra de trincheiras. Filma em um plano único (eu pouco sei sobre cinema, mas quem o ver entenderá), e você ficará quase sem fôlego, em meio à tensão. Pode ser colocado no mesmo patamar de "Nada de novo no Front", de Lewis Milestone, baseado em romance de Erich Maria Remarque, e de "Glória feita de Sangue", de Stanley Kubrick. Super vale !
- Kursk - A última viagem (Kursk). Bom. De Thomas Vinterberg, baseado em fatos reais, Bélgica/França/Noruega, 2019. Vale, pela história quase inacreditável - da qual eu pouco lembrava ou quase nada sabia, o acidente com o submarino russo 'Kursk' - os porquês, a maneira absurda como o governo Putin lidou com a mesma, além de Vinterberg, que dirigira o soberbo "Festa de Família', ser um dos fundadores do movimento cinematográfico Dogma 95, juntamente com Lars von Trier. Li que Vintemberg, que tentara filmar na Rússia, afirmou que teve problemas e que as autoridades quiseram censurar parte do roteiro.
- Democracia em Vertigem. Netflix. Tosco. De Petra Costa, Documentário (será ?? melhor seria uma bisonha ficção), Brasil, 2019. Documentário pressupõe retratar fatos. Infelizmente, não é o caso. Michael Moore já colocou sua credibilidade em jogo ao "criar" falsas realidades. Petra segue este caminho, e não esconde sua militância petista. OK, mas podia ter feito seu trabalho corretamente. Não foi o caso. Parece a luta entre o bem (PT, Lula e Dilma, a pobrezinha) e o mal. A luta contra o Capital ! Demonstra desconhecer os reais motivos do pedido de impeachment (segundo ela, tentavam caracterizar Dilma como corrupta), e ignora ou finge esquecer que Dilma descumpriu a Constituição, ao não repassar recursos do Tesouro, as chamadas 'Pedaladas Fiscais'. E que a trôpega 'gerentona' jogou o país em sua pior crise econômica de sua História. Espertamente Petra esqueceu que o PMDB já estava com o PT ANTES, com Lula. Edison Lobão, por exemplo, o prova, ministro de Minas e Energia, elogiado por Lula como símbolo de honestidade. É a velha bisonhice do 'Nós Contra Eles'. Menos Petra, menos....
- O caso Richard Jewell (Richard Jewell). Bom. De Clint Eastwood, baseado (ou inspirado ?) em história real, EUA, 2019. Uma boa história, roteiro competente, boas atuações (algumas ótimas). OK, Clint Eastwood pode ter exagerado na caricatura de alguns personagens, mas se mantem fiel à luta do homem comum às arbitrariedades do Estado.
- Deus é mulher e seu nome é Petúnia (Gospod postoi, imeto i' e Petrunija). Bom. De Teona Strugar Mitevska, livremente inspirado em história real, Macedônia/Bélgica/França, 2019. Não é todo dia que chega por aqui o cinema da Macedônia. Na verdade, quase nunca... Ótima história, com bom roteiro. Está tudo ali. Tradições arcaicas da Igreja Ortodoxa, preconceitos contra a mulher, atraso, em um país que era parte da antiga Iugoslávia.
- O Farol (The Lighthouse). Regular. De Robert Eggers, ficção, Canadá/EUA, 2019. Havia elementos para uma boa história, mas não funcionou, para mim.
- Os miseráveis (Les misérables). Bom. Festival de Cinema do Rio 2019. De Ladj Ly, ficção, França, 2019. A violência latente nos subúrbios de Paris. Impressiona.
- O paraíso deve ser aqui (It must be heaven). Festival de Cinema do Rio 2019. Regular a Bom. De Elia Suleiman, ficção, França/Catar, 2019. O filme é mais uma sucessão de esquetes, quadros. Alguns funcionam. Outros, nem tanto. Suleiman é polêmico. A questão palestina gera polêmica.
- Synonymes (Synonyms). Fraco a Regular. Festival de Cinema do Rio 2019. De Nadav Lapid, ficção, França/Israel/Alemanha, 2019. A história prometia... Ficou na promessa...
- Os olhos de Cabul (Les hirondelles de Kaboul). Bom a Muito Bom. Festival de Cinema do Rio 2019. De Zabou Breitman e Eléa Gobbé-Mevellec, animação, França, 2019. O Afeganistão sob a ocupação do talibã é retratado e demonstra todos os absurdos e incoerências praticados contra a população local, principalmente a feminina.
- Uma vida oculta (A Hidden Life). Enfadonho. Festival de Cinema do Rio 2019. De Terrence Malick, baseado em fatos reais, EUA/Alemanha, 2019. Em meu frenesi frente ao Festival de Cinema do Rio, não atentei para o nome do diretor, o mesmo de "A Árvore da Vida". OK, ele já fizera coisas melhores. Mas aquele ritmo, aquela fotografia chata, aqueles vozes "em off" estavam todos lá, estilo enfadonho de "A Árvore da Vida". Muito chato. Saí antes do final, me culpando não haver lido o nome do diretor ANTES de comprar esta sessão.
- State Funeral. Festival do Rio 2019. Regular. De Sergei Loznitsa, documentário, Holanda/Lituânia, 2019. A cerimônia do enterro do ditador Stalin. Bizarro, mesmo horrendo. São 135 minutos e, confesso, saí um pouco antes do final, pois aquela cerimônia surreal cansou, tédio. Era mesmo o objetivo do diretor. Chocar, mostrar o absurdo da situação. Havia mesmo ucranianos, após o verdadeiro genocídio promovido por Stalin na Ucrânia nos anos 1930 (Holodomor). Aquele mesmo Stalin que, na primeira semana após a invasão da União Soviética pela Alemanha em 1941, permaneceu bêbado em sua Datcha, sem saber o que fazer. Que fizera o pacto com Hitler em 1939. Que mandara matar mais de 20 mil oficiais poloneses, em Katyn em arredores, 1940. Que anexara os Estados Bálticos. A lista é longa. Verdadeiro psicopata. O medo, certamente, explica as multidões presentes na cerimônia. O quase inacreditável é que, pouco depois da morte de Stalin, Krushev, que elogiara Stalin na cerimônia, denunciou parte dos horrendos crimes do ditador. A ficção jamais poderia superar tamanho absurdo !
- Cidadão K(Citizen K). Festival do Rio 2019. Bom a Muito Bom. De Alex Gibney, documentário, Reino Unido/EUA, 2019. Mais evidências de que a Rússia é uma Cleptocracia, que pratica um Capitalismo de Quadrilha. Ou você está com Putin, ou você está ferrado (ou morto).
- Uma Mulher Alta (Dylda). Festival do Rio 2019. Bom. De Kantemir Balagov, baseado em livro da premiada escritora Svetlana Aleksiévitch, "A Guerra não tem rosto de mulher", Rússia, 2019. A mulher soviética lutou na II Guerra, em muitas funções. Pequeno retrato das vidas meio destruídas, principalmente segundo o ponto de vista feminino, numa União Soviética devastada, poucos meses após o final da guerra.
- Você não estava aqui (Sorry we missed you). Festival do Rio 2019. Bom. De Ken Loach, ficção, Reino Unido/França/Bélgica, 2019. No Reino Unido, mudanças na economia, um mercado de trabalho que oferece cada vez menos empregos e maior insegurança, se traduzem em maior fragilidade e incerteza. Agora, com o Brexit, salto no escuro.
- Aqueles que ficaram (Akik maradtak). Festival do Rio 2019. Regular a Bom. De Bamabás Tóth, ficção, Ungria, 2019. A dura reconstrução da vida de sobreviventes da II Guerra em Budapeste, alguns de campos de extermínio. A anexação da Hungria pelos soviéticos introduz mais tensões.
- Dois Papas (The Two Popes). Muito Bom. De Fernando Meirelles, ficção, Reino Unido/Itália/Argentina, 2019. Ótimo roteiro produz encontro fictício bizarro entre Bento XVI e Bergoglio (Papa Francisco), e que rende excelentes diálogos. Some-se às ótimas atuações de Anthony Hopkins e Jonathan Price. Roteiro também apresenta, corajosamente, controverso papel de Bergoglio durante a última ditadura na Argentina.
- The China Hustle. Netflix. Bom. Documentário. Investidores norte-americanos, ao analisar inconsistências de informações de empresas chinesas, trazem à tona um verdadeiro 'Capitalismo de Quadrilha' que existe por lá. Soa familiar ?? Há muitos exemplos no mundo. Mesmo por aqui... O fato é, a China é um gigantesco mistério.
- A Resistência de Inga (Héraoio). Bom. De Grímur Hákonarson, ficção, Islândia/Dinamarca/Alemanha, 2019. A Islândia, onde se passa a história, parece realmente outro planeta. Mas com problemas bem terrenos. Há algo de podre na Islândia...
- A Grande Mentira (The Big Liar). Fraco. De Bill Condon, ficção, EUA, 2019. Roteiro com fortes doses de 'déjà vu', e com desenrolar pouco factível. Pena, pois há ótimos atores.
- Midway - Batalha em alto-mar (Midway). De Roland Emmerich, baseado em fatos reais, EUA/China, 2019. A famosa Batalha de Midway, que marcou a reviravolta da Guerra no Pacífico, II Guerra. Cenas que, com a forte presença de computação gráfica, impressionam. Para os fãs de História da II Guerra Mundial.
- Adam. Bom. De Maryam Touzani, ficção, Marrocos/França. Bela história, com o ponto de vista feminino no mundo árabe, no caso, Marrocos.
- Um dia de chuva em Nova York (A rainy day in New York). Regular a Bom. De Woody Allen, ficção, EUA, 2019. Competente, diálogos precisos, muitos hilários (como somente Allen o consegue), em seu cenário predileto, Nova York. Quase tudo funciona.
- A Vida Invisível. Fraco a Regular. De Karim Aïnouz, ficção (baseado em livro de Martha Batalha), Brasil, 2019. A ideia é boa, não de todo original. Mas, minha opinião, o roteiro não é bom, nem tampouco as atuações muito convincentes. Há mesmo falha impensável no roteiro. Ao final, muito barulho por quase nada. O filme foi indicado para representar o Brasil no Oscar. Bacurau o faria melhor. Acho que temos MUITO a aprender com o cinema argentino. Importemos roteiristas de lá, falemos espanhol. Quem sabe produzimos cinema melhor ??
- Mama Colonel (Maman Colonelle). Fraco. De Dieudo Hamadi, documentário, República Democrática do Congo/França, 2017. O assunto é importante, mulheres vítimas de violência sexual e crianças vítimas de violência no Congo, mas a estrutura do documentário é muito precária e fragmentada, e falta informação, contextualização.
- O Irlandês (The Irishman). Bom a Muito Bom. De Martin Scorcese, ficção, EUA, 2019. Scorcese sendo o melhor Scorcese, com um elenco que sabe tudo de cinema, Al Pacino, De Niro e Joe Pesci. Máfia, corrupção, violência, Invasão da Baía dos Porcos (Cuba), e muito, muito mais. OK, o filme é longo demais, e poderia ser um pouco 'espremido', o quarto final, mas vale !
- Ford vs Ferrari. Bom a Muito Bom. De James Mangold, baseado em fatos reais, EUA, 2019. Você gosta de automobilismo, de corridas de carros ?? Vá ver !! Viu, há muitos anos (1971), "As 24 horas de Le Mans"?? Então vá correndo !! As 24 horas de Le Mans possui uma mística, única. E a disputa entre Ford e Ferrari é fantástica !
- Parasita (Parasite). Bom a Muito Bom. De Bong-Joon-ho, ficção, Coreia do Sul, 2019. Cinema da Coreia do Sul em plena forma, muito boa história, preciso roteiro. A Coreia do Sul nos tem premiado com belíssimos filmes.
- Doutor Sono (Doctor Sleep). Muito Ruim ! De Mike Flanagan, ficção, EUA, 2018. Assustadoramente ruim ! Mesmo uma afronta ao belíssimo trabalho "O Iluminado", de Kubrick, pois a história se relaciona, tropegamente, ao filme de Kubrick. Que bomba !
- A Odisseia dos Tontos (La Odiseavde los Giles). Bom a Muito Bom. De Sebastián Borensztein, ficção, Argentina/Espanha, 2019. Deliciosamente argentino, como somente o cinema argentino consegue ser, com história e roteiro afiados, belos diálogos, e atores de primeira, entre eles, Ricardo Darín.
- Segredos Oficiais (Oficial Secrets). Bom a Muito Bom. De Gavin Hood, baseado em fatos reais, Reino Unido/EUA, 2019. Mais um lamentável episódio da rede de mentiras que procurou justificar a invasão do Iraque em 2003. Roteiro competente. Ao final, o Iraque se transformou em um Estado Falido, o Irã aumentou sua influência na região, a Al Quaeda foi para o Iraque, surgiu o Estado Islãmico como subproduto da mesma, e o caos do conflito entre sunitas e xiitas no Iraque transbordou para a Síria.
- Luta de Classes (La lutte de classes). Fraco a Regular. De Michel Lerclec, ficção, França, 2019. 'Seção da Tarde' versão francesa. E só....
- Diga quem sou (Tell me who I am). Netflix. Muito Bom. De Ed Perkins, documentário, 2019. Um soco no estômago, duro, mas necessário. Impressiona, mesmo assusta, porque é real.
- O Enigma da Rosa (Bajo la Rosa). Bom. De Josué Ramos, ficção, Espanha, 2019. Ótimo roteiro, tensão a cada momento, e traz à tona problema infelizmente muito presente.
- Em Guerra (En Guerre). Bom. De Stéphane Brizé, ficção, França, 2019. Filmado como um documentário, atuação marcante de Vincent Lindon (como sempre o faz !), apresenta algumas das mais perversas consequências da globalização. Os empregos estão desaparecendo, ou migrando, em busca de menores custos...
- Encontros (Deux Moi). Bom. De Cédric Klapisch, ficção, França, 2019. Roteiro bem amarrado, história divertida !
- Coringa (Joker). Bom a Muito Bom. De Todd Phillips, ficção, EUA, 2018. O roteiro constrói de forma muito competente a história do Coringa (Batman). Joaquin Phoenix está inspirado ! Assustador, como o Coringa !
- Ad Astra - Rumo às Estrelas (Ad Astra). Fraco. De James Gray, ficção, 2017. Muito barulho, por quase nada.
- Rainha de Copas (Dronningen). Bom a Muito Bom. De May el-Toukhy, ficção, Dinamarca, 2018. Boa história, bom roteiro, tensão. Nada é 0 ou 1, nada é branco ou preto, nada é bom ou mau. Tudo é cizento, com maior ou menor intensidade....
- A Música da Minha Vida (Blinded by the light). Bom. De Gurinder Chadha, inspirado em história real, Reino Unido, 2019. Os caras tinham uma história real boa nas mãos, e a roteirizaram de forma competente.
- Bacurau. Regular a Bom. De Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, ficção, Brasil/França, 2019. Preferi os outros trabalhos de Kleber Mendonça, como 'O Som ao Redor', e provavelmente serei execrado por isso. Bem feito, interessante roteiro, mas nada demais, em minha simplória opinião.
- Sócrates. Regular a Bom. De Alexandre Moratto, ficção, Brasil, 2018. A perversa realidade que empurra milhões de jovens para a desesperança, para a falta de oportunidades, para a margem da vida.
- They Shall Not Grow Old (Eles Nunca Envelhecerão). Muito Bom. De Peter Jackson diretor neozelandês de “Senhor dos Anéis", documentário, Nova Zelândia/Reino Unido, 2018. Tive a sorte de deparar-me com este documentário, sobre o qual já havia lido, disponível em um voo. Apressei-me a vê-lo, enquanto durava o voo. Peter Jackson fez um brilhante trabalho. Coletou arquivos do ‘Museu Imperial da Guerra’, Londres, os colorizou, os roteirizou de forma cronológica, e através de leitura labial, e utilizando intérpretes com os sotaques britânicos regionais, canadenses, australianos e neozelandeses, deu vida aos soldados nas trincheira da I Guerra. Uma guerra que se imaginava duraria meses, e se arrastou por mortíferos 04 anos, e ceifava centenas de milhares de vidas para o avanço de algumas centenas, ou mesmo dezenas de metros. Como um soldado declara no documentário, eles foram transformados em máquinas de matar, com qualquer meio que tivessem à mão.
Impressionante testemunho do dia a dia dos soldados na I Guerra. O bisavô de Peter Jackson lutou na I Guerra.
Super vale !
- Simonal. Bom. De Leonardo Domingues, baseado em história real, Brasil, 2017. A história de Simonal, sua impressionante ascensão e grande talento, e sua derrocada e ostracismo, em meio à polarização durante a ditadura. Bom roteiro, bons atores.
- Não Mexa com Ela (Isha Ovedet). Bom. De Michal Aviad, ficção, Israel, 2019. Muito bom roteiro conta história lamentavelmente muito factível. Funciona.
- Ted Bundy - A Irresistível Face do Mal (Extremely wicked, shockingly evil and bile). Bom. De Joe Berlinger, baseado em história real, EUA, 2019. A história beira o inacreditável, mas é bem real. Há um documentário na Netflix, "Ted Bundy", que apresenta um quadro mais preciso e completo sobre este assassino.
- O bar Luva Dourada (Der Goldene Handschuh). Regular a Bom. De Fatih Akin, baseado em história real, Alemanha, 2018. O excelente diretor turco-alemão Fatih Akin conta uma história terrível de um assassino em série, passada em Hamburgo, Alemanha. Acho que ele pesou um pouco a mão, mas não tira seu mérito em retratar um lado sombrio e bizarro de Hamburgo.
- Inocência Roubada (Les Chatouilles). Bom. De Andréa Bescond e Eric Métayer, inspirado em fatos reais, França, 2019. A pedofilia e seus devastadores impactos sobre aqueles que a sofreram. Muitas vezes, quem a perpetua é muito próximo das crianças que são abusadas e de suas famílias, e se aproveitam desta condição privilegiada. Os números, absolutos e percentuais, são devastadores.
- A Árvore dos Frutos Selvagens (Ahlat Agaci). Bom a Muito Bom. De Nuri Bilge Ceylan, ficção, Turquia/Macedônia/França/Alemanha/Bósnia/Bulgária/Suécia. Ceylan já nos presenteara (e fora premiado em Cannes, Palma de Ouro, 2014) com "Winter Sleep". Agora, em seu novo filme, nos brinda, mais uma vez, com ótimos diálogos, que muitas vezes discutem e questionam muito da Turquia hoje, mas não somente a Turquia. Ultrapassa suas fronteiras.
- Um Homem Fiel (L'homme fidèle). Fraco a Regular. De Louis Garrel, ficção, França, 2018. Roteiro mais ou menos, que se traduziu em história que não engrenava. Deu sono. Acho mesmo que cochilei... Não pude resistir...
- Santiago, Itália. Regular a Bom. De Nanni Moretti, documentário, Chile, 2018. O trabalho retrata o importante papel da Embaixada da Itália, 1973, em abrigar chilenos, posteriormente asilados na Itália, no golpe liderado por Pinochet, e que culminou na morte do presidente Allende, e em tantos anos de ditadura. Eu, pessoalmente, nada sabia sobre o papel da Embaixada.
- Graças a Deus (Grâce à Dieu). Bom. De François Ozon, baseado em fatos reais, França/Bélgica, 2019. Com a competência usual, Ozon nos apresenta uma história, muitas vezes infelizmente repetida, de pedofilia e abusos cometido por padres da Igreja Católica. Segundo artigo no jornal 'Valor Econômico', o Papa Berdoglio não teve um comportamento que se esperasse da autoridade máxima da Igreja Católica, face a problemas intoleráveis.
- Eu não sou uma Bruxa (I am not a Witch). Bom. De Rungano Nyoni, ficção, Reino Unido/França/Zâmbia, 2017. Não é todo dia que vemos uma produção africana. Bom roteiro, que apresenta realidade quase desconhecida. Vale !
- Dor e Glória (Dolor y Gloria). Regular a Bom. De Pedro Almodóvar, ficção inspirada livremente na vida de Almodóvar, Espanha, 2019. OK, é um 'Almodóvar', e isso já é a garantia de um bom trabalho. Porém, em minha singela opinião, o roteiro, seu miolo, é irregular. Enfim, não é o melhor 'Almodóvar', que já nos presenteara com trabalhos estupendos, com sua linguagem única.
- Memórias da Dor (La Douleur). Regular. De Emmanuel Finkiel, inspirado em livro autobiográfico de Marguerite Duras, França, 2017. Prometia, mas o roteiro não funcionou. Talvez a transposição para o cinema exigisse roteiro que imprimisse outro ritmo, outra dinâmica. Não sei...
- A Grande Dama do Cinema (El Cuento de las Comadrejas). Bom. De Juan José Campanella, ficção, Argentina/Espanha, 2019. Campanella, que nos brindara com "O Segredo dos seus Olhos", com diálogos ferinos nos presenteia, mas uma vez, com o bom cinema argentino.
- Os Invisíveis (Les Invisibles). Regular a Bom. De Louis-Julien Petit, ficção, França, 2019. A dura realidade de um centro de assistência social e seus esforços para a reintegração de mulheres sem-teto na sociedade. Duro, e real...
- O Preço da Verdade (Dark Waters). Bom. De Todd Haynes, baseado em caso real, EUA, 2019. OK, há filmes com julgamentos e tribunais demais, mas a história, fora alguns lugares comuns, interessa e possui bom ritmo.
- Luta por Justiça (Just Mercy). Bom a Muito Bom. De Destin Daniel Cretton, baseado em história real EUA, 2018. A impressionante história de advogado negro, formado em Harvard, que através de uma organização de direitos civis reanalisa os processos de presos no corredor da morte no Alabama (onde havia, e ainda há muito preconceito contra a população negra), a partir dos anos 1980, e consegue reverter a pena de morte de alguns, e mesmo a absolvição.
- Cicatrizes (Savovi). Bom. De Miroslav Terzic, ficção, Sérvia, 2019. Ñ é todo dia que chega por aqui o cinema da Sérvia. Além da curiosidade, o roteiro é muito bom. Que venha mais cinema dos Bálcãs !!
- O jovem Ahmed (Le jeune Ahmed). De Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne, ficção, França/Bélgica, 2019. A ñ integração de parte de comunidade muçulmana na Bélgica (assim como em outros países da Europa), e a radicalização. Atentados na França foram realizados por jovens muçulmanos belgas. Há problemas, oriundos da ñ integração e do extremismo.
- A chance de Fahim (Fahim). Bom. De Pierre-FrançoisMartin-Laval, baseado em história real, França, 2019. Impossível ñ simpatizar com o jovem enxadrista, que com seu pai sai de Banladesh, e vai para a França em busca de asilo. Sua chance na França é o xadrez !
- Retrato de uma jovem em chamas (Portrait de ja jeune fille en feu). Regular a Bom. De Céline Sciamma, ficção, 2019. O tema interessa. Imaginemos tal fato à época, século XVIII, França. O roteiro, porém, não impõe ritmo adequado. Mas vale.
- Um lindo dia na vizinhança (A beautiful day in the neighborhood). Fraco a Regular. De Marielle Heller, inspirado em fatos reais, EUA, 2019. Não funcionou para mim, um cético de carteirinha. Situações que beiravam o bisonho.
- Judy - Muito além do arco-íris (Judy). Bom. De Rupert Goold, inspirado nos último meses na vida da artista Judy Garland, Reino Unido, 2019. O filme é a atuação de Renée Zellweger como Judy. Ela canta (é realmente a atriz a fazê-lo), muito bom desempenho. O filme mostra alguns momentos terríves de Judy como criança ("O Mágico de Oz"), submetida à rotina tirânica, obrigada a usar medicamentos que a viciaram para toda a vida, sua decadência nos últimos momentos, relação familiar precária, além de ter sofrido assédio sexual por executivo da produtora MGM, quando adolescente. Consequências inevitáveis.
- O Escândalo (Bombshell). Regular. De Jay Roach, inspirado em fatos reais, Canadá/EUA, 2019. A história, da qual confesso que quase nada me lembrava, devido ao roteiro não evoluiu da melhor forma. Bons desempenhos, inegável, mas não funcionou, como poderia. Pena.
- Jo-Jo Rabbit. Bom. De Taika Waititi (maori), ficção, República Tcheca/Nova Zelândia/EUA, 2019. Bom e imaginativo roteiro, mais uma vez mostra a II Guerra sob os olhos de uma criança alemã, cujo 'amigo invisível' é ninguém menos que Hitler. Bizarro. Livremente inspirado no livro "O Céu que nos oprime", de Christine Leutens.
- Instinto (Instinct). Bom. De Halina Reijn, ficção, Holanda, 2019. Interessante história da relação entre uma psicóloga e um detento, agressor sexual. Nada é 0 ou 1, nada é branco ou preto. Os fãs reconhecerão atriz da série "Game of Thrones".
- 1917. Muito Bom. De Sam Mendes, Ficção, EUA/Reino Unido, 2019. I Guerra na veia, com toda crueza e o morticínio da guerra de trincheiras. Filma em um plano único (eu pouco sei sobre cinema, mas quem o ver entenderá), e você ficará quase sem fôlego, em meio à tensão. Pode ser colocado no mesmo patamar de "Nada de novo no Front", de Lewis Milestone, baseado em romance de Erich Maria Remarque, e de "Glória feita de Sangue", de Stanley Kubrick. Super vale !
- Kursk - A última viagem (Kursk). Bom. De Thomas Vinterberg, baseado em fatos reais, Bélgica/França/Noruega, 2019. Vale, pela história quase inacreditável - da qual eu pouco lembrava ou quase nada sabia, o acidente com o submarino russo 'Kursk' - os porquês, a maneira absurda como o governo Putin lidou com a mesma, além de Vinterberg, que dirigira o soberbo "Festa de Família', ser um dos fundadores do movimento cinematográfico Dogma 95, juntamente com Lars von Trier. Li que Vintemberg, que tentara filmar na Rússia, afirmou que teve problemas e que as autoridades quiseram censurar parte do roteiro.
- Democracia em Vertigem. Netflix. Tosco. De Petra Costa, Documentário (será ?? melhor seria uma bisonha ficção), Brasil, 2019. Documentário pressupõe retratar fatos. Infelizmente, não é o caso. Michael Moore já colocou sua credibilidade em jogo ao "criar" falsas realidades. Petra segue este caminho, e não esconde sua militância petista. OK, mas podia ter feito seu trabalho corretamente. Não foi o caso. Parece a luta entre o bem (PT, Lula e Dilma, a pobrezinha) e o mal. A luta contra o Capital ! Demonstra desconhecer os reais motivos do pedido de impeachment (segundo ela, tentavam caracterizar Dilma como corrupta), e ignora ou finge esquecer que Dilma descumpriu a Constituição, ao não repassar recursos do Tesouro, as chamadas 'Pedaladas Fiscais'. E que a trôpega 'gerentona' jogou o país em sua pior crise econômica de sua História. Espertamente Petra esqueceu que o PMDB já estava com o PT ANTES, com Lula. Edison Lobão, por exemplo, o prova, ministro de Minas e Energia, elogiado por Lula como símbolo de honestidade. É a velha bisonhice do 'Nós Contra Eles'. Menos Petra, menos....
- O caso Richard Jewell (Richard Jewell). Bom. De Clint Eastwood, baseado (ou inspirado ?) em história real, EUA, 2019. Uma boa história, roteiro competente, boas atuações (algumas ótimas). OK, Clint Eastwood pode ter exagerado na caricatura de alguns personagens, mas se mantem fiel à luta do homem comum às arbitrariedades do Estado.
- Deus é mulher e seu nome é Petúnia (Gospod postoi, imeto i' e Petrunija). Bom. De Teona Strugar Mitevska, livremente inspirado em história real, Macedônia/Bélgica/França, 2019. Não é todo dia que chega por aqui o cinema da Macedônia. Na verdade, quase nunca... Ótima história, com bom roteiro. Está tudo ali. Tradições arcaicas da Igreja Ortodoxa, preconceitos contra a mulher, atraso, em um país que era parte da antiga Iugoslávia.
- O Farol (The Lighthouse). Regular. De Robert Eggers, ficção, Canadá/EUA, 2019. Havia elementos para uma boa história, mas não funcionou, para mim.
- Os miseráveis (Les misérables). Bom. Festival de Cinema do Rio 2019. De Ladj Ly, ficção, França, 2019. A violência latente nos subúrbios de Paris. Impressiona.
- O paraíso deve ser aqui (It must be heaven). Festival de Cinema do Rio 2019. Regular a Bom. De Elia Suleiman, ficção, França/Catar, 2019. O filme é mais uma sucessão de esquetes, quadros. Alguns funcionam. Outros, nem tanto. Suleiman é polêmico. A questão palestina gera polêmica.
- Synonymes (Synonyms). Fraco a Regular. Festival de Cinema do Rio 2019. De Nadav Lapid, ficção, França/Israel/Alemanha, 2019. A história prometia... Ficou na promessa...
- Os olhos de Cabul (Les hirondelles de Kaboul). Bom a Muito Bom. Festival de Cinema do Rio 2019. De Zabou Breitman e Eléa Gobbé-Mevellec, animação, França, 2019. O Afeganistão sob a ocupação do talibã é retratado e demonstra todos os absurdos e incoerências praticados contra a população local, principalmente a feminina.
- Uma vida oculta (A Hidden Life). Enfadonho. Festival de Cinema do Rio 2019. De Terrence Malick, baseado em fatos reais, EUA/Alemanha, 2019. Em meu frenesi frente ao Festival de Cinema do Rio, não atentei para o nome do diretor, o mesmo de "A Árvore da Vida". OK, ele já fizera coisas melhores. Mas aquele ritmo, aquela fotografia chata, aqueles vozes "em off" estavam todos lá, estilo enfadonho de "A Árvore da Vida". Muito chato. Saí antes do final, me culpando não haver lido o nome do diretor ANTES de comprar esta sessão.
- State Funeral. Festival do Rio 2019. Regular. De Sergei Loznitsa, documentário, Holanda/Lituânia, 2019. A cerimônia do enterro do ditador Stalin. Bizarro, mesmo horrendo. São 135 minutos e, confesso, saí um pouco antes do final, pois aquela cerimônia surreal cansou, tédio. Era mesmo o objetivo do diretor. Chocar, mostrar o absurdo da situação. Havia mesmo ucranianos, após o verdadeiro genocídio promovido por Stalin na Ucrânia nos anos 1930 (Holodomor). Aquele mesmo Stalin que, na primeira semana após a invasão da União Soviética pela Alemanha em 1941, permaneceu bêbado em sua Datcha, sem saber o que fazer. Que fizera o pacto com Hitler em 1939. Que mandara matar mais de 20 mil oficiais poloneses, em Katyn em arredores, 1940. Que anexara os Estados Bálticos. A lista é longa. Verdadeiro psicopata. O medo, certamente, explica as multidões presentes na cerimônia. O quase inacreditável é que, pouco depois da morte de Stalin, Krushev, que elogiara Stalin na cerimônia, denunciou parte dos horrendos crimes do ditador. A ficção jamais poderia superar tamanho absurdo !
- Cidadão K(Citizen K). Festival do Rio 2019. Bom a Muito Bom. De Alex Gibney, documentário, Reino Unido/EUA, 2019. Mais evidências de que a Rússia é uma Cleptocracia, que pratica um Capitalismo de Quadrilha. Ou você está com Putin, ou você está ferrado (ou morto).
- Uma Mulher Alta (Dylda). Festival do Rio 2019. Bom. De Kantemir Balagov, baseado em livro da premiada escritora Svetlana Aleksiévitch, "A Guerra não tem rosto de mulher", Rússia, 2019. A mulher soviética lutou na II Guerra, em muitas funções. Pequeno retrato das vidas meio destruídas, principalmente segundo o ponto de vista feminino, numa União Soviética devastada, poucos meses após o final da guerra.
- Você não estava aqui (Sorry we missed you). Festival do Rio 2019. Bom. De Ken Loach, ficção, Reino Unido/França/Bélgica, 2019. No Reino Unido, mudanças na economia, um mercado de trabalho que oferece cada vez menos empregos e maior insegurança, se traduzem em maior fragilidade e incerteza. Agora, com o Brexit, salto no escuro.
- Aqueles que ficaram (Akik maradtak). Festival do Rio 2019. Regular a Bom. De Bamabás Tóth, ficção, Ungria, 2019. A dura reconstrução da vida de sobreviventes da II Guerra em Budapeste, alguns de campos de extermínio. A anexação da Hungria pelos soviéticos introduz mais tensões.
- Dois Papas (The Two Popes). Muito Bom. De Fernando Meirelles, ficção, Reino Unido/Itália/Argentina, 2019. Ótimo roteiro produz encontro fictício bizarro entre Bento XVI e Bergoglio (Papa Francisco), e que rende excelentes diálogos. Some-se às ótimas atuações de Anthony Hopkins e Jonathan Price. Roteiro também apresenta, corajosamente, controverso papel de Bergoglio durante a última ditadura na Argentina.
- The China Hustle. Netflix. Bom. Documentário. Investidores norte-americanos, ao analisar inconsistências de informações de empresas chinesas, trazem à tona um verdadeiro 'Capitalismo de Quadrilha' que existe por lá. Soa familiar ?? Há muitos exemplos no mundo. Mesmo por aqui... O fato é, a China é um gigantesco mistério.
- A Resistência de Inga (Héraoio). Bom. De Grímur Hákonarson, ficção, Islândia/Dinamarca/Alemanha, 2019. A Islândia, onde se passa a história, parece realmente outro planeta. Mas com problemas bem terrenos. Há algo de podre na Islândia...
- A Grande Mentira (The Big Liar). Fraco. De Bill Condon, ficção, EUA, 2019. Roteiro com fortes doses de 'déjà vu', e com desenrolar pouco factível. Pena, pois há ótimos atores.
- Midway - Batalha em alto-mar (Midway). De Roland Emmerich, baseado em fatos reais, EUA/China, 2019. A famosa Batalha de Midway, que marcou a reviravolta da Guerra no Pacífico, II Guerra. Cenas que, com a forte presença de computação gráfica, impressionam. Para os fãs de História da II Guerra Mundial.
- Adam. Bom. De Maryam Touzani, ficção, Marrocos/França. Bela história, com o ponto de vista feminino no mundo árabe, no caso, Marrocos.
- Um dia de chuva em Nova York (A rainy day in New York). Regular a Bom. De Woody Allen, ficção, EUA, 2019. Competente, diálogos precisos, muitos hilários (como somente Allen o consegue), em seu cenário predileto, Nova York. Quase tudo funciona.
- A Vida Invisível. Fraco a Regular. De Karim Aïnouz, ficção (baseado em livro de Martha Batalha), Brasil, 2019. A ideia é boa, não de todo original. Mas, minha opinião, o roteiro não é bom, nem tampouco as atuações muito convincentes. Há mesmo falha impensável no roteiro. Ao final, muito barulho por quase nada. O filme foi indicado para representar o Brasil no Oscar. Bacurau o faria melhor. Acho que temos MUITO a aprender com o cinema argentino. Importemos roteiristas de lá, falemos espanhol. Quem sabe produzimos cinema melhor ??
- Mama Colonel (Maman Colonelle). Fraco. De Dieudo Hamadi, documentário, República Democrática do Congo/França, 2017. O assunto é importante, mulheres vítimas de violência sexual e crianças vítimas de violência no Congo, mas a estrutura do documentário é muito precária e fragmentada, e falta informação, contextualização.
- O Irlandês (The Irishman). Bom a Muito Bom. De Martin Scorcese, ficção, EUA, 2019. Scorcese sendo o melhor Scorcese, com um elenco que sabe tudo de cinema, Al Pacino, De Niro e Joe Pesci. Máfia, corrupção, violência, Invasão da Baía dos Porcos (Cuba), e muito, muito mais. OK, o filme é longo demais, e poderia ser um pouco 'espremido', o quarto final, mas vale !
- Ford vs Ferrari. Bom a Muito Bom. De James Mangold, baseado em fatos reais, EUA, 2019. Você gosta de automobilismo, de corridas de carros ?? Vá ver !! Viu, há muitos anos (1971), "As 24 horas de Le Mans"?? Então vá correndo !! As 24 horas de Le Mans possui uma mística, única. E a disputa entre Ford e Ferrari é fantástica !
- Parasita (Parasite). Bom a Muito Bom. De Bong-Joon-ho, ficção, Coreia do Sul, 2019. Cinema da Coreia do Sul em plena forma, muito boa história, preciso roteiro. A Coreia do Sul nos tem premiado com belíssimos filmes.
- Doutor Sono (Doctor Sleep). Muito Ruim ! De Mike Flanagan, ficção, EUA, 2018. Assustadoramente ruim ! Mesmo uma afronta ao belíssimo trabalho "O Iluminado", de Kubrick, pois a história se relaciona, tropegamente, ao filme de Kubrick. Que bomba !
- A Odisseia dos Tontos (La Odiseavde los Giles). Bom a Muito Bom. De Sebastián Borensztein, ficção, Argentina/Espanha, 2019. Deliciosamente argentino, como somente o cinema argentino consegue ser, com história e roteiro afiados, belos diálogos, e atores de primeira, entre eles, Ricardo Darín.
- Segredos Oficiais (Oficial Secrets). Bom a Muito Bom. De Gavin Hood, baseado em fatos reais, Reino Unido/EUA, 2019. Mais um lamentável episódio da rede de mentiras que procurou justificar a invasão do Iraque em 2003. Roteiro competente. Ao final, o Iraque se transformou em um Estado Falido, o Irã aumentou sua influência na região, a Al Quaeda foi para o Iraque, surgiu o Estado Islãmico como subproduto da mesma, e o caos do conflito entre sunitas e xiitas no Iraque transbordou para a Síria.
- Luta de Classes (La lutte de classes). Fraco a Regular. De Michel Lerclec, ficção, França, 2019. 'Seção da Tarde' versão francesa. E só....
- Diga quem sou (Tell me who I am). Netflix. Muito Bom. De Ed Perkins, documentário, 2019. Um soco no estômago, duro, mas necessário. Impressiona, mesmo assusta, porque é real.
- O Enigma da Rosa (Bajo la Rosa). Bom. De Josué Ramos, ficção, Espanha, 2019. Ótimo roteiro, tensão a cada momento, e traz à tona problema infelizmente muito presente.
- Em Guerra (En Guerre). Bom. De Stéphane Brizé, ficção, França, 2019. Filmado como um documentário, atuação marcante de Vincent Lindon (como sempre o faz !), apresenta algumas das mais perversas consequências da globalização. Os empregos estão desaparecendo, ou migrando, em busca de menores custos...
- Encontros (Deux Moi). Bom. De Cédric Klapisch, ficção, França, 2019. Roteiro bem amarrado, história divertida !
- Coringa (Joker). Bom a Muito Bom. De Todd Phillips, ficção, EUA, 2018. O roteiro constrói de forma muito competente a história do Coringa (Batman). Joaquin Phoenix está inspirado ! Assustador, como o Coringa !
- Ad Astra - Rumo às Estrelas (Ad Astra). Fraco. De James Gray, ficção, 2017. Muito barulho, por quase nada.
- Rainha de Copas (Dronningen). Bom a Muito Bom. De May el-Toukhy, ficção, Dinamarca, 2018. Boa história, bom roteiro, tensão. Nada é 0 ou 1, nada é branco ou preto, nada é bom ou mau. Tudo é cizento, com maior ou menor intensidade....
- A Música da Minha Vida (Blinded by the light). Bom. De Gurinder Chadha, inspirado em história real, Reino Unido, 2019. Os caras tinham uma história real boa nas mãos, e a roteirizaram de forma competente.
- Bacurau. Regular a Bom. De Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, ficção, Brasil/França, 2019. Preferi os outros trabalhos de Kleber Mendonça, como 'O Som ao Redor', e provavelmente serei execrado por isso. Bem feito, interessante roteiro, mas nada demais, em minha simplória opinião.
- Sócrates. Regular a Bom. De Alexandre Moratto, ficção, Brasil, 2018. A perversa realidade que empurra milhões de jovens para a desesperança, para a falta de oportunidades, para a margem da vida.
- They Shall Not Grow Old (Eles Nunca Envelhecerão). Muito Bom. De Peter Jackson diretor neozelandês de “Senhor dos Anéis", documentário, Nova Zelândia/Reino Unido, 2018. Tive a sorte de deparar-me com este documentário, sobre o qual já havia lido, disponível em um voo. Apressei-me a vê-lo, enquanto durava o voo. Peter Jackson fez um brilhante trabalho. Coletou arquivos do ‘Museu Imperial da Guerra’, Londres, os colorizou, os roteirizou de forma cronológica, e através de leitura labial, e utilizando intérpretes com os sotaques britânicos regionais, canadenses, australianos e neozelandeses, deu vida aos soldados nas trincheira da I Guerra. Uma guerra que se imaginava duraria meses, e se arrastou por mortíferos 04 anos, e ceifava centenas de milhares de vidas para o avanço de algumas centenas, ou mesmo dezenas de metros. Como um soldado declara no documentário, eles foram transformados em máquinas de matar, com qualquer meio que tivessem à mão.
Impressionante testemunho do dia a dia dos soldados na I Guerra. O bisavô de Peter Jackson lutou na I Guerra.
Super vale !
- Simonal. Bom. De Leonardo Domingues, baseado em história real, Brasil, 2017. A história de Simonal, sua impressionante ascensão e grande talento, e sua derrocada e ostracismo, em meio à polarização durante a ditadura. Bom roteiro, bons atores.
- Não Mexa com Ela (Isha Ovedet). Bom. De Michal Aviad, ficção, Israel, 2019. Muito bom roteiro conta história lamentavelmente muito factível. Funciona.
- Ted Bundy - A Irresistível Face do Mal (Extremely wicked, shockingly evil and bile). Bom. De Joe Berlinger, baseado em história real, EUA, 2019. A história beira o inacreditável, mas é bem real. Há um documentário na Netflix, "Ted Bundy", que apresenta um quadro mais preciso e completo sobre este assassino.
- O bar Luva Dourada (Der Goldene Handschuh). Regular a Bom. De Fatih Akin, baseado em história real, Alemanha, 2018. O excelente diretor turco-alemão Fatih Akin conta uma história terrível de um assassino em série, passada em Hamburgo, Alemanha. Acho que ele pesou um pouco a mão, mas não tira seu mérito em retratar um lado sombrio e bizarro de Hamburgo.
- Inocência Roubada (Les Chatouilles). Bom. De Andréa Bescond e Eric Métayer, inspirado em fatos reais, França, 2019. A pedofilia e seus devastadores impactos sobre aqueles que a sofreram. Muitas vezes, quem a perpetua é muito próximo das crianças que são abusadas e de suas famílias, e se aproveitam desta condição privilegiada. Os números, absolutos e percentuais, são devastadores.
- A Árvore dos Frutos Selvagens (Ahlat Agaci). Bom a Muito Bom. De Nuri Bilge Ceylan, ficção, Turquia/Macedônia/França/Alemanha/Bósnia/Bulgária/Suécia. Ceylan já nos presenteara (e fora premiado em Cannes, Palma de Ouro, 2014) com "Winter Sleep". Agora, em seu novo filme, nos brinda, mais uma vez, com ótimos diálogos, que muitas vezes discutem e questionam muito da Turquia hoje, mas não somente a Turquia. Ultrapassa suas fronteiras.
- Um Homem Fiel (L'homme fidèle). Fraco a Regular. De Louis Garrel, ficção, França, 2018. Roteiro mais ou menos, que se traduziu em história que não engrenava. Deu sono. Acho mesmo que cochilei... Não pude resistir...
- Santiago, Itália. Regular a Bom. De Nanni Moretti, documentário, Chile, 2018. O trabalho retrata o importante papel da Embaixada da Itália, 1973, em abrigar chilenos, posteriormente asilados na Itália, no golpe liderado por Pinochet, e que culminou na morte do presidente Allende, e em tantos anos de ditadura. Eu, pessoalmente, nada sabia sobre o papel da Embaixada.
- Graças a Deus (Grâce à Dieu). Bom. De François Ozon, baseado em fatos reais, França/Bélgica, 2019. Com a competência usual, Ozon nos apresenta uma história, muitas vezes infelizmente repetida, de pedofilia e abusos cometido por padres da Igreja Católica. Segundo artigo no jornal 'Valor Econômico', o Papa Berdoglio não teve um comportamento que se esperasse da autoridade máxima da Igreja Católica, face a problemas intoleráveis.
- Eu não sou uma Bruxa (I am not a Witch). Bom. De Rungano Nyoni, ficção, Reino Unido/França/Zâmbia, 2017. Não é todo dia que vemos uma produção africana. Bom roteiro, que apresenta realidade quase desconhecida. Vale !
- Dor e Glória (Dolor y Gloria). Regular a Bom. De Pedro Almodóvar, ficção inspirada livremente na vida de Almodóvar, Espanha, 2019. OK, é um 'Almodóvar', e isso já é a garantia de um bom trabalho. Porém, em minha singela opinião, o roteiro, seu miolo, é irregular. Enfim, não é o melhor 'Almodóvar', que já nos presenteara com trabalhos estupendos, com sua linguagem única.
- Memórias da Dor (La Douleur). Regular. De Emmanuel Finkiel, inspirado em livro autobiográfico de Marguerite Duras, França, 2017. Prometia, mas o roteiro não funcionou. Talvez a transposição para o cinema exigisse roteiro que imprimisse outro ritmo, outra dinâmica. Não sei...
- A Grande Dama do Cinema (El Cuento de las Comadrejas). Bom. De Juan José Campanella, ficção, Argentina/Espanha, 2019. Campanella, que nos brindara com "O Segredo dos seus Olhos", com diálogos ferinos nos presenteia, mas uma vez, com o bom cinema argentino.
- A Juíza (RBG). Muito Bom. De Betsy West e Julie Cohen, documentário, EUA, 2018. A impressionante juíza Ruth Bader Ginsburg, da Suprema Corte dos Estados Unidos, que iniciou sua carreira nos tribunais ao questionar as leis dos Estados Unidos que discriminavam mulheres (na maior parte das vezes), homens e minorias. Uma importante voz hoje numa Suprema Corte majoritariamente conservadora.
- Rocketman. Muito Bom. De Dexter Fletcher, história real, a vida do músico Elton John, Reino Unido, 2018. Acompanha a trajetória do músico desde sua infância até sua vida como músico de sucesso. O desempenho de Taron Egerton, como Elton John, impressiona. O próprio Elton John acompanhou parte das filmagens.
- Tolkien. Regular a Bom. De Dome Karukosky, baseado na vida do criador da saga "O Senhor dos Anéis", entre muitos outros livros, EUA, 2018. Sua infância, sua participação na I Guerra, e depois, como professor universitário. Interessa, mas... Talvez alguém da dimensão de Tolkien exigisse mais. Dúvidas ? Perguntas ao "Cahiers du Cinéma"...
- O Gênio e o Louco (The Professor and the Madman). Regular a Bom. De Farhad Safinia, baseado em história real, EUA, 2017. A bizarra e surpreendente relação entre dois homens, os responsáveis pela criação do dicionário Oxford. Algumas derrapadas no roteiro, talvez por uma linguagem excessivamente do "hollywoodiana".
- Tolkien. Regular a Bom. De Dome Karukosky, baseado na vida do criador da saga "O Senhor dos Anéis", entre muitos outros livros, EUA, 2018. Sua infância, sua participação na I Guerra, e depois, como professor universitário. Interessa, mas... Talvez alguém da dimensão de Tolkien exigisse mais. Dúvidas ? Perguntas ao "Cahiers du Cinéma"...
- O Gênio e o Louco (The Professor and the Madman). Regular a Bom. De Farhad Safinia, baseado em história real, EUA, 2017. A bizarra e surpreendente relação entre dois homens, os responsáveis pela criação do dicionário Oxford. Algumas derrapadas no roteiro, talvez por uma linguagem excessivamente do "hollywoodiana".
- A Costureira de Sonhos (Sir). Muito Bom. De Rohena Gera, ficção, Índia/França, 2018. Belo retrato de uma Índia, pequeno pedaço, que já chegou ao século XXI, e uma, a maior parte, que continua aferrada ao século XIX, e mesmo antes, como no anacrônico sistema de castas. Roteiro de uma sensibilidade ímpar !
- O
Ano de 1985 (1985). Muito Bom. De Yen Tan, ficção, EUA, 2018. Ótimo roteiro,
ótima ideia, elenco afiado, ótima fotografia (impressiona). Retrata o impacto
da Aids nos EUA, acentuou preconceitos, dividiu.
- Amor
até as cinzas (Ash is purest white). Regular. De Jia Zhangke, ficção, China/França/Japão,
2018. Um pedaço da China que não estamos acostumados a ver. O roteiro, porém,
não funcionou.
- Entardecer
(Napdzálita). Bom. De László Nemes, ficção, Hungria/França, 2018. Impossível
não enxergar os paralelos da direção entre este filme e o “O Filho de
Saul”. Segundo minha ótica mequetrefe cinéfila, belíssima metáfora do fim de um
império, o Austro-Húngaro, e do verdadeiro início do século XX, com a I Guerra
Mundial, 1914.
- Em
Trânsito (Transit). Fraco a Regular. De Christian Petzold, ficção,
Alemanha/França, 2018. Prometia... Frustrou. Há um claro paralelo entre uma
França nas telas e a França derrotada em 1940. Mas não consegue evoluir.
-
Duas Rainhas (Mary Queen of Scots). Regular a Bom. De Josie Rourke, baseado em
história real, EUA/Reino Unido, 2018. História bem contada, mas já vira esta
clássica britânica muitas, inclusive uma excelente com Cate Blanchett. O que
diminuiu meu apetite cinéfilo.
- A
Espiã Vermelha (Red Joan). Regular. De Trevor Nunn, baseado em história real,
Reino Unido, 2018. Baseado na história real de Melita Norwood, que estudou em
Cambribge e entregou segredos da bomba atômica (entre outros) aos soviéticos,
nos anos 1940. O roteiro é burocrático, com um ar de romantismo e ingenuidade
que não se sustenta. Qual seria o destino do mundo sem a entrega daqueles
segredos à União Soviética de Stalin, aquele maluco ? Teria havido uma guerra,
ou teríamos evitado a corrida nuclear ??
- Border. Regular a Bom. De Ali Abbasi, ficção, Suécia/Dinamarca, 2018. Interessante e original história. Fábula sobre os dias atuais ? Talvez.
- O Anjo (El ángel). Regular a Bom. De Luis Ortega, baseado em história real, Argentina/Espanha, 2018. História de um criminoso que roubou e matou na Argentina, anos 1970. A frieza impressiona, mas, em minha opinião, faltou algo na construção deste personagem quase inacreditável, o que traz problemas para o resultado final.
- Um Amor Inesperado (El Amor menos Pensado). Bom. De Juan Vera, ficção, Argentina, 2018. Ricardo Darín volta a atacar ! Darín, quase sempre, é sinônimo de bom cinema. E os argentinos sabem fazer bom cinema. Não é o melhor Darín, OK, mas vale !! Para os fãs de Darín, e pra quem gosta de cinema.
- Minha Obra-Prima (Mi Obra-Maestra). Bom a Muito Bom. De Gastón Duprat, ficção, Argentina/Espanha, 2018. Aprendi com descendente da Leni Riefenstahl que cinema bom começa com bom roteiro. Nossos hermanos, neste filme, nos brindaram com roteiro muito bom. Resultado: o filme entregue é muito bom. Os caras sabem fazer cinema, porque, pra início de conversa, fazem bons roteiros. Temos muito, aqui no Brasil, a aprender com nossos hermanos.
- Um Ato de Esperança (The Children Act). Regular. De Richard Eyre, ficção baseada em livro de Ian McEwan, que também é o roteirista, EUA/Reino Unido, 2017. O filme não funciona. Há situações que não se sustentam, que são frágeis. Talvez a coisa tenha funcionado no livro. Talvez. Emma Thompson muito bem, mas não é o suficiente.
- Pastor Cláudio. Regular a Bom. De Beth Formaggini, documentário, Brasil, 2017. Apresenta o depoimento de um agente da repressão à época da ditadura militar no Brasil. Hoje, um pastor, é a imagem da frieza e da banalidade frente aos crimes cometidos, meros cumprimentos do dever. Mesmo bizarro. Crimes blindados pela controversa Lei da Anistia. 'Banalidade do Mal', o termo cunhado por Hanna Arendt ? Talvez....
- O Silêncio dos Outros (El Silencio de Otros). Bom a Muito Bom. De Almudena Caracedo e Robert Barrar, documentário, Espanha/EUA, 2018. Na Espanha há uma Lei de Anistia (Ley de Olvido) que isenta de punição todos que cometeram crimes durante a ditadura franquista, que durou quase 40 anos. Porém, há o entendimento de que há Crimes Contra a Humanidade, imprescritíveis, para os quais não se aplicaria esta lei. O documentário mostra o caminho tortuoso trilhado por espanhóis, a partir de 2010, para que alguns dos responsáveis por estes crimes sejam punidos. Produção de Almodóvar. Não esqueçamos que o Brasil produziu lei semelhante, contestada na OEA e na ONU.
- Querido Menino (Beautiful Boy). Bom. De Felix Van Groeningen, baseado em fatos reais, EUA, 2018. As experiências de uma família atingida pelo problema das drogas. Realmente, devastador... Nos EUA, segundo relato no filme, a maior parte das mortes até os 50 anos se devem à overdose.
- Dogman. Bom a Muito Bom. De Matteo Garrone, ficção, Itália/França. Quem via 'Gomorra' no cinema, ou 'Suburra' na Netflix, identificará a mesma atmosfera quase surreal de extrema violência na Itália. Roteiro e atores precisos. História quase sufocante. Impressiona !
- Todos já Sabem (Todos lo Sabem). Regular. De Asghar Farhadi, ficção, Espanha/França/Itália, 2018. O diretor iraniano, dos excelentes 'O Apartamento' e 'A Separação', agora, em minha opinião, não foi muito feliz. Faltou consistência e vida ao roteiro, e as atuações de ótimos atores não foram muito verossímeis. Darín, num papel bisonho, estava irreconhecível. Quase um desperdício de tanta gente competente.
- A Mula (The Mule). Regular a Bom. De Clint Eastwood, ficção baseada em história real, EUA, 2018. Interessante história, Clint Eastwood em muito boa atuação, mas o roteiro escolhe o caminho mais fácil, burocrático, e prejudica o resultado.
- No Portal da Eternidade (At Eternity's Gate). Regular a Bom. De Julian Schnabel, baseado na vida do pintor Van Gogh, Suíça/Irlanda/Reino Unido/França/EUA, 2018. Roteiro apresenta a história de forma excessivamente fragmentada. Willem Dafoe, como Van Gogh, muito bem !
- Se a Rua Beale falasse (If Beale Street could talk). Fraco a Regular. De Barry Jenkins, ficção baseada em romance de James Baldwin, EUA, 2018. A questão central é o racismo, infelizmente ainda presente nos EUA. No caso, Nova Iorque, anos 1970. Pois é, Nova Iorque !! Imaginemos no resto dos EUA ?? Porém, o roteiro lento, que em minha opinião dá desnecessárias voltas, cobra pesado preço ao filme, e se traduz em resultado arrastado. Pena...
- Guerra Fria (Zimna Wojna). Bom a Muito Bom. De Pawel Pawlikowski, ficção, Polônia/Reino Unido/França, 2018. O diretor polonês, mais uma vez, nos presenteia com roteiro muito bom, atuações precisas e fotografia em preto e branco que arrebata e arrebenta. OK, pra mim seu filme "Ida" é melhor, mas ele faz um belo paralelo entre o título 'Guerra Fria' e este período cinzento da História, as oposições entre a atmosfera sombria e a música na Polônia e o jazz e a alegria em Paris, e revela os traços que apontam para o desmoronar dos regimes na Europa Oriental.
- Vice. Bom. De Adam McKay, ficção baseada na trajetória de Dick Cheney, vice presidente de George Bush (aquele que iniciou a invasão do Iraque em 2003), EUA, 2018. O filme é Christian Bale. O cara incorpora o jeito truculento, atropelador, maneirismos de Dick Cheney, de uma forma que prova que recebeu ajuda e inspiração do próprio satanás, como disse Bale ao ser premiado no Globo de Ouro como melhor ator. O roteiro surpreende e inova.
- A Favorita (The Favourite). Regular a Bom. De Yorgos Lanthimos, ficção, EUA/Reino Unido, 2018. Roteiro razoável, recursos de fotografia especiais (Go-Pro ??), intrigas na corte inglesa à época do famoso Duque de Malborough, atuações mais que precisas de Rachel Weisz e Emma Stone
- A Esposa (The Wife). Regular. De Björn Runge, ficção, Reino Unido/Suécia/EUA, 2017. O roteiro é irregular. Pontos altos: as interpretações de Glenn Close e Jonathan Pryce.
- Assunto de Família (Manbiki kasoku). Regular a Bom. De Hirokazu Koreeda, ficção, Japão, 2018. Koreeda, em tese, tem procurado retratar um Japão que 'não aparece nas telas do radar' da sociedade japonesa. Uma "família" bizarra, montada pelo oportunismo, que sobrevive como pode. Confesso que o ritmo não funcionou muito bem, para mim. Preferi outro trabalho do diretor, "Ninguém Pode Saber", o qual também retrata uma situação fora do padrão de normalidade japonês.
- Green Book: o guia (Green book). Bom. De Peter Farrelly, baseado em história real, EUA, 2018. Os caras pegaram ótima história real, e construíram muito bom roteiro. Atuações precisas ajudam.
- Cafarnaum (Capharnaüm). Muito Bom. De Nadine Labaki, ficção, Líbano, 2018. Impactante ! Preciso olhar sobre as misérias terceiro-mundistas, que assombram a maior parte do mundo. A história ocorre no Líbano, mas poderia ocorrer numa miríade de outros lugares, sem prejuízo pro resultado. Ótimo roteiro, atuações gigantes !
- O Confeiteiro (The cakemaker). Bom a Muito Bom. De Ofir Raul Graizer, ficção, Alemanha/Israel, 2017. Junte um imaginativo argumento, com história que fuja do lugar comum, roteirizado de forma competente, e temos um filme acima da média, mais do que bom. Boa discussão nos dias de hoje.
- Culpa (Den Skyldige). Muito Bom ! De Gustav Möller, ficção, Dinamarca, 2018. Aprendi, há uma boa quantidade de anos, com parente da cineasta alemã Leni Riefenstahl, que cinema é roteiro. Enfie dezenas de milhões num mau roteiro, o resultado será uma bomba, não importa a grana. Exemplo ?? "Waterworld". Mas bom roteiro é sinônimo de bom cinema. No caso, "Culpa", um ótimo roteiro se traduz, de forma inapelável, em ótimo filme. Não revelarei mais nada sobre o filme, somente que é uma aula de roteiro. Vejam, e descubram !! Ponto !
- A Vida em Si (Life Itself). Fraco. De Dan Fogelman, ficção, EUA, 2018. Pra mim não funcionou, pois o roteiro abusa dos lugares comuns, dos formatos já vistos.
- Maria Callas - Em suas própria palavras (Maria by Callas). Bom. De Tom Volf, documentário, França, 2017. A vida de Callas impressiona. Não sou fã de ópera, e pouco conhecia da vida de Callas, mas impressiona. Para os fãs, então...
- A pé ele não vai longe (Don't worry, he won't get far on foot. Bom. De Gus Van Sant, baseado em história real, EUA/França, 2018. Pegaram uma bizarra e divertida história, e dela Van Sant fez um belo filme. Joaquim Phoenix inspirado.
- Colette. Regular. De Wash Westmoreland, inspirado em história real, EUA/Reino Unido, 2018. A personagem é fantástica, mas o roteiro, e mesmo os atores, não ajudam, o que compromete o resultado. Um pouco longo, também.
- Asako I & II (Netemo sametemo). Regular. De Ryusuke Hamaguchi, ficção, Japão, 2018.Roteiro dá algumas voltas muito longas, e, em minha opinião, prejudica o resultado. A ideia é interessante, mas....
- Roma – Netflix. Excelente ! De Alfonso Cuarón, ficção, México/EUA, 2018. Ótimo roteiro, fotografia em preto e branco soberba, tensão crescente na história, México, 1970. Aula de cinema. Leão de Ouro, Festival de Veneza. Incrivelmente, o filme foi proibido de competir em Cannes, devido à decisão do festival em banir filmes da Netflix do evento.
- Utoya - 22 de Julho (U - July 22). Bom. De Erik Poppe, baseado em história real, Noruega, 2018. Os hediondos massacres ocorridos na Noruega em 2011 são retratadas sob a perspectiva ficcionada de um personagem, o que confere intensidade ao roteiro. O filme 22 de Julho, na Netflix, sobre o mesmo tema, possui abordagem mais abrangente e, para mim, é melhor.
- Infiltrado na Klan (Blackkklansman). Bom a Muito Bom. De Spike Lee, baseado em história real, EUA, 2018. Um bom roteiro precisa de uma boa história. É o caso aqui. O inacreditável é que estas maluquices ainda existem nos EUA, onde são mesmo estimuladas pela leniência de muitos, inclusive pelo bisonho presidente Trump.
- A Casa que Jack Construiu (The House that Jack built). Regular. De Lars Von Trier, ficção, Dinamarca/França/Suécia/Alemanha, 2018. O polêmico Von Trier, do movimento "Dogma 95", agora apresenta bem construído personagem vivido por Matt Dillon, no papel de um serial killer. Há um problema, porém. O filme é excessivamente longo. Bastaria cortar, sem prejuízo, uns 40 minutos, talvez, e o resultado seria bem melhor.
- Museu (Museo). Fraco a Regular. De Alonso Ruizpalacios, baseado em história real, México, 2018. Tinha grandes expectativas, Gael Bernal atuava, mas elas não deram em muita coisa. OK, o roteiro e mesmo a fotografia têm seus momentos imaginativos, a história original é boa, mas, para mim, não funcionou. Pena !
- Bohemian Rhapsody. Bom. De Byan Singer, baseado na vida do vocalista da banda Queen, Freddie Mercury, EUA, 2018. OK, é quase um filme para os fãs do Queen. Mas interessa, pelo resgate de sua interessante história, e da impressionante carreira da banda. Vale !
- Festival de Cinema do Rio 2018 - A Valsa de Waldheim (Waldheim Walzer). Bom a Muito Bom. De Ruth Beckermann, documentário, Áustria, 2018. Waldheim foi secretário-geral da ONU de 1972 a 1981, e presidente da Áustria de 1986 a 1992. Há um passado escondido, mesmo sonegado por Waldheim, sobre sua atuação na II Guerra. Ele é revirado pela documentarista Beckermann. Revelações surpreendentes, assim como uma sacudida no papel de mera "invadida" pelos alemães nazistas em 1938, papel assumido pela Áustria, e pelos aliados.
- O Primeiro Homem (First Man). Bom. De Damien Chazelle, ficção, baseada em fatos reais, 2018. Interessante relato da trajetória do primeiro astronauta a pisar na superfície lunar, Neil Amstrong, ao mesmo tempo que apresenta o gigantesco esforço realizado pelos EUA na corrida espacial e sua disputa com a União Soviética.
- Um Dia (Egy nap). Bom. De Zsófia Szilágy, ficção, Hungria, 2018. Muito bom roteiro descreve um dia da rotina quase inacreditável de uma mãe húngara, enquanto tenta administrar seu casamento.
- Os Invisíveis (Die Unsichtbaren). Bom. De Claus Räfle, docudrama, Alemanha, 2017. A saga quase inacreditável de pouco mais de 7.000 judeus alemães que, escondidos, permanecem em Berlim durante a II Guerra, e tentam sobreviver. Mistura dramatização com depoimentos reais. Ao final, sobreviveram pouco mais de 1.000 judeus alemães. Um pedaço quase desconhecido do Holocausto. Vale conferir !
- Uma noite em 12 anos (la noche de 12 años). Bom. De Álvaro Brechner, baseado na história real de 03 presos políticos no Uruguai, um deles, o ex-presidente Mujica, Uruguai/Argentina/Espanha, 2018. A impressionante história da prisão, na qual ficaram 12 anos, de 03 uruguaios que resistiram à ditadura em seu país, membros dos Tupamaros, e sobreviveram para entrar na História. Um deles, Mujica, se tornou presidente do Uruguai.
- Marvin (Marvin ou la belle educatión). Bom. De Anne Fontaine, ficção, França, 2018. Bom roteiro e boa direção, que conduzem o filme com sensibilidade.
- O Paciente - O caso Tancredo Neves. Bom. De Sergio Rezende, baseado na história real dos últimos dias de Tancredo, Brasil, 2017. Resgate deste momento, crítico na História do Brasil, e que frustrou muitos, mesmo mudou nossa História. Bizarro vivermos hoje outro momento tão crítico.
- Sem Data, Sem Assinatura (Bedoune tarikh, bedoune emza). Bom a Muito Bom. De Vahid Jalilvand, ficção, Irã, 2017. Melhor diretor no Festival de Veneza por este filme. Roteiro preciso, que revela, ou sonega, paulatinamente, cada momento do filme, num crescendo de tensão. A fotografia também é especial. Alinhado com outros filmes iranianos, cujos roteiros são muito bons.
- Ferrugem. Bom. De Aly Muritiba, ficção, Brasil, 2018. Bom roteiro, com bom desenvolvimento, e história, infelizmente, muito atual. Os adolescentes do elenco dão conta do recado, com competência.
- As Herdeiras (Las Herederas). Bom. De Marcelo Martinessi, ficção, Paraguai/Alemanha/Uruguai/Brasil/Noruega/França, 2018. Ótima surpresa do cinema pouco conhecido (por mim) do Paraguai. Roteiro competente, história com moderna abordagem, boas atuações, direção competente. Funcionou. Produção pra lá de multinacional !
- Escobar - A Traição (Loving Pablo). Regular. De Fernando León de Aranoa, baseado em história real, Espanha/Bulgária, 2017. Interessante, mas sem ineditismo (para quem viu a série Narcos), que apesar da boa atuação de Javier Bardem, por ser falado em inglês (???), perde MUITO. Penépole Cruz, caricata, pra mim não funcionou. Pena. É preciso dizer, porém, que Bardem faz um Escobar muito mais convincente que Wagner Moura.
- Benzinho. Bom a Muito Bom. De Gustavo Pizzi, ficção, Brasil/Uruguai/Alemanha, 2017. Muito bom roteiro, situações factíveis, universais, tudo somado a ótimas atuações, principalmente de Karine Teles. Não é à toa que está detonando no mercado internacional.
- A outra mulher (Amoureux de ma femme). Fraco a Regular. De Daniel Auteuil (primeiro trabalho como diretor ??), ficção, França, 2018. Daniel Auteuil dirigindo ? Deve ser bom ! Daniel Auteuil e Gérard Depardieu no elenco deveriam assegurar o resultado. Infelizmente, não... Alguns risos, alguma diversão, mas é o que sobra ao roteiro. No terço final, desanda. Pena ! Estava com muitas expectativas.
- Tesnota. Regular a Bom. De Kantemir Balagov, ficção, Rússia, 2017. Há algumas lacunas no roteiro, mas a história flui, bem contada. Falta uma melhor contextualização ao momento que vivia a Rússia, pouco depois do final da União Soviética. De qualquer modo, merece ser conferido.
- Você nunca esteve realmente aqui (You were never really here). Regular a Bom. De Lynne Ramsey, ficção, Reino Unido/França/Estados Unidos, 2017. Roteiro conta a história de forma fragmentada, e inova, mas talvez justamente aí haja algum problema. Joaquin Phoenix em muito bom desempenho.
- A Festa (The Party). Fraco a Regular. De Sally Potter, Reino Unido, 2017. O formato prometia, mas os personagens, em sua maioria, não são convincentes. O roteiro, para mim, também não funcionou muito bem. Há algo fake no filme, que não se sustenta, aproveitando a onda Trump. Li uma crítica que informava que o filme faria referências aos momentos pós Brexit, pós Trump... Não vi nada disso, mas...
- Lámen Shop (Ramen Teh). Bom. De Eric Khoo, ficção, Cingapura/Japão/França, 2018. Roteiro é previsível, mas o filme é simpático. Deu vontade de comer em uma Lámen Shop...
- Bergman - 100 anos (Bergman ett ar, ett liv). Bom a Muito Bom. De Jane Magnusson, documentário, Suécia/Noruega, 2018. Vale por revelar um pouco do complexo e brilhante diretor sueco, com vasta e intensa produção para cinema e teatro. Ele é, verdadeiramente, um marco para o cinema mundial.
- Ilha dos Cachorros (Isle of Dogs). Bom. De Wes Anderson, animação, Alemanha/EUA, 2018. História imaginativa, onde cachorros parecem ser mais sensatos que os humanos (faz sentido), e nos brindam com bizarramente surreais diálogos.
- O Anjo (El ángel). Regular a Bom. De Luis Ortega, baseado em história real, Argentina/Espanha, 2018. História de um criminoso que roubou e matou na Argentina, anos 1970. A frieza impressiona, mas, em minha opinião, faltou algo na construção deste personagem quase inacreditável, o que traz problemas para o resultado final.
- Um Amor Inesperado (El Amor menos Pensado). Bom. De Juan Vera, ficção, Argentina, 2018. Ricardo Darín volta a atacar ! Darín, quase sempre, é sinônimo de bom cinema. E os argentinos sabem fazer bom cinema. Não é o melhor Darín, OK, mas vale !! Para os fãs de Darín, e pra quem gosta de cinema.
- Minha Obra-Prima (Mi Obra-Maestra). Bom a Muito Bom. De Gastón Duprat, ficção, Argentina/Espanha, 2018. Aprendi com descendente da Leni Riefenstahl que cinema bom começa com bom roteiro. Nossos hermanos, neste filme, nos brindaram com roteiro muito bom. Resultado: o filme entregue é muito bom. Os caras sabem fazer cinema, porque, pra início de conversa, fazem bons roteiros. Temos muito, aqui no Brasil, a aprender com nossos hermanos.
- Um Ato de Esperança (The Children Act). Regular. De Richard Eyre, ficção baseada em livro de Ian McEwan, que também é o roteirista, EUA/Reino Unido, 2017. O filme não funciona. Há situações que não se sustentam, que são frágeis. Talvez a coisa tenha funcionado no livro. Talvez. Emma Thompson muito bem, mas não é o suficiente.
- Pastor Cláudio. Regular a Bom. De Beth Formaggini, documentário, Brasil, 2017. Apresenta o depoimento de um agente da repressão à época da ditadura militar no Brasil. Hoje, um pastor, é a imagem da frieza e da banalidade frente aos crimes cometidos, meros cumprimentos do dever. Mesmo bizarro. Crimes blindados pela controversa Lei da Anistia. 'Banalidade do Mal', o termo cunhado por Hanna Arendt ? Talvez....
- O Silêncio dos Outros (El Silencio de Otros). Bom a Muito Bom. De Almudena Caracedo e Robert Barrar, documentário, Espanha/EUA, 2018. Na Espanha há uma Lei de Anistia (Ley de Olvido) que isenta de punição todos que cometeram crimes durante a ditadura franquista, que durou quase 40 anos. Porém, há o entendimento de que há Crimes Contra a Humanidade, imprescritíveis, para os quais não se aplicaria esta lei. O documentário mostra o caminho tortuoso trilhado por espanhóis, a partir de 2010, para que alguns dos responsáveis por estes crimes sejam punidos. Produção de Almodóvar. Não esqueçamos que o Brasil produziu lei semelhante, contestada na OEA e na ONU.
- Querido Menino (Beautiful Boy). Bom. De Felix Van Groeningen, baseado em fatos reais, EUA, 2018. As experiências de uma família atingida pelo problema das drogas. Realmente, devastador... Nos EUA, segundo relato no filme, a maior parte das mortes até os 50 anos se devem à overdose.
- Dogman. Bom a Muito Bom. De Matteo Garrone, ficção, Itália/França. Quem via 'Gomorra' no cinema, ou 'Suburra' na Netflix, identificará a mesma atmosfera quase surreal de extrema violência na Itália. Roteiro e atores precisos. História quase sufocante. Impressiona !
- Todos já Sabem (Todos lo Sabem). Regular. De Asghar Farhadi, ficção, Espanha/França/Itália, 2018. O diretor iraniano, dos excelentes 'O Apartamento' e 'A Separação', agora, em minha opinião, não foi muito feliz. Faltou consistência e vida ao roteiro, e as atuações de ótimos atores não foram muito verossímeis. Darín, num papel bisonho, estava irreconhecível. Quase um desperdício de tanta gente competente.
- A Mula (The Mule). Regular a Bom. De Clint Eastwood, ficção baseada em história real, EUA, 2018. Interessante história, Clint Eastwood em muito boa atuação, mas o roteiro escolhe o caminho mais fácil, burocrático, e prejudica o resultado.
- No Portal da Eternidade (At Eternity's Gate). Regular a Bom. De Julian Schnabel, baseado na vida do pintor Van Gogh, Suíça/Irlanda/Reino Unido/França/EUA, 2018. Roteiro apresenta a história de forma excessivamente fragmentada. Willem Dafoe, como Van Gogh, muito bem !
- Se a Rua Beale falasse (If Beale Street could talk). Fraco a Regular. De Barry Jenkins, ficção baseada em romance de James Baldwin, EUA, 2018. A questão central é o racismo, infelizmente ainda presente nos EUA. No caso, Nova Iorque, anos 1970. Pois é, Nova Iorque !! Imaginemos no resto dos EUA ?? Porém, o roteiro lento, que em minha opinião dá desnecessárias voltas, cobra pesado preço ao filme, e se traduz em resultado arrastado. Pena...
- Guerra Fria (Zimna Wojna). Bom a Muito Bom. De Pawel Pawlikowski, ficção, Polônia/Reino Unido/França, 2018. O diretor polonês, mais uma vez, nos presenteia com roteiro muito bom, atuações precisas e fotografia em preto e branco que arrebata e arrebenta. OK, pra mim seu filme "Ida" é melhor, mas ele faz um belo paralelo entre o título 'Guerra Fria' e este período cinzento da História, as oposições entre a atmosfera sombria e a música na Polônia e o jazz e a alegria em Paris, e revela os traços que apontam para o desmoronar dos regimes na Europa Oriental.
- Vice. Bom. De Adam McKay, ficção baseada na trajetória de Dick Cheney, vice presidente de George Bush (aquele que iniciou a invasão do Iraque em 2003), EUA, 2018. O filme é Christian Bale. O cara incorpora o jeito truculento, atropelador, maneirismos de Dick Cheney, de uma forma que prova que recebeu ajuda e inspiração do próprio satanás, como disse Bale ao ser premiado no Globo de Ouro como melhor ator. O roteiro surpreende e inova.
- A Favorita (The Favourite). Regular a Bom. De Yorgos Lanthimos, ficção, EUA/Reino Unido, 2018. Roteiro razoável, recursos de fotografia especiais (Go-Pro ??), intrigas na corte inglesa à época do famoso Duque de Malborough, atuações mais que precisas de Rachel Weisz e Emma Stone
- A Esposa (The Wife). Regular. De Björn Runge, ficção, Reino Unido/Suécia/EUA, 2017. O roteiro é irregular. Pontos altos: as interpretações de Glenn Close e Jonathan Pryce.
- Assunto de Família (Manbiki kasoku). Regular a Bom. De Hirokazu Koreeda, ficção, Japão, 2018. Koreeda, em tese, tem procurado retratar um Japão que 'não aparece nas telas do radar' da sociedade japonesa. Uma "família" bizarra, montada pelo oportunismo, que sobrevive como pode. Confesso que o ritmo não funcionou muito bem, para mim. Preferi outro trabalho do diretor, "Ninguém Pode Saber", o qual também retrata uma situação fora do padrão de normalidade japonês.
- Green Book: o guia (Green book). Bom. De Peter Farrelly, baseado em história real, EUA, 2018. Os caras pegaram ótima história real, e construíram muito bom roteiro. Atuações precisas ajudam.
- Cafarnaum (Capharnaüm). Muito Bom. De Nadine Labaki, ficção, Líbano, 2018. Impactante ! Preciso olhar sobre as misérias terceiro-mundistas, que assombram a maior parte do mundo. A história ocorre no Líbano, mas poderia ocorrer numa miríade de outros lugares, sem prejuízo pro resultado. Ótimo roteiro, atuações gigantes !
- O Confeiteiro (The cakemaker). Bom a Muito Bom. De Ofir Raul Graizer, ficção, Alemanha/Israel, 2017. Junte um imaginativo argumento, com história que fuja do lugar comum, roteirizado de forma competente, e temos um filme acima da média, mais do que bom. Boa discussão nos dias de hoje.
- Culpa (Den Skyldige). Muito Bom ! De Gustav Möller, ficção, Dinamarca, 2018. Aprendi, há uma boa quantidade de anos, com parente da cineasta alemã Leni Riefenstahl, que cinema é roteiro. Enfie dezenas de milhões num mau roteiro, o resultado será uma bomba, não importa a grana. Exemplo ?? "Waterworld". Mas bom roteiro é sinônimo de bom cinema. No caso, "Culpa", um ótimo roteiro se traduz, de forma inapelável, em ótimo filme. Não revelarei mais nada sobre o filme, somente que é uma aula de roteiro. Vejam, e descubram !! Ponto !
- A Vida em Si (Life Itself). Fraco. De Dan Fogelman, ficção, EUA, 2018. Pra mim não funcionou, pois o roteiro abusa dos lugares comuns, dos formatos já vistos.
- Maria Callas - Em suas própria palavras (Maria by Callas). Bom. De Tom Volf, documentário, França, 2017. A vida de Callas impressiona. Não sou fã de ópera, e pouco conhecia da vida de Callas, mas impressiona. Para os fãs, então...
- A pé ele não vai longe (Don't worry, he won't get far on foot. Bom. De Gus Van Sant, baseado em história real, EUA/França, 2018. Pegaram uma bizarra e divertida história, e dela Van Sant fez um belo filme. Joaquim Phoenix inspirado.
- Colette. Regular. De Wash Westmoreland, inspirado em história real, EUA/Reino Unido, 2018. A personagem é fantástica, mas o roteiro, e mesmo os atores, não ajudam, o que compromete o resultado. Um pouco longo, também.
- Asako I & II (Netemo sametemo). Regular. De Ryusuke Hamaguchi, ficção, Japão, 2018.Roteiro dá algumas voltas muito longas, e, em minha opinião, prejudica o resultado. A ideia é interessante, mas....
- Roma – Netflix. Excelente ! De Alfonso Cuarón, ficção, México/EUA, 2018. Ótimo roteiro, fotografia em preto e branco soberba, tensão crescente na história, México, 1970. Aula de cinema. Leão de Ouro, Festival de Veneza. Incrivelmente, o filme foi proibido de competir em Cannes, devido à decisão do festival em banir filmes da Netflix do evento.
- Utoya - 22 de Julho (U - July 22). Bom. De Erik Poppe, baseado em história real, Noruega, 2018. Os hediondos massacres ocorridos na Noruega em 2011 são retratadas sob a perspectiva ficcionada de um personagem, o que confere intensidade ao roteiro. O filme 22 de Julho, na Netflix, sobre o mesmo tema, possui abordagem mais abrangente e, para mim, é melhor.
- Infiltrado na Klan (Blackkklansman). Bom a Muito Bom. De Spike Lee, baseado em história real, EUA, 2018. Um bom roteiro precisa de uma boa história. É o caso aqui. O inacreditável é que estas maluquices ainda existem nos EUA, onde são mesmo estimuladas pela leniência de muitos, inclusive pelo bisonho presidente Trump.
- A Casa que Jack Construiu (The House that Jack built). Regular. De Lars Von Trier, ficção, Dinamarca/França/Suécia/Alemanha, 2018. O polêmico Von Trier, do movimento "Dogma 95", agora apresenta bem construído personagem vivido por Matt Dillon, no papel de um serial killer. Há um problema, porém. O filme é excessivamente longo. Bastaria cortar, sem prejuízo, uns 40 minutos, talvez, e o resultado seria bem melhor.
- Museu (Museo). Fraco a Regular. De Alonso Ruizpalacios, baseado em história real, México, 2018. Tinha grandes expectativas, Gael Bernal atuava, mas elas não deram em muita coisa. OK, o roteiro e mesmo a fotografia têm seus momentos imaginativos, a história original é boa, mas, para mim, não funcionou. Pena !
- Bohemian Rhapsody. Bom. De Byan Singer, baseado na vida do vocalista da banda Queen, Freddie Mercury, EUA, 2018. OK, é quase um filme para os fãs do Queen. Mas interessa, pelo resgate de sua interessante história, e da impressionante carreira da banda. Vale !
- Festival de Cinema do Rio 2018 - A Valsa de Waldheim (Waldheim Walzer). Bom a Muito Bom. De Ruth Beckermann, documentário, Áustria, 2018. Waldheim foi secretário-geral da ONU de 1972 a 1981, e presidente da Áustria de 1986 a 1992. Há um passado escondido, mesmo sonegado por Waldheim, sobre sua atuação na II Guerra. Ele é revirado pela documentarista Beckermann. Revelações surpreendentes, assim como uma sacudida no papel de mera "invadida" pelos alemães nazistas em 1938, papel assumido pela Áustria, e pelos aliados.
- O Primeiro Homem (First Man). Bom. De Damien Chazelle, ficção, baseada em fatos reais, 2018. Interessante relato da trajetória do primeiro astronauta a pisar na superfície lunar, Neil Amstrong, ao mesmo tempo que apresenta o gigantesco esforço realizado pelos EUA na corrida espacial e sua disputa com a União Soviética.
- Um Dia (Egy nap). Bom. De Zsófia Szilágy, ficção, Hungria, 2018. Muito bom roteiro descreve um dia da rotina quase inacreditável de uma mãe húngara, enquanto tenta administrar seu casamento.
- Os Invisíveis (Die Unsichtbaren). Bom. De Claus Räfle, docudrama, Alemanha, 2017. A saga quase inacreditável de pouco mais de 7.000 judeus alemães que, escondidos, permanecem em Berlim durante a II Guerra, e tentam sobreviver. Mistura dramatização com depoimentos reais. Ao final, sobreviveram pouco mais de 1.000 judeus alemães. Um pedaço quase desconhecido do Holocausto. Vale conferir !
- Uma noite em 12 anos (la noche de 12 años). Bom. De Álvaro Brechner, baseado na história real de 03 presos políticos no Uruguai, um deles, o ex-presidente Mujica, Uruguai/Argentina/Espanha, 2018. A impressionante história da prisão, na qual ficaram 12 anos, de 03 uruguaios que resistiram à ditadura em seu país, membros dos Tupamaros, e sobreviveram para entrar na História. Um deles, Mujica, se tornou presidente do Uruguai.
- Marvin (Marvin ou la belle educatión). Bom. De Anne Fontaine, ficção, França, 2018. Bom roteiro e boa direção, que conduzem o filme com sensibilidade.
- O Paciente - O caso Tancredo Neves. Bom. De Sergio Rezende, baseado na história real dos últimos dias de Tancredo, Brasil, 2017. Resgate deste momento, crítico na História do Brasil, e que frustrou muitos, mesmo mudou nossa História. Bizarro vivermos hoje outro momento tão crítico.
- Sem Data, Sem Assinatura (Bedoune tarikh, bedoune emza). Bom a Muito Bom. De Vahid Jalilvand, ficção, Irã, 2017. Melhor diretor no Festival de Veneza por este filme. Roteiro preciso, que revela, ou sonega, paulatinamente, cada momento do filme, num crescendo de tensão. A fotografia também é especial. Alinhado com outros filmes iranianos, cujos roteiros são muito bons.
- Ferrugem. Bom. De Aly Muritiba, ficção, Brasil, 2018. Bom roteiro, com bom desenvolvimento, e história, infelizmente, muito atual. Os adolescentes do elenco dão conta do recado, com competência.
- As Herdeiras (Las Herederas). Bom. De Marcelo Martinessi, ficção, Paraguai/Alemanha/Uruguai/Brasil/Noruega/França, 2018. Ótima surpresa do cinema pouco conhecido (por mim) do Paraguai. Roteiro competente, história com moderna abordagem, boas atuações, direção competente. Funcionou. Produção pra lá de multinacional !
- Escobar - A Traição (Loving Pablo). Regular. De Fernando León de Aranoa, baseado em história real, Espanha/Bulgária, 2017. Interessante, mas sem ineditismo (para quem viu a série Narcos), que apesar da boa atuação de Javier Bardem, por ser falado em inglês (???), perde MUITO. Penépole Cruz, caricata, pra mim não funcionou. Pena. É preciso dizer, porém, que Bardem faz um Escobar muito mais convincente que Wagner Moura.
- Benzinho. Bom a Muito Bom. De Gustavo Pizzi, ficção, Brasil/Uruguai/Alemanha, 2017. Muito bom roteiro, situações factíveis, universais, tudo somado a ótimas atuações, principalmente de Karine Teles. Não é à toa que está detonando no mercado internacional.
- A outra mulher (Amoureux de ma femme). Fraco a Regular. De Daniel Auteuil (primeiro trabalho como diretor ??), ficção, França, 2018. Daniel Auteuil dirigindo ? Deve ser bom ! Daniel Auteuil e Gérard Depardieu no elenco deveriam assegurar o resultado. Infelizmente, não... Alguns risos, alguma diversão, mas é o que sobra ao roteiro. No terço final, desanda. Pena ! Estava com muitas expectativas.
- Tesnota. Regular a Bom. De Kantemir Balagov, ficção, Rússia, 2017. Há algumas lacunas no roteiro, mas a história flui, bem contada. Falta uma melhor contextualização ao momento que vivia a Rússia, pouco depois do final da União Soviética. De qualquer modo, merece ser conferido.
- Você nunca esteve realmente aqui (You were never really here). Regular a Bom. De Lynne Ramsey, ficção, Reino Unido/França/Estados Unidos, 2017. Roteiro conta a história de forma fragmentada, e inova, mas talvez justamente aí haja algum problema. Joaquin Phoenix em muito bom desempenho.
- A Festa (The Party). Fraco a Regular. De Sally Potter, Reino Unido, 2017. O formato prometia, mas os personagens, em sua maioria, não são convincentes. O roteiro, para mim, também não funcionou muito bem. Há algo fake no filme, que não se sustenta, aproveitando a onda Trump. Li uma crítica que informava que o filme faria referências aos momentos pós Brexit, pós Trump... Não vi nada disso, mas...
- Lámen Shop (Ramen Teh). Bom. De Eric Khoo, ficção, Cingapura/Japão/França, 2018. Roteiro é previsível, mas o filme é simpático. Deu vontade de comer em uma Lámen Shop...
- Bergman - 100 anos (Bergman ett ar, ett liv). Bom a Muito Bom. De Jane Magnusson, documentário, Suécia/Noruega, 2018. Vale por revelar um pouco do complexo e brilhante diretor sueco, com vasta e intensa produção para cinema e teatro. Ele é, verdadeiramente, um marco para o cinema mundial.
- Ilha dos Cachorros (Isle of Dogs). Bom. De Wes Anderson, animação, Alemanha/EUA, 2018. História imaginativa, onde cachorros parecem ser mais sensatos que os humanos (faz sentido), e nos brindam com bizarramente surreais diálogos.
- Hannah. Bom. De Andrea Pallaoro, ficção, Itália/França/Bélgica, 2017. Muito bom roteiro, que mais sonega do que revela da história, que funciona com a precisa, e que impressiona, atuação de Charlotte Rampling.
- Uma
Casa à Beira-Mar (La villa). Regular a Bom. De Robert Guédiguian, ficção,
França, 2017. Problemas atuais, com uma cara tipicamente francesa. Talvez
escorregue um pouco, mas funciona.
- Dedo
na Ferida. Muito Ruim. De Silvio Tendler, documentário, Brasil, 2017. Faço “bicos” de graça
pro “Cahiers du Cinéma”, mas desta vez eles exageraram. Pediram que eu visse o
filme do Tendler, que era isso, aquilo, blá, blá, blá... Primeira surpresa: não
era documentário, como a sinopse afirmava. Era ficção científica, “B”, da pior
qualidade. Os caras juntaram uns depoimentos, muitos sem pé nem cabeça, alguns
risíveis, que tentavam explicar a crise no Brasil como ocasionada pelos juros
pagos aos bancos e a concentração bancária. Nada sobre as aloprices do PT e da Dilma... Faltou colocar o depoimento da
Dilma, pra coroar !
- Nos
Vemos no Paraíso (Au revoir là-haut). Bom. De Albert Dupontel, ficção,
França/Canadá, 2017. Bom roteiro, poesia, bela fotografia. Resultado ? Bom
filme !
- Oh
Lucy ! Regular a Bom. De Atsuko Hirayanagi, ficção, Japão/EUA, 2016. Pequeno
retrato das incongruências da sociedade japonesa.
- Desobediência (Disobedience). Bom. De Sebastián Lelio, ficção, Irlanda/Reino Unido/EUA, 2018. Bom roteiro e boa direção abordam os absurdos que as ortodoxias e tradições caducas representam. Rachel Weisz, como de hábito, muito bem.
- Festival Varilux de Cinema Francês 2018: Custódia (Jusqu'à la Garde). Bom a Muito Bom. De Xavier Legrand, ficção, França, 2017. Roteiro e direção muito competentes abordam a relação de casal separado, com filhos. Tensão.
- Festival Varilux de Cinema Francês 2018: O Amante Duplo (L'Amant Double). Fraco a Regular. De François Ozon, ficção, França/Bélgica, 2017. OK, adoro François Ozon, mas acho que desta vez ele enveredou por caminhos pouco inspirados e almejou voos impossíveis... Roteiro pouco convincente.
- Festival Varilux de Cinema Francês 2018: O Orgulho (Le Brio). Regular. De Ivan Attal, ficção, França/Bélgica, 2017. História sem muita inspiração, mas vale ver Daniel Auteuil (não o via nas telas havia um bom tempo).
- Festival Varilux de Cinema Francês 2018: Promessa ao Amanhecer (La Promesse de L´aube). Bom. De Eric Barbier, ficção, inspirada da vida do premiado escritor Romain Gary, França, 2018. Roteiro acompanha, e conta de uma forma quase poética, a história quase inacreditável do escritor, e sua bizarra relação com a mãe.
- Festival Varilux de Cinema Francês 2018: Primavera em Casablanca (Razzia). Bom. De
Nabil Ayouchl, ficção, França, 2018. Várias histórias e personagens, momentos diferentes, que de alguma forma se cruzam. Pano de fundo: Marrocos, em tese dos mais liberais países do mundo árabe, mas que vive crise de identidade, e econômica, o que poderia levar a caminhos ortodoxos e imprevisíveis.
- A Morte de Stalin (The Death of Stalin). Regular. De Armando Iannucci, ficção, inspirada em fatos reais, França/Reino Unido, 2018. Com humor e viés crítico relata momento crítico da União Soviética, ao mesmo tempo que sacode os governos totalitários. Podia ser melhor, mas diverte.
- Tully. Bom. De Jason Reitman, ficção, EUA, 2017. Bom roteiro nas mãos, e ótima atriz como protagonista, Charlize Theron. Surpreende.
- Dovlatov. Fraco a Regular. De Aleksey German, baseado na vida de Sergei Dovlatov, Rússia/Polônia/Sérvia, 2018. Eles tinham um bom material nas mãos, a vida de um escritor que não consegue publicar, pois assim não o deseja o regime soviético. Vive à margem da vida na União Soviética, verdadeiro pária. O roteiro, porém, por limitar sua abordagem, prejudica muito o resultado.
- Anna Karenina: a história de Vronsky (Anna Karenina - Istoriya Vronskogo). Regular. De Karen Shakhnazarov, ficção, Rússia, 2017. Baseado no clássico de Tolstoi. Inova ao trazer a visão de Vronsky, mas, em minha opinião, o ritmo que o roteiro imprime não funciona.
- Os Fantasmas de Ismael (Les Fanomes d'Ismaël). Fraco. De Arnaud Desplechin, ficção, França, 2017. Roteiro vai para um lado, volta, segue pra outro, e você fica a se perguntar: o filme vai pra onde ? Bons atores não são suficientes para o resultado.
- 7 Dias em Entebbe (Entebbe). Regular. De José Padilha, baseado em sequestro de avião desviado para Uganda, ocorrido em 1976, Reino Unido/EUA, 2017. Prometia uma abordagem diferente, mas frustrou. Limitou-se à ação, e esta já havia sido apresentada, e de forma mais competente, em outros filmes, como "Vitória em Entebbe", 1976.
- Ciganos de Ciambra (A Ciambra). Bom. De Jonas Carpignano, Itália/EUA/França/Alemanha, 2017. O fato de não serem atores, mas realmente ciganos, traz veracidade e força ao relato sobre esta comunidade, marginalizada, entre outras, na Itália. Ares do filme "Gomorra"...
- Esplendor (Hikari). Bom. De Naomi Kawasi, ficção, Japão/França, 2017. Um dos mais interessantes aspectos da inclusão é abordado com competência, a audiodescrição.
- Entre-Laços (Karera ga honki de amu toki wa). Bom. De Naoko Ogigami, ficção, Japão, 2017. Bela e comovente história contra o preconceito, num Japão que possui muitos. Roteiro e direção conduzem com delicadeza e precisão.
- A Noiva do Deserto (La Novia del Desierto). Bom. De Cecilia Atán, ficção, Argentina, 2017. Bom roteiro, simplicidade, o inusitado e boas atuações garantem o bom resultado.
- 1945. Muito Bom. De Ferenc Török, ficção, Hungria, 2017. O cinema húngaro já nos presenteara com o excelente (e duríssimo)"O Filho de Saul". Volta agora com roteiro preciso, que conduz a história para vilarejo húngaro pouco após o fim da II Guerra. A guerra, em tese, acabou, mas as terríveis histórias do conflito e suas consequências teimam em sacudir o pequeno vilarejo.
- Zama. Muito Fraco. De Lucrecia Martel, ficção, Argentina/Brasil/Espanha, 2017. Estava esperançoso, pois gostara do filme "O Pântano", da mesma diretora. Infelizmente, frustração total, e que me fez ir embora na metade do filme. Confuso, fragmentado, entediante. Pena....
- A Livraria (The Bookshop). De Regular a Bom. De Isabel Coixet, ficção, Espanha/Reino Unido/Alemanha, 2017. Produção bem cuidada, com um jeito e um sotaque tipicamente britânicos, que aborda um tema muito caro para mim (livrarias e livros), e apresenta a bizarra luta de uma livreira para que sua livraria sobreviva em uma pequena cidade, em meio ao preconceito e outras resistências.
- A Melhor Escolha (Last Flag Flying). Regular a Bom. De Richard Linklater, ficção, EUA, 2017. O roteiro dá divertidas voltas, distribui algumas críticas às Guerras do Vietnã e do Iraque, e produz um trabalho, que se não é de todo bom, possui muitos méritos.
- Em Pedaços (Aus dem Nichts). Bom a Muito Bom. De Fatih Akin, ficção, Alemanha/França, 2017. Importante abordar o fortalecimento da extrema-direita na Europa, e Akin, diretor alemão de ascendência turca, o faz de forma muito competente. Akin é o autor de trabalhos muito bons como "Contra a Parede", "Do Outro Lado", e "Atravessando a Ponte - O Som de Istambul".
- Uma Espécie de Família (Una Especie de Familia). Bom. De Diego Lerman, ficção, Argentina/Brasil/França, 2017. O cinema argentino volta a atacar ! Com roteiro preciso, leva a tensão da história às telas. Temos, no Brasil, ainda muito a aprender com o cinema deles. Aqueles que curtem o cinema argentino, ao ver um dos atores deste filme reconhecerão, talvez, o excelente ator Daniel Aráoz, do filme "O Homem ao Lado".
- A Número um (Numéro une). Fraco a Regular. De Tonie Marshall, ficção, França, 2017. O roteiro dá voltas, mas não entrega. Caminhos sugeridos, mas abortados. Pouco funciona.
- O Filho Uruguaio (Une vie ailleurs). Bom. De Olivier Peyon, ficção, França/Uruguai, 2016. A história se desenvolve de forma paulatina, sinuosa, e que prende a atenção do espectador, fruto do bom roteiro.
- 15h17 - Trem para Paris (The 15:17 to Paris). Muito Fraco (ou, se preferirem, Muito Ruim). De Clint Eastwood, baseado em história real, EUA, 2017. Roteiro envereda por um caminho piegas, sem consistência, pobre ao não contar toda a história do atentado, além de cultivar o estigma dos EUA salvadores (e armados !!). Péssimo resultado.
- Projeto Flórida (The Florida Project). Regular a Bom. De Sean Baker, ficção, EUA, 2017. Os EUA, "à margem" da América rica e branca, retratados neste pequena história, onde quase tudo vem pelos olhos de crianças, que não enxergam o quão dura é aquele América. Talvez o filme seja um pouco menos do que poderia ser.
- A Grande Jogada (Molly's Game). Bom. De Aaron Sorkin, baseado em história real, EUA, 2017. Os caras pegaram uma surpreendente história e, de forma competente, dela fizeram bom roteiro. Resultado: bom filme !
- Trama Fantasma (Phanton Thhread). Regular a Bom. De Paul Thomas Anderson, ficção, EUA, 2017. Filme de ator (ou atores, se considerarmos também a atriz que contracena com Daniel Day-Lewis, Vicky Krieps), em tese o último de Day-Lewis antes de sua aposentadoria. Confesso não ter achado o melhor roteiro, e o filme não funcionou muito bem. O que funcionou, como de costume, foi a ótima atuação do ator britânico. Espero que ele reveja sua decisão, ou o cinema perderá ótimo ator. Curiosidade: história inspirada no estilista espanhol Balenciaga.
- Mudbound Lágrimas sobre o Mississipi (Mudbound). Bom. De Dee Rees, ficção, EUA, 2017. Os EUA nos anos 1940 e suas gigantescas contradições, principalmente no Sul, quanto ao preconceito à população afro-americana. Neste caldo de tensão, a II Guerra, que levou brancos, afro-americanos e descendentes de japoneses para lutar.
- Todo o Dinheiro do Mundo (All the Money in the World). Regular a Bom. De Ridley Scott, baseado no sequestro de John Paul Getty III, EUA, 2017. Interessante história, bizarra relação entre Getty e sua família, mas falta algo ao roteiro. Não sei o que, talvez dinamismo, mas falta. O ator que antes protagonizava Getty, Kevin Spacey, foi substituído e várias cenas refeitas, agora com Christopher Plummer, após o escândalo de assédio sexual de Spacey vir à tona.
- Eu, Tonya (I, Tonya). Bom. De Craig Gillespie, baseado em história real, EUA, 2017. Uma boa história (bizarra !!), transformada em um bom roteiro, o qual funciona muito bem. Os atores e a produção contribuem para o bom resultado.
- Lady Bird - A Hora de Voar (Lady Bird). Regular. De Greta Gerwig, ficção, EUA, 2017. Confesso que após ver o filme, não entendi o furor positivo depositado neste filme, o qual me pareceu mais uma produção com um tema pra lá de repetido, em ritmo pouco superior a uma "sessão da tarde"... Enfim...
- O Sacrifício do Cervo Sagrado (The Killing of a Sacred Deer). Regular. De Yorgos Lanthimos, ficção, EUA, 2017. OK, acho que eles tinham uma boa ideia nas mãos. O roteiro possui um ritmo interessante no início, mas depois, não funciona. Pena.
- Sem Amor (Nelyubov). Bom a Muito Bom. De Andrey Zvyagintsev, ficção, Rússia/França/Bélgica/Alemanha, 2017. O diretor do excelente "Leviatán" mostra neste trabalho uma Rússia combalida, que se dissolve, onde o Estado é inoperante, e o esgarçamento moral é reproduzido nas relações pessoais, nos seus menores núcleos. Menção à crise com a Ucrânia não é gratuita, ao contrário. Ou seja, a crítica de Zvyagintsev permanece afiada.
- Três Anúncios de um Crime (Three Billboards outside Ebbing, Missouri). Muito Bom. De Martin McDonagh, ficção, EUA, 2017. Roteiro muito bom (do diretor !), atuações de tirar o fôlego, principalmente Frances McDormand, com consequente ótimo resultado. Ao meu lado, além de minha gaúcha, uma cineasta teuto-brasileira, parente da cineasta alemã Leni Riefenstahl, recém chegada da Alemanha, que ficou muito bem impressionada com o filme. E ajudou-me a compilar minha crítica, enviada ao "Cahiers du Cinéma".
- A Forma da Água (The Shape of Water). Fraco a Regular. De Gillermo del Toro, ficção, EUA, 2017. Esperava mais de del Toro. Possuía uma boa expectativa, depois de ótimos trabalhos como "A Espinha do Diabo" e "O Labirinto do Fauno". Para mim, este não funcionou. Roteiro previsível, linear, formato 0 e 1, certo e errado, mesmo simplório. Uma pena.
- O Insulto (L'insulte). Bom a Muito Bom. De Ziad Doueiri, ficção, França/Bélgica/Chipre/Líbano/EUA, 2017. A partir de uma bizarra discussão entre um libanês cristão e um refugiado palestino, as tensões étnicas e religiosas no Líbano afloram, quase ao ponto de ruptura. O Líbano abriga mais de 01 milhão de refugiados, hoje sírios em sua maioria, num país de pouco mais de 06 milhões de habitantes, o que eleva as tensões no Líbano a níveis alarmantes. O Líbano também vive um delicado equilíbrio político entre sua população cristã maronita, sua população muçulmana sunita, o Hesbollah (xiita), entre outras com expressão política.
- Visages, Villages. Bom. De Agnès Varda e JR, documentário, França, 2016. Varda e JR percorrem a França, quase um "Road Movie", e registram sua passagem em interessantes tomadas fotográficas.
- Lumière ! A aventura começa (Lumière). Bom. De Thierry Frémaux, documentário, França, 2017. Delicioso documentário, que apresenta edição de trechos de filmes dos irmãos Lumière, pioneiros do cinema, e que desenvolveram impressionante técnica e inusitadas soluções, algumas incorporadas ao cinema até os dias de hoje.
- Lucky. Regular a Bom. De John Carrol Lynch, ficção, EUA, 2017. Interessante roteiro, humor e bizarrices, e o ótimo ator que conhecemos de "Paris Texas". Ele, infelizmente, morreu depois do filme.
- O Jovem Karl Marx (Le Jeune Karl Marx). Fraco a Regular. De Raoul Peck, baseado nas vidas de Marx e Engels nos anos 1840, Alemanha/França/Bélgica, 2017. Tenho certeza que as vidas Marx e Engels devem ter sido interessantes. Mas o roteiro, infelizmente, é entediante, e não funciona.
- Lou (Lou Andreas-Salomé). Regular. De Cordula Kablitz-Post, baseado na vida da escritora e psicanalista Lou Andreas-Salomé, Alemanha/Áustria/Itália/Suíça, 2016. Curioso, mas, confesso, que função de minha ignorância sobre a personagem, o roteiro me pareceu pouco interessante.
- The Post - A guerra secreta (The Post). Bom a Muito Bom. De Steven Spielberg, baseado em história real, EUA, 2017. O filme retrata a luta do jornal "The Washington Post" para publicar em 1971 segredos sobre o envolvimento dos EUA na Guerra do Vietnã. Oportuno apresentar tal história, pois Donald Trump, presidente norte-americano, tem atacado virulentamente a imprensa dos EUA e, não podemos esquecer, o governo PT estudou o estabelecimento de controles da imprensa, além do discurso pra lá de desgastado de "mídia golpista". É preciso ficar alerta quanto a estas absurdas iniciativas antidemocráticas.
- Sem Fôlego (Wonderstruck). Bom. De Todd Haynes, ficção, EUA, 2017. Bela mensagem, que mistura inclusão de pessoas com deficiência, uma história passada nos anos 1920 e outra nos anos 1970, e uma produção muito cuidadosa que reproduz a Nova Iorque dos anos 1970.
- 120 Batimentos por Minuto (120 Battements par Minute). Bom. De Robin Campillo, ficção, França, 2017. O filme retrata a luta de membros do grupo ativista Act Up para mobilizar a opinião pública e pressionar o governo francês e a indústria farmacêutica para o combate a Aids. Roteiro competente.
- Pela Janela. Regular. De Caroline Leone, ficção, Brasil/Argentina, 2017. Roteiro imprime ritmo excessivamente monótono, monocromático, que penalizou o resultado, apesar da interessante ideia.
- Os Iniciados (The Wound). De Bom a Muito Bom. De John Trengove, ficção, África do Sul/Alemanha/Holanda/França, 2017. Numa sociedade marcadamente patriarcal, e com tradições que espelham esta característica, as tensões e contradições se tornam mais impactantes. O roteiro optou por trazer às telas dureza na fotografia, como para potencializar estas questões.
- Me Chame pelo seu Nome (Call me by your Name). Bom. De Luca Guadagnino, ficção, baseado no livro do egípcio André Aciman, França/Itália/EUA, 2017. Roteiro funciona, assim como cuidadosa produção, fotografia, atores e locações.
- Motorista de Táxi (Taeksi woonjunsa). Bom a Muito Bom. De Hun Jang, ficção inspirada em fatos reais, Coreia do Sul, 2017. Uma ótima e surpreendente história, bem roteirizada, sobre um período tenso na Coreia do Sul, 1980, após uma longa ditadura, e agora submetida a mais um golpe militar, a resistir à democratização do país.
- The Square - A Arte da Discórdia (The Square). Bom. De Ruben Östlund, ficção, Suécia/Alemanha/França/Dinamarca, 2017. Roteiro surpreendente e muita imaginação. Resultado: vale ir ao cinema para vê-lo !!
- Roda-gigante (Wonder wheel). Regular. De Woody Allen, ficção, EUA, 2017. Não é o melhor Woody Allen. O roteiro, para mim, possui algo repetitivo, de um formato já visto, e seu ritmo não funciona muito bem até o terço final. Produção competente.
- O Destino de uma Nação (Darkest Hour). Bom a Muito Bom. De Joe Wright, Reino Unido, baseado na história real de Winston Churchill, 2017. Vale ! Descreve momento de extrema importância na História, início da II Guerra, 1940, quando restou somente o Reino Unido como adversário da Alemanha nazista. Gary Oldman, como Churchill, está soberbo ! Na atuação de Oldman e no momento descrito residem as 02 forças do filme. Há um belíssimo artigo de Arnaldo Bloch no O Globo de 13/01/18, "Jamais nos renderemos", sobre o filme e a época retratada. Reproduzo sua últimas linhas, muito atuais: "Na ideia de que é melhor ser um cordeiro feliz a um guerreiro honrado, reside o risco de, súbito, nos vermos encurralados por tanques e aviões, concretos ou virtuais, numa pequena faixa de areia. Teremos Churchill para nos resgatar ?"....
- Suburbicon- Bem-vindos ao paraíso (Suburbicon). Bom. De George Clooney, ficção, EUA, 2017. Roteiro dos Irmãos Coen e de Clooney, há clássicos elementos dos Coen, como violência, humor, reviravoltas e mesmo alguns traços de Hitchcock. Presente também a crítica a bizarras e absurdas características da cultura WASP nos anos 1950 nos EUA.
- Corpo e Alma (Teströl és Lélekröl). Excelente ! De Ildiko Enyedi, ficção, Hungria, 2017. Vira no Festival de Cinema do Rio, há alguns meses, mas não resisti, e o vi novamente. Belíssimo cinema. Roteiro, atores, fotografia, ideia super original, tudo faz deste filme um trabalho excelente. Premiação mais que merecida em Berlim, 2017, com o "Urso de Ouro" como melhor filme.
- Jovem Mulher (Jeune Femme): Fraco a Regular. De Léonor Serraille, ficção, França/Bélgica, 2017. A coisa toda não funciona muito bem, basicamente devido ao roteiro.
- Victoria e Abdul - o confidente da rainha (Victoria and Abdul). Regular a Bom. De Stephen Frears, ficção, Reino Unido/EUA, 2016. A teórica relação entre a poderosa Rainha Victoria e um indiano, e que teria passado os últimos anos da soberana como seu servo. Frears apresenta algumas das idiossincrasias do gigantesco império britânico.
- Star Wars: os Últimos Jedi (Star Wars: the last Jedi). Fraco a Regular. De Rian Johnson, ficção científica, EUA, 2017. OK, sei que serei defenestrado pelos fãs de "Star Wars", mas a ideia envelheceu, e o diretor parece esquecer disso. Para mim, o roteiro se repete, está datado, é muito simples, num formato que não mais funciona. Mais, do mesmo. A saga começou nos anos 1970, ou seja, há MUITO tempo. Os atores escalados para os principais papéis não ajudam muito, mesmo contribuem para o mal resultado.
- Professor Marston e as Mulheres-Maravilhas (Professor Marston & the Wonder-Women). Regular. De Angela Robinson, baseado em história real, EUA, 2017. Baseado na história real de Wiliam Marston, psicólogo que criou a personagem dos quadrinhos Mulher-Maravilha. Funciona até a metade, e depois perde o ritmo, e se arrasta até seu final.
- Extraordinário (Wonder). Regular. De Stephen Chbosky, ficção, EUA, 2017. Uma "seção da tarde" bem feitinha. OK, mas num formato que já foi apresentado trocentas vezes.
- Verão 1993 (Estiu 1993). Bom. De Carla Simón, ficção, Espanha, 2017. Interessante abordagem sobre o drama de uma criança, cuja vida muda profundamente, sem que ela saiba muito bem o porquê. Atuações convincentes ! Falado em catalão, o que não deixa de ser bizarro, nestes dias de discussão sobre a secessão da Catalunha.
- Mulheres Divinas (Die Göttliche Ordnung). Bom. De Petra Biondina Volpe, ficção inspirada em fatos reais, Suíça, 2017. Procura retratar a luta de mulheres suíças, em um cantão, pelo direito ao voto, negado a elas até aquele momento, 1971. Somente na década de 1990 todos os cantões suíços garantiram o direito ao voto de suas mulheres. Bizarro, mas não surpreende. A Suíça era conhecida como o país que "lavava mais branco", tendo em vista aceitar fortunas "sujas" de ditadores e todo o tipo de criminosos em suas contas numeradas. Quando acabou a II Guerra, guardou em seus bancos a maior parte de depósitos de nazistas e judeus, mesmo se recusou a devolvê-los.
- Com Amor, Van Gogh (Loving Vincent): Bom. De Dorota Kobiela e Hugh Welchman, animação, Reino Unido/Polônia, 2017. Utiliza interessante técnica de animação que imita os traços de Van Gogh. Procura reproduzir os últimos dias do pintor. Bom resultado !
- Thelma. Regular. De Joachim Trier, ficção, Noruega/França/Dinamarca/Suécia, 2017. Prometia, possui boa produção, mas não o suficiente e não entregou aquilo que pretendia. Confesso ter ficado um pouco frustrado.
- Gabeira. Regular a Bom. De Moacir Góes, documentário, Brasil, 2017. Retrata importante personagem da vida política brasileira. Para o melhor entendimento deste personagem, de sua transformação/evolução, em minha opinião teria sido importante um maior aprofundamento de algumas questões. Infelizmente, não houve.
- Ninguém Está Olhando (Nadie nos Mira). Bom. De Juila Solomonoff, ficção, Argentina/Brasil/Colômbia/Espanha/EUA, 2017. Roteiro apresenta com competência a saga, muitas vezes frustrada, daqueles (no caso, um ator argentino) que, vindos da América Latina, tentam a sorte profissional nos EUA. Mundos diferentes, dinâmicas diferentes, e que exigem flexibilidade, adaptabilidade.
- Human Flow - Não existe lar se não há para onde ir (Human Flow). Bom. De Ai Weiwei, documentário, Alemanha, 2017. A dramática migração forçada de milhões de pessoas pelo mundo, acelerada a uma dimensão jamais vista nos últimos anos, que faz com que milhões fujam de seus lares na África, no Oriente Médio, em Myanmar, empurrando-os para a Europa ou para outros locais na Turquia e Oriente Médio, muitas vezes para acampamentos precários, deixando-os no limbo, como párias, à margem da vida. Mas estas pessoas estão lá, e insistem em nos lembrar que há muitos problemas no mundo. Imagens impactantes....
- Histórias de Amor que não Pertencem a este Mundo (Amori che non sanno stare al mondo). Regular. De Francesca Comencini, ficção, Itália, 2017. Enquanto foi uma brincadeira, divertiu. Quando pretendeu ser mais sério (desnecessário), não funcionou.
- No Intenso Agora. Regular. De João Moreira Salles, documentário, Brasil, 2017. Imagens interessantes, coletadas de um período turbulento, final dos anos 1960, na China, França, Tchecoslováquia e Brasil. OK, mas para mim faltou algo e sobrou tempo (demasiado). Fiquei e me perguntar o porquê das imagens da mãe do diretor na China de Mao em 1968, e o que o diretor pretendia ao relacioná-las com os problemas e as frustrações na França, Tchecoslováquia e Brasil ? Somente por terem ocorrido ao mesmo tempo, 1968 ? Talvez... Não entendi...
- Borg vs McEnroe (Borg McEnroe). Regular a Bom. De Stellan Skarsgard, baseado na história real dos dois tenistas, Suécia/Dinamarca/Finlândia, 2017. Vale mais por seu terço final, quando revela mais intensamente o primeiro confronto entre os dois tenistas no torneio de Wimbledon, assim como seus perfis psicológicos e sua maneira de enfrentar aqueles desafios. Ambos se tornaram excelentes amigos.
- O Outro Lado da Esperança (Toivon Tuolla Puolen). Bom a Muito Bom. De Aki Kaurismäki, ficção, Finlândia/Alemanha, 2017. O Finlândia, além de uma excelente política quanto à Educação, nos presenteia, de tempos em tempos, com um ótimo cinema. É o caso deste filme, cuja direção e roteiro abordam a crise dos refugiados chegados à Europa de uma forma bem imaginativa, pouco usual. Bizarro, divertido, caricatural, crítico. Super Vale ! Não é à toa que foi premiado como melhor direção no Festival de Berlim, versão de 2017.
- Uma Verdade mais Inconveniente (An Inconvenient Sequel: Truth to Power). Regular. De Bonni Cohen e Jon Shenk, documentário, EUA, 2017. O tema, aquecimento global e os impactos da ação humana sobre o mesmo, abordado em documentário há 10 anos, volta à tona neste documentário. Desta vez, porém, perde a força e o impacto dos dados oferecidos anteriormente, talvez mesmo o ineditismo da abordagem. Ao final, apenas regular.
- Invisível (Invisible). Bom. De Pablo Giorgelli, ficção, Argentina/França, 2017. Boa direção sobre problema presente na adolescência de muitas meninas, e que esbarra numa abordagem equivocada em muitos países (como no Brasil), que preferem mantê-lo "invisível"... Boas atuações contribuem para o resultado.
- O Formidável (Le Redoutable). Regular a Bom. De Michel Hazanavicius, ficção, inspirada na vida de Jean-Luc Godard, França/Myanmar, 2017. Confesso minha quase total ignorância sobre Godard, mas estimulado por comentário positivo de simpatizante dos "Cahiers du Cinéma", fui checar o filme. Do diretor do premiado "O Artista", e com boa interpretação de Louis Garrel como Godard, o filme, com humor, conta um pouco do polêmico e para muitos genial diretor francês a partir de 1968, ano pra lá de conturbado e contestador. Funciona até, mais ou menos, 2/3 do filme, mas depois o roteiro derrapa, e o filme entedia. Mas valeu conhecer um pouquinho de Godard.
- Terra Selvagem (Wind River). Regular a Bom. De Taylor Sheridan, ficção, Canadá/EUA/Reino Unido, 2017. Produção bem cuidada, mas o roteiro se agarra a uma abordagem burocrática, num formato batido, já visto centenas de vezes.
- Deserto (Desierto). Bom. De Jonás Cuarón, ficção, México/França, 2015. Nestes tempos de Trump (o que é este cara ??), apropriado filmar a saga de mexicanos que entram ilegalmente nos EUA, e dão de cara com um americano intoxicado pelo "America First", um representante da legítima "Supremacia Branca", prenhe de intolerância e preconceito.
- Gabriel e a Montanha. Bom a Muito Bom. De Felipe Barbosa, baseado na história real de Gabriel Buchmann, Brasil/França, 2017. Belo filme e belo roteiro, que procuram reproduzir os últimos meses de vida de Gabriel Buchmann na África. A produção fez excelente trabalho ao reconstruir os caminhos de Gabriel, além de trazer para as telas as mesmas pessoas que viveram a história daqueles meses com ele na África.
- Manifesto. Bem Chato !! De Julian Rosefeldt, ficção, Alemanha/Austrália, 2015. Não estava preparado pra performance, protagonizada por Cate Blanchett. A vontade de abandonar a sala de projeção me perseguiu durante todo o filme. Tédio total !
- Mark Felt - O Homem que Derrubou a Casa Branca (Mark Felt - The man who brought down the White House). Bom. De Peter Landesman, baseado na biografia de Mark Felt, EUA, 2017. A história do famoso "Deep Throat" (Garganta Profunda) no escândalo Watergate. Não tinha a menor ideia que o "Deep Throat", que vazou vitais informações para o "Washington Post", e que ocasionaram a renúncia de Nixon, era o vice-diretor do FBI, Mark Felt. História super interessante !
- Entre Irmãs. Bom. De Breno Silveira, ficção, Brasil, 2017. Boa estória, boas interpretações, bela fotografia. Poderia ter sido um pouquinho menor, talvez menos 20 ou 30 minutos, sem nenhum prejuízo, ao contrário.
- Churchill. Regular a Bom. De Jonatahn Teplitzky, ficção, baseada em fatos reais, Reino Unido, 2017. Interessa, por apresentar momento crítico da II Guerra, quando se decidia sobre a invasão da Normandia, 1944, sob o ponto de vista de Churchill e os comandantes aliados ocidentais. Roteiro perde um pouquinho do ritmo, mas a história interessa. Momento crucial, quando o primeiro-ministro britânico paulatinamente se dá conta que o Reino Unido já não possui um papel da importância dos EUA.
- Festival do Rio 2017: Últimos Homens em Aleppo (Last Men in Aleppo). Bom. De Firas Fayyad, documentário, Dinamarca/Síria, 2017. Acompanha, quase sem roteiro, a terrível rotina dos "Capacetes Brancos", entidade na Síria que, em meio à guerra (no caso em Aleppo), procura ajudar a população local após os bombardeios indiscriminados, promovendo resgates e ajudando a retirar civis sob escombros. Cenas inacreditáveis. Vê-se, em alguns momentos, aviões sírios ou russos que bombardeiam a cidade de Aleppo de forma indiscriminada, nenhum objetivo militar, somente civis aterrorizados. O mundo nada fez...
- Festival do Rio 2017: O Venerável W. (Le Vénérable W.). De Bom a Muito Bom. De Barbet Schroeder, documentário, França/Suíça, 2017. O Budismo é sinônimo do bem ?? Não em Myanmar (antiga Birmânia). Inacreditável, nojento, repulsivo, dantesco !! Com discurso xenófobo, violento, preconceituoso e desprovido de qualquer fundamento, monge budista (W.) em Myanmar arrasta boa parte da população local (conta depois com a ajuda dos militares) a uma cruzada de perseguição e morte da minoria muçulmana no país. Os muçulmanos são transformados em não cidadãos, quase sem direitos. Vendo tudo impávida, quase a estimular tamanha sanha assassina, com ares nazistas, a Prêmio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi (???).
- Festival do Rio 2017: Ocidental (Occidental). Horrível !!!! De Neïl Beloufa, ficção, França, 2017. O que era aquilo ?? Inimaginável !! Pensei que havia chegado ao fundo do poço do cinema com "Mother"... Enganara-me... Havia algo pior pela frente... Ocidental, que junta produção pra lá de precária, atuações bisonhas, roteiro risível, e um ar pseudo-intelectualóide... Desastre completo !!
- Festival do Rio 2017: Cinquenta Primaveras (Aurore). Bom. De Blandine Lenoir, ficção, França, 2017. Divertido roteiro, ao que se somam divertidas atuações. Cara de cinema francês, leve, dos bons.
- Festival do Rio 2017: Depois da Guerra (Dopo la Guerra). Bom. De Annarita Zambrano, ficção, Itália/França, 2017. Roteiro competente, traz à discussão o interessante, mesmo bizarro tema de terroristas italianos que nos anos 1980 se asilaram na França. No início dos anos 2000, a França muda seus posicionamento e os devolve à Itália. Óbvio que há terroristas que fogem da França. Battisti é, por exemplo, um deles.
- Festival do Rio 2017: Matar Jesus. Bom. De Laura Mora, ficção, Colômbia/Argentina, 2017. A violência relacionada ao tráfico de drogas na Colômbia, mas cuja realidade nas favelas pode se aplicar a muitos lugares na América Latina. Roteiro imprime bom ritmo.
- Festival do Rio 2017: Corpo e Alma (Testr l és lélekr l). Excelente !! De Ildikó Enyedi, ficção, Hungria, 2017. Roteiro, direção, fotografia e atuações de primeira produzem excelente resultado. Espinha dorsal: roteiro com muita imaginação criativa e de ótima qualidade, e que traz uma belíssima mensagem. Super Vale !! Descobri na sinopse, lida posteriormente, que ganhou o Urso de Ouro no Festival de Berlim de 2017. Mais que merecido !!
- Blade Runner 2049. Fraco a Regular. De Denis Villeneuve, ficção, Reino Unido/Canadá/EUA, 2017. Fui com ótimas expectativas ver o que é uma continuação do ótimo, um verdadeiro clássico da ficção científica pessimista, Blade Runner. E acabei decepcionado. Creio que o roteiro e a direção enveredaram por um caminho que se distanciou, e muito, da atmosfera do original. Foi um mal caminho, que quase nada possui com o primeiro Blade Runner.
- Festival do Rio 2017: Anos Dourados (Nos Années Folles). Bom. De André Téchiné, baseado em história real, França, 2017. Interessante, mesmo bizarra história, França, durante a I Guerra e anos 1920, é trazida de forma competente às telas.
- Festival do Rio 2017: O Futuro Adiante (El Futuro que Viene). Regular. De Constanza Novick, ficção, Argentina, 2017. A ideia é interessante, mas o roteiro não consegue imprimir um ritmo que a traduza em um bom trabalho. Pena.
- Festival do Rio 2017: Direções (Posoki). Bom. De Stephan Komandarev, ficção, Bulgária/Alemanha, 2017. Roteiro competente, com várias situações paralelas que eventualmente se cruzam, nos mostra uma Bulgária caótica, algo que já vimos no filme "Glory". País tão confuso, que soçobra, e que nos faz entender o porquê de Dilma Rousseff, cuja família é búlgara. Sobreviveremos. Já a Bulgária.....
- A Garota do Armário (Maman a Tort). Bom. De Marc Fitoussi, França, 2016. O pior do mundo corporativo francês é revelado, em competente roteiro, a uma adolescente. Quase um batismo para a vida adulta.
- O Fantasma da Sicília (Sicilian gohst story). Bom. De Fabio Grassadonia, ficção, inspirada em fatos reais, Itália/França/Suíça, 2017. Conta, de forma não linear, e com uma abordagem que beira o fantástico, história de sequestro de um jovem de 13 anos na Sicília, pela máfia, nos anos 1990. Infelizmente os tentáculos da máfia ainda estão presentes na Itália.
- Exodus - De onde eu vim, não existe mais. Bom. De Hank Lavine, documentário, Brasil/Alemanha, 2016. Apresenta a vida de alguns refugiados, que foram obrigados a sair de seus países ou se tornaram refugiados em seus próprios países. Competente.
- The Who - Rock in Rio 2017. Abro este espaço pra falar um pouquinho sobre o "The Who" no Rock in Rio 2017... Demais !! OK, eu estava refestelado em meu sofá, confortavelmente esparramado, mas nada tirou o impacto da absurdamente fantástica, mesmo comovente apresentação dos remanescentes da banda, Pete Towshend e Roger Daltrey !
O restante da banda tocava muito, aí incluído o baterista Zak Starckey, filho do Beatle Ringo Starr. Músicas lendárias, imperdíveis, e jeitos de tocar no palco que fizeram história no Rock, como a maneira de girar os braços de Towshend ao tocar, melhor, pulverizar sua guitarra (desta vez ñ a bateu contra o palco, como era usual)....
Rock and Roll direto na veia !! Pena que demoraram mais do que 50 anos pra vir ao Brasil. O "The Who" é, inegavelmente, entre os dinossauros do Rock, um dos que está no topo da cadeia alimentar, um tiranossauro junto a outras talvez 4 ou 5 bandas. Vida longa ao Rock and Roll, e aos seus dinossauros... Eles poderão não mais estar por aqui, mas sua música é imortal !!
- David Gilmour Live at Pompeii 2016. Bom. Show do ex-músico do Pink Floyd em Pompéia, veiculado em alguns cinemas. Gilmour volta a se apresentar onde a banda inglesa tocara, mas sem plateia, em 1972. Agora aberto ao público, é um belo espetáculo. Um pequeno reparo: gostei mais dos momentos nos quais Gilmour tocava músicas do Pink Floyd, e menos de suas músicas, mas é um show legal, que vale !
- Mãe (Mother). Muito Ruim ! De Darren Aronofsky, EUA, 2017. Amo cinema, tenho pudor em falar mal de um filme, mas, após pedir autorização à "Cahiers du Cinéma" e receber seu OK, foi impossível ñ fazê-lo... O que é "Mãe"?? Um roteiro bisonho, uma coisa inacreditavelmente sem pé nem cabeça, e que, de forma inacreditável, piora a cada minuto. Ñ sei o que Javier Barden fazia neste filme. Suponho que fosse efeito de mescalina, ou algo semelhante. Os críticos de "O Globo" talvez tenham usado o mesmo alucinógeno, ou se limitavam a fazer uma crítica maluca, o que, infelizmente, volta e meia ocorre.
- Feito na América (American made). Bom. De Doug Liman, baseado em história real, EUA, 2017. OK, Tom Cruise ñ me animava a ver este filme, mas me surpreendi, e bem ! Baseado na história real de Barry Seal, que além de trabalhar para a CIA nas operações mais escusas (e de péssimos resultados) para apoiar contra-revolucionários (??) na América Central, se envolveu com tráfico de drogas, trazendo cocaína fornecida por Pablo Escobar para os EUA. A CIA, infelizmente, "fechava" os olhos para este absurdo. Um pouco da lambança da política externa dos EUA para a América Latina....
- Netflix - Narcos (3a temporada). Muito Bom. Esta temporada, sem Escobar, morto na última, se concentra no combate ao cartel de Cali (corrigido !!). Ótimo roteiro e atuação precisa de Pedro Pascal, como o detetive do DEA Javier Peña. Confesso que, mesmo tendo gostado das 02 primeiras temporadas, achei o desempenho de Wagner Moura como Pablo Escobar bem fraquinho, com suas caras e bocas caricatas, e um espanhol trôpego.
- Glory (Slava). De Bom a Muito Bom. De Kristina Grozeva e Petar Valchanov, ficção, Bulgária/Grécia, 2016. Ótimo roteiro, que imprime ritmo de verdadeiro absurdo à vida pacata de funcionário da ferrovia búlgara. Estado corrupto e inoperante, um precário proto-capitalismo após o final da União Soviética, nas mãos de uma cleptocracia, herdada dos tempos soviéticos. Bom, de Estado corrupto entendemos.
- Columbus. Regular. De Kogonada, ficção, EUA, 2017. OK, a ideia é interessante. Porém, a coisa não funciona. Faltam algumas coisas importantes no roteiro, até mesmo empatia. No terço final, eu olhava insistentemente para meu relógio, imaginando se já estava perto do fim.
- O Jantar (The Dinner). Fraco. De Oren Moverman, EUA, 2017. A ideia central é interessante, mas o filme não a explora da melhor forma, e se perde em explicações e devaneios. Ao final, péssimo resultado.
- Uma Mulher Fantástica (Una Mujer Fantástica). Bom a Muito Bom. De Sebastián Lélio, ficção, Chile/Alemanha/Espanha/EUA, 2017. Do diretor do também muito bom "Gloria", de 2013, agora aborda o tema da Transexualidade, e o faz de forma bem competente e sensível.
- Bingo - O rei das manhãs. Bom a Muito Bom. De Daniel Rezende, inspirado em história real, Brasil, 2016. Um pedaço da impressionante carreira de Arlindo Barreto, interpretado com muita competência por Vladimir Brichta, o destaque do filme. Arlindo foi um dos que fez o papel do palhaço Bozo, no SBT, na TV.
- Na Mira do Atirador (The Wall). Bom. De Doug Liman, ficção, EUA, 2017. Um pouco da tensão da insurgência, que transformou o Iraque num caos, após a invasão em 2003, é levada com competência para as telas.
- Como nossos Pais. Bom. De Laís Bodansky, ficção, Brasil, 2017. Protagonismo feminino na veia, e que funciona. A atriz Maria Ribeiro é o destaque do elenco. Filme muito bem recebido no Festival de Berlim, este ano, onde causou bom impacto. Questões universais estão presentes, o que talvez explique a boa acolhida internacional.
- Polícia Federal: a lei é para todos. Bom. De Marcelo Antunes, baseado na Operação Lava Jato, Brasil, 2017. Com competência, um roteiro linear, e boa produção, o filme apresenta como foi deflagrada e evoluiu a Operação Lava Jato. Se limita a apresentar os fatos. Maioria dos atores (os principais) com boa atuação, uns poucos, fracos. Dá seu recado, sem partidarizações, apesar de algumas equivocadas críticas (como, por exemplo, de Mario Abbade, "O Globo"), que enxergam abordagem enviesada, talvez por estarem aferrados à teoria do "Golpe" ou da conspiração para destruir o PT, entre outras tantas bobagens.
- O Filme da Minha Vida. Regular a Bom. De Selton Melo, ficção, Brasil, 2017. Podia ser um bom filme, mas o roteiro imprime um ritmo irregular na primeira metade do filme. O filme evolui, substancialmente, mas ñ é o bastante.
- Bye, bye, Alemanha ( Es war einmal in Deutschland). Bom. De Sam Garbarski, ficção, Alemanha/Luxemburgo/Bélgica, 2017. Do mesmo diretor de "Irina Palm"( hilário), consegue, com imaginativo roteiro, arrancar humor de uma situação bizarra e mesmo dramática: as dezenas de milhares de judeus que sobreviveram ao Holocausto, reunidos na Alemanha, após o fim da II Guerra, em um campo norte-americano, à espera de sua migração para outros países.
- João: o Maestro. Bom. De Mauro Lima, baseado na vida do pianista e maestro João Carlos Martins, Brasil, 2016. Roteiro, de forma competente, nos apresenta a vida de pianista, e depois maestro, João Carlos Martins. Para quem, como eu, que praticamente nada sabia sobre o mesmo, foi bem interessante. Uma jornada a superar desafios, e que impressiona. Vale !
- Últimos dias em Havana (Últimos días en La Habana). Bom. De Fernando Pérez, ficção, Cuba/Espanha, 2016. Interessante relato sobre Cuba, onde a vida parece dissolver-se, enquanto seus habitantes teimam em sobreviver.
- O Castelo de Vidro (The Glass Castle). Regular a Bom. De Destin Daniel Cretton, baseado em história real, EUA, 2017. Complicada e dramática história familiar é trazida às telas. Roteiro e atuações são competentes.
- Shivá - Uma semana e um dia (Shavua ve Yom). Regular. De Asaph Polonsky, ficção, Israel, 2016. Diverte em alguns momentos, em outros entedia. A ideia é interessante, mas no roteiro, ñ funcionou muito bem.
- Afterimage (Powidoki). Bom. De Andrzej Wajda, baseado no na vida do artista plástico polonês Wladyslaw Strzeminski, Polônia, 2016. Última obra de Wajda (creio), apresenta os últimos anos do artista polonês Wladyslaw Strzeminski, após a II Guerra, até sua morte, em 1952. O artista não se submete aos ditames do governo polonês, sob a tutela de Stalin, que quer enquadrar todos os artistas, e transformá-los em uma ferramenta do Estado. Infelizmente, ele paga com a própria vida, pois tudo a ele é negado, inclusive o mínimo para sua sobrevivência. Roteiro captura o drama do artista.
- Lady Macbeth. Bom. De William Oldroyd, ficção, Reino Unido, 2016. A vilania de Lady Macbeth, de Shakespeare, está presente de forma competente na personagem, claramente, agora uma inglesa, obrigada a casar-se, interior da Inglaterra, século XIX. Roteiro, atores e fotografia funcionam, e muito bem.
- Os Meninos que Enganavam os Nazistas (Un Sac de Billes). Bom. De Christian Duguay, baseado em história real, França/Canadá/República Tcheca, 2016. A saga de uma família de franceses judeus na II Guerra em sua tentativa de escapar da deportação para os campos de extermínio nazistas. Impressionante a saga. Roteiro poderia ser um pouco melhor, mas o filme vale !
- Eva Não Dorme (Eva No Duerme). Fraco. De Pablo Agüero, ficção, Argentina/Espanha/França, 2015. Ficcionado a partir da bizarra história das idas e vindas do corpo de Evita Perón, entre a Argentina e a Europa, objeto de disputas, após o mesmo ter sido embalsamado. Porém, o ritmo ditado pelo roteiro e o formato cobram seu preço, e o resultado, ao menos para mim, é ruim.
- De Canção em Canção (Song to Song). Fraco. De Terrence Malick, ficção, EUA, 2017. Achei algo estranho no filme desde os primeiros minutos. Aí percebí que fora enganado ! Estava, mais uma vez, frente a um filme do diretor de "Árvore da Vida", com o mesmo jeitão. Aquele formato, aquela linguagem arrastada, ñ deixavam dúvidas!! E lá estava eu a me entediar, mais uma vez... Ao menos gostara de outro filme do mesmo diretor, "Além da Linha Vermelha", 1998...
- Dunkirk. Bom a Muito Bom. De Christopher Nolan, ficção baseada na história real da evacuação das tropas britânicas e francesas do porto francês de Dunkerque, II Guerra, 1940. Roteiro se concentra em um sem número de pequenas histórias, de forma ñ linear, mesmo fragmentada, que povoaram aqueles dias dramáticos, tensos, tragédias pessoais, coragem e covardia, heroísmo e a simples tentativa de escapar daquela inferno. A falta de contextualização histórica faz o filme perder um pouco, assim como alguns pequenos erros na produção, pequenas bobagens, mas é, inegavelmente, um belo trabalho !
- Monsieur & Madame Adelman (Mr & Mme Adelman). Bom a Muito
Bom. De Nicolas Bedos, ficção, França, 2016. Roteiro é fundamental pro
cinema, e aqui, ele, de forma muito competente, dá seu recado ! Avança,
recua, engana o espectador, diverte, surpreende. Vale Muito !
- Cartas da Guerra. Fraco a Regular. De Ivo Ferreira, ficção baseada em coletânea de cartas do escritor português Lobo Antunes, Portugal, 2016. Lobo Antunes é um consagrado escritor português. Porém, na transposição para as telas de sua cartas (cuja coletânea virou livro), baseadas em sua experiência no exército português na Angola colonial, a coisa ñ funciona, mesmo entedia. Pena...
- Cartas da Guerra. Fraco a Regular. De Ivo Ferreira, ficção baseada em coletânea de cartas do escritor português Lobo Antunes, Portugal, 2016. Lobo Antunes é um consagrado escritor português. Porém, na transposição para as telas de sua cartas (cuja coletânea virou livro), baseadas em sua experiência no exército português na Angola colonial, a coisa ñ funciona, mesmo entedia. Pena...
- Fala Comigo. Bom a Muito Bom. De Felipe Sholl, Ficção, Brasil, 2016. Junte argumento, roteiro e atores bons, misture e sacuda um pouco, e como resultado terás um resultado pra lá de bom !
- O Futuro Perfeito (El Futuro Perfecto). Fraco. De Nele Wohlatz, ficção, Argentina, 2016. A coisa toda não decola e entedia. Você fica a se perguntar: cadê o filme ?
- Gatos (Kedi). Regular a Bom. De Ceyda Torun, documentário, EUA/Turquia, 2016. Os gatos e Istambul, indissociáveis. Curioso, divertido, a apresentar uma relação muito especial entre esta fantástica cidade, seus habitantes, e sua bizarra população de gatos. O filme poderia ser um pouquinho menor, mas vale.
- Perdidos em Paris (Paris Pieds Nus). Fraco a Regular. De Dominique Abel e Fiona Gordon, ficção, França/Bélgica, 2016. A ideia é interessante, o filme decola, mas, infelizmente, ñ se sustenta. Pena.
- A Terra Vermelha (La Tierra Roja). Regular. De Diego Martinez Vignatti, ficção, Bélgica/Argentina/Brasil, 2015. Há questões importantes em discussão, mas o roteiro, um pouco precário, e a pobre construção de personagens (alguns pouco verossímeis) cobram seu preço.
- O Círculo (The Circle). Fraco. De James Ponsoldt, ficção, Emirados Árabes Unidos/EUA, 2017. Adoro cinema, sou cinéfilo apaixonado, e por isso ñ tenho prazer em fazer uma má avaliação de um filme. Ñ sei o que a turma do "Cahiers du Cinéma" acharia deste "O Círculo", mas sou forçado a dizer: bem fraco, fraca direção, fracas atuações, roteiro bem pouco consistente, frustrante.
- A Garota Ocidental - Entre o coração e a tradição (Noces). Regular a Bom. De Stephan Streker, ficção, Bélgica/Paquistão/Luxemburgo/França, 2016. Preconceito e tradições não compatíveis com os dias atuais, e que atingem migrantes na Europa, neste caso oriundos do Paquistão. Infelizmente já houve inúmeros casos semelhantes reais, que inspiraram este filme.
- Frantz. Bom a Muito Bom. De François Ozon, ficção, França, 2016. Ozon apresenta, mais uma vez, trabalho que reúne direção competente, roteiro preciso, e fotografia que retrata a atmosfera da época. Resultado: vale à pena !
- Coração e Alma (Réparer les vivants). Festival Varilux de Cinema Francês 2017. Regular a Bom. De Katell Quillévéré, ficção, França, 2016. O roteiro faz o filme trilhar caminhos ñ previstos, mudanças de rotas, e traz interessantes surpresas. Vale !
- Kiki: os segredos do desejo (Kiki, el amor se hace). Regular a Bom. De Paco León, ficção, Espanha, 2016. Refilmagem do australiano "A Pequena Morte", diverte, mas, confesso, preferi o australiano, que me pareceu um pouco menos explícito, e um pouco mais realista. Mas vale ! Boas risadas garantidas !
- Um Instante de Amor (Mal de Pierres). Festival Varilux de Cinema Francês 2017. Bom. De Nicole Garcia, ficção, França, 2016. Roteiro bom e não linear conduz o espectador por caminhos quase inesperados, com bom resultado. Marion Cotillard (Piaf) deixa sua marca.
- Rodin. Festival Varilux de Cinema Francês 2017. Fraco. De Jacques Doillon, inspirado na vida de Rodin, França, 2017. Roteiro ñ ajuda, e o filme se arrasta, tediosa e languidamente. Pena. Há o ótimo ator Vicent Lindon como Rodin, mas ñ é o suficiente.
- Neve Negra (Nieve Negra). Fraco a Regular. De Martin Hodara, ficção, Argentina/Espanha, 2016. Cinema argentino é muito bom, como regra. Darín é excelente. Inegável.. Com estas premissas parto pra ver filmes argentinos. Por isso, a decepção com este foi bem grande ! O roteiro se esgota rapidamente, e você se pergunta: ñ há + nada, só isso ? E cinema é roteiro. Darín, infelizmente, desta vez em atuação pouco inspirada, ñ é suficiente pra alavancar o resultado. Pena... De qualquer modo, continuo fã do cinema argentino ! Ñ será este pequeno revés que mudará minha opinião !
- Comeback: uma matador nunca se aposenta. Regular a Bom. De Érico Rassi, ficção, Brasil, 2016. Espinha dorsal: atuação, como de costume, muito boa de Nelson Xavier (o qual morreu há pouco, maio). O filme tem seus momentos, e Nelson transita por eles com maestria.
- Norman: confie em mim (Norman: The moderate rise and tragic fall of a New York fixer). Regular a Bom. De Joseph Cedar, ficção, EUA/Israel, 2016. O filme, com interessante roteiro, está calcado fundamentalmente na atuação de Richard Gere. Nem tudo funciona, porém.
- Z - A Cidade Perdida (The Lost City of Z). Regular. De James Gray, EUA, 2015, ficção baseada em história real. A história do explorador britânico Percival Fawcet, que desapareceu na Amazônia quando procurava uma misteriosa cidade perdida. O roteiro, para um filme de 141 minutos, deveria ter sido mais ágil. Não foi....
- Real - O Plano por trás da história. Regular a Bom. De Rodrigo Bittencourt, ficção baseada na história da criação do Plano Real, Brasil, 2016. Vale à pena, pra conhecer mais sobre a gestação e os primeiros passos do Plano Real. O roteiro às vezes derrapa, e há atuações pouco inspiradas. Mas, insisto, vale...
- Corra! (Get out). Regular. De Jordan Peele, ficção, 2017. Parecia mais um episódio da série "Black Mirror", da Netflix, mas, porém, não chega a empolgar.
- O Cidadão Ilustre (El Ciudadano Ilustre). Muito Bom. Ficção, de Gastón Duprat e Mariano Cohn, Argentina/Espanha, 2016. O cinema argentino, ancorado em ótimos roteiro e atores, produz mais uma vez ótimo resultado.
- A Promessa (The Promise). Bom. Ficção, inspirada em fatos reais, de Terry George, EUA/Espanha, 2016. A linguagem excessivamente hollywoodiana cobra seu preço, mas falar sobre o genocídio de armênios (estima-se 1,5 milhão de mortos) pelo Império Otomano na I Guerra é extremamente importante, crime negado pela Turquia até hoje, e não reconhecido por muitos países, como EUA e Brasil.
- Além das Palavras (A quiet passion). Fraco a Regular. De Terence Davies, baseado na vida da poeta norte-americana Emily Dickinson, Reino Unido/Bélgica, 2017. Sem dúvida há questões de interesse na vida da poeta, alguém à frente de seu tempo (feminista, antiescravidão), mas o roteiro lento e a duração excessiva cobram seu preço no resultado.
- Paterson. Regular. De Jim Jarmusch, ficção, EUA, 2016. Jarmusch pretende, creio, demonstrar que a vida é assim mesmo, sem sobressaltos, mesmo entediante, mas que permite surgir o talento, no caso, a poesia. Ñ funcionou, em minha opinião. Prefiro outros trabalhos deste diretor.
- Vida (Life). Fraco. De Daniel Espinosa, EUA, ficção científica, 2016. Uma sucessão de lugares comuns e situações que você já viu em outros filmes de ficção científica. Pena, pois sou fã do gênero.
- Una. Regular a Bom. De Benedict Andrews, ficção, Inglaterra/EUA/Canadá, 2016. Baseado na peça "Blackbird", de David Harrower. Apresenta relacionamento entre um homem e uma menina de 12 anos, pelo qual ele é condenado e preso, e seus desdobramentos no futuro de ambos. A atriz Rooney Mara está se transformando em figurinha carimbada no cinema.
- O Mundo Fora do Lugar (Die Abhandene Welt). Regular a Bom. De Margarethe Von Trotta, ficção, Alemanha, 2015. Mais uma dobradinha Trotta/Barbara Sukowa, interessante e competente, mas menor que outros trabalhos com a dupla, como "Hanna Arendt" e "Rosa de Luxemburgo", por exemplo. Mas vale...
- O Filho de Joseph (Le Fils de Joseph). Exagerada e Abusadamente Ruim ! De Eugène Green, ficção, França/Bélgica, 2016. O diretor optou por uma linguagem teatral, caricata, cujo resultado, nas telas, é um desastre entediante. Madame G., ao meu lado, não resistiu e sucumbiu ao sono. Eu resisti ao desejo de abandonar a sala de projeção, enquanto sucumbia ao tédio... E, acreditem, nas telas estava o ótimo Mathieu Amalric, mas que, em meio àquela lama, nada pode fazer...
- Mulheres do Século 20 (20th Century Women). Bom. De Mike Mills, ficção, EUA, 2016. Roteiro imaginativo e atuações legais retratam, na Califórnia, um pequeno pedaço de um momento bizarro nos EUA, o final do governo Carter, às vésperas da era Reagan.
- Fragmentado (Split). Regular a Bom. De M. Night Shyamalan, ficção, EUA, 2016. Interessa, principalmente a atuação de James McAvoy, que impressiona ao assumir inúmeros personagens nos quais sua personalidade se divide. Mas, confesso, talvez tenha optado, em pequena parte do filme, por soluções pouco verossímeis.
- Trainspotting 2 (T2 Trainspotting). Bom. De Danny Boyle, ficção, Reino Unido, 2017. Fundamental que você tenha visto o primeiro "Trainspotting", de 1996, para entender e se divertir com as bizarras figuras que transitam por Edimburgo, Escócia, e que voltam a se encontrar depois de muitos anos.
- Fatima. De Regular a Bom. De Philippe Faucon, ficção, França, 2015. Mais uma vez o tema do imigrante é abordado, e com competência. Desta vez, como muitos, vindo da Argélia para a França, vivendo do subemprego, sem se comunicar e se fazer entender na língua do país para onde migrou (o francês, no caso), objeto de preconceito e lutando com dificuldade para, muitas vezes, somente sobreviver. Ñ é difícil entender que uma pequena parcela destes imigrantes se tornem alvo fácil para os escroques aliciadores do terrorismo (que nada tem com o Islã, que fique bem claro).
- Fome de Poder (The Founder). Bom. De John Lee Hancock, baseado em história real, EUA, 2016. Interessa, pois revela a história de como a rede McDonalds surgiu e cresceu, a partir de um pequeno negócio de hamburgers na Califórnia, EUA, nos anos 1950.
- Paro Quando Quero (Smeto Quando Voglio). Bom. De Sydney Sibilia, Itália, 2014. “Breaking Bad” à italiana... Acadêmicos italianos desempregados sintetizam droga sintética para sobreviver. Ágil e divertido.
- Silêncio
(Silence). Fraco. De Martin Scorcese, ficção livremente inspirada na história
de padres jesuítas portugueses que foram ao Japão no século XVII,
EUA/Taiwan/México, 2016. Excessivamente longo, se perde e entedia. Scorcese
irreconhecível !
-
Negação (Denial). Regular a Bom. De Mick Jackson, baseado no livro “Denial:
Holocaust history on trial”, que relata uma história real, Reino Unido/EUA,
2016. A história, relatada no citado livro,
apresenta a disputa na justiça britânica entre David Irving, controverso
escritor com teorias revisionistas sobre os nazistas e seu papel, e Deborah
E.Lipstadt, historiadora. Interessa, mas o roteiro ñ é dos melhores, e o filme
perde com isso. Para quem se interessar, há ótimo documentário da BBC (creio que 06 episódios),
“Auschwitz: the nazis and the final solution”, disponível na Netflix, que
relata com precisão como o complexo Aushwitz-Birkenau surgiu e assumiu o
tenebroso papel de o mais importante campo de extermínio de judeus e outras
etnias pelos nazistas na II Guerra.
- A Garota Desconhecida (La Fille Inconnue). Regular a Bom. De Luc Dardenne e Jean-Pierre Dardenne, ficção, Bélgica/França, 2016. Não é um grande filme, mas seu roteiro desvenda aos poucos o drama da precária vida dos imigrantes, que vivem como párias na Europa. O filme se passa na Bélgica, um dos países onde esta precarização da vida do imigrante tornou-o um alvo para que fosse cooptado pelo terrorismo que assombra a Europa.
- Um Limite entre Nós (Fences). Fraco a Regular. De Denzel Washington, ficção (baseado em uma peça), EUA, 2016. O que funcionou no teatro, quando trazido para as telas, não acontece. Exceto o quarto final, com ressalvas, achei os extensos diálogos entediantes, a ponto de ter pensado em sair do filme antes de seu final. Quis dar mais uma chance a Denzel, e resisti brava e duramente...
- Moonlight - Sob a Luz do Luar (Moonlight). Muito Bom. De Barry Jenkins, ficção, EUA, 2016. A vida sem esperança na comunidade afro-americana é mostrada com a necessária crueza, numa rotina de preconceito, pobreza e exclusão, à qual se soma o drama de uma criança que descobre ser homossexual. Direção, roteiro e atores realizam excelente trabalho.
- Eu Não Sou Seu Negro (I Am Not Your Negro). Bom a Muito Bom. De Raoul Peck, documentário, EUA/França/Bélgica/Suíça. Peck baseia o documentário na vida, nos trabalhos e artigos do dramaturgo James Baldwin, morto em 1987, e sua convivência com Medgar Evers, Malcom X e Martin Luther King, ícones da luta pelas liberdades civis da população afro-americana. Apresenta ainda seu ininterrupto questionamento das profundas contradições nos EUA quanto aos preconceitos à população afro descendente e as divisões profundas entre etnias ainda hoje existentes na sociedade norte-americana.
- Lion - Uma Jornada para Casa (Lion). Regular a Bom. De Garth Davis, baseado em história real, EUA/Reino Unido/Austrália, 2015. Impossível ñ se deixar impactar por uma história que impressiona devido à saga (real) de uma criança indiana, cuja sobrevivência parece estar sempre por um fio, mas o roteiro derrapa e o resultado ao final fica a dever.
- Um Homem Chamado Ove (En Man Som Heter Ove). Regular. De Hannes Holm, ficção, Suécia, 2017. Simpático, provoca alguns risos, mas é quase somente isso.
- Toni Erdmann. Bom. De Maren Ade, ficção, Alemanha/Áustria, 2016. O personagem principal é uma peça, hilário na maioria das vezes (outras nem tanto), em sua busca incansável de aproximar-se de sua filha. Roteiro, fundamentado em ágeis diálogos e situações inusitadas, funciona. O filme poderia ser um pouco menor, e conseguir o mesmo resultado. Pano de fundo: uma Romênia, onde se passa boa parte do filme, quase protocapitalista, com suas más consequências (muitas), e suas boas (??), tentando, mesmo precariamente, se encontrar em um novo mundo, o qual ela não entende muito bem, mas ao qual deseja ardentemente pertencer. Isso me faz lembrar amigos turcos, que se indignavam que, enquanto a Turquia tinha sua entrada barrada na União Européia, a Romênia, aquele "quase" Estado, economia pouco significativa quando comparada à da Turquia, era membro. Bizarro...
- A Qualquer Custo (Hell or High Water). Muito Bom. De David Mackenzie, ficção, EUA, 2015. Ótimos e ferinos diálogos, fruto de ótimo roteiro, além de atuação inspirada de Jeff Birdges, fazem desse um muito bom filme. Um Texas à margem, fruto de crise financeira e, provavelmente, da queda dos preços do petróleo, que se abateram sem piedade sobre o cidadão comum.
- Estrelas Além do Tempo (Hidden Figures). Regular a Bom. De Theodore Melfi, baseado em história real, EUA, 2016. A história de brilhantes matemáticas afro-americanas nos anos 1960 nos EUA, que contribuíram sobremaneira para decisivos passos da corrida espacial, em meio à sempre presente (e totalmente absurda) discriminação institucionalizada nos EUA contra os afro-americanos, em uma década decisiva para o movimento de luta pelos Direitos Civis da população afro-americana naquela país. O roteiro, infelizmente, possui características de lugar-comum, mesmo datadas.
- Paraíso (Paradies). Bom. De Andrey Konchalovskiy, ficção, Rússia/Alemanha, 2016. Roteiro imprime olhar diferente aos horrores da II Guerra, na França (colaboracionismo), e em campos de extermínio nazistas. Muito boa fotografia em preto e branco contribui positivamente.
- Até o Último Homem (Hacksaw Ridge). Regular. De Mel Gibson, baseado em uma história real, EUA/Austrália, 2016. A história, real, interessa e possui desfecho quase surpreendente. Mas o roteiro imprime uma linguagem antiquada, caricata, estilo bons contra os maus, a cavalaria contra os índios, e que cobra pesado preço ao resultado do filme. Pena.
- Assim que Abro meus Olhos (À peine j'ouvre les yeux). Regular. De Leyla Bouzid, ficção, Tunísia/França/Bélgica/Emirados Árabes, 2015. O momento, supõe-se, é um pouco anterior à "Primavera Árabe".. Mas imaginava que veria um pouco mais daquela atmosfera, mas ñ é o caso do filme. Interessa, mas é limitado a uma pequena realidade.
- Manchester à Beira Mar (Manchester by the Sea). Bom. De Kenneth Lonergan, ficção, EUA, 2016. Bom roteiro, ñ linear, boa direção, e bons atores. Resultado: bom filme !
- La La Land: cantando estações (La La Land). Regular. De Damien Chazelle, ficção, EUA, 2016. OK, ñ gosto de musicais, exceto óperas rock... Mas o Chazelle fez o muito bom "Whiplash", o filme foi super premiado no Globo de Ouro, e uma amiga nos convidou.. OK, lá vamos nós... Tiro n'água... Achei mais do mesmo, 1 + 1 = 2, sem novidades, sem muita imaginação, talvez, exceto, ao final... Bom, voltei pra casa sem gostar dos musicais... Pena...
- Animais Noturnos (Nocturnal Animals). Bom. De Tom Ford, EUA, 2016. Baseado no romance "Tony & Susan", de Austin Wright, é, segundo amigo, um "Road Movie"... O cara tem razão; é isso mesmo. Boa direção, boas atuações, e muita violência...
- Eu, Daniel Blake (I, Daniel Blake). Bom. De Ken Loach, ficção, Reino Unido/França/Bélgica, 2016. Divido minha trôpega crítica em 02 pedaços:
O primeiro: Loach, com a usual competência, dá voz aos à margem da sociedade, fragilizados, que nestes tempos de globalização, parecem ser deixados pra trás. Ñ é o melhor filme dele, mas merece o aplauso.
O segundo: acaba o filme, e, diria, metade da platéia começa a gritar "Fora Temer". Há mesmo uma senhora que discursa contra Temer... Fico a me perguntar o porquê, mas ñ acho resposta. Talvez, só pode ser isso, estivessem movidos a um cocktail de anfetaminas, crack, LSD e naftalina. Talvez fosse um brado contra a reforma da previdência, que se ñ acontecer de alguma forma, melhor sumir daqui, migrar pro Sudão do Sul, porque o Brasil foi pro espaço. No meio da cena bizarra, um senhor bradou "Lula ladrão", e foi vaiado, enquanto uma senhora o repreendeu a exigir respeito. Ahh, bom.. Roubar e destruir um país pode... Tempos estranhos... Pena Norbert Elias ñ ter escrito "Os Brasileiros", pra entendermos um pouco mais sobre nós mesmos...
- O Apartamento (Forushande). Bom a Muito Bom. De Asghar Farhadi, ficção, Irã/França, 2016. Mesmo diretor do premiado "A Separação", Farhadi utiliza o roteiro com muita competência para nos levar a vários caminhos possíveis, sem nunca revelar tudo, sonegando detalhes somente entrevistos. O cara é bom !!
- A Última Lição (La Derniére Leçon). Regular a Bom. De Pascale Pouzadoux, ficção inspirada em história real, França, 2016. Roteiro conduz com competência tema difícil, tendo em vista o envelhecimento da população, cada vez mais presente.
- Estados Unidos pelo Amor (Zjednczone Stany Milosci). Bom a Muito Bom. Ficção, de Tomasz Wasilewski, Polônia/Suécia, 2016. Premiado no Festival de Berlim. Apresenta histórias entrelaçadas com precisão, ao acaso, na Polônia de 1990. Tensões de um país à beira do final da União Soviética. Sem dúvida, mais um bom resultado do competente cinema polonês.
- Capitão Fantástico (Captain Fantastic). Regular. De Matt Ross, ficção, EUA, 2016. OK, é divertido em alguns momentos, mas isso ñ faz o filme decolar. Ouvi que este filme estaria na categoria do "adorei" ou do "detestei"...Bom, ñ adorei, mas também ñ o detestei, mas o argumento que fundamenta o roteiro está mais para um filme da Disney.. Pouco factível, pouco crível, personagens quase irreais....
- Sieranevada. Regular a Bom. De Cristi Puiu, ficção, Romênia, 2016. A ação se concentra, em boa parte, numa reunião de família explosiva, diálogos divertidos e duros, personagens hilários e bizarros. Os romenos, meio latinos, possuem um jeito dramático característico. Acertou que os imagina italianos... Pena que o filme seja excessivamente longo, e esta duração cobra preço caro ao resultado final. Pena...
- Neruda. Fraco. De Pablo Larraín, Chile/Argentina/França/Espanha/EUA, baseado em história real, 2016. Fui animado, cheio de boas expectativas, ver o filme; frustração quase total. Depois dos ótimos "O Clube", "No", e "Tony Manero", confesso que este trabalho está bem aquém do que vi de Larraín, e do que Neruda exigiria. A atuação de García Bernal (culpa do roteiro) beira o medíocre. Pena...
- Sully: o Herói do Rio Hudson (Sully). Bom. De Clint Eastwood, EUA, baseado em história real, EUA, 2016. Responde a perguntas sobre incrível acidente aéreo e cujo roteiro, não linear, permite que o desenrolar do filme surpreenda.
- É Apenas o Fim do Mundo (Juste la Fin du Monde). Bom. Ficção, de Xavier Dolan, França/Canadá, 2016. A força do filme é um roteiro com ótimos diálogos, ágeis e duros, o que se soma a ótimos atores. Quem sobreviveria a tal família ??
- A Economia do Amor (L'Économie du Couple). Regular. Ficção, de Joachim Lafosse, França/Bélgica, 2016. Interessa, mas o filme se esgota rapidamente, bem antes do final, e a repetição entedia.
- O Filho Eterno. Bom. De Paulo Machline, ficção baseada em história real, Brasil, 2016. A discussão sobre como os pais se relacionam com a Síndrome de Down ganha abordagem correta, não usual, e foge a estereótipos.
- Michelle e Obama (Southside with You). Fraco a Regular. Baseado em fatos reais, de Richard Tanne, EUA, 2016. Inegável que a vida de Michelle e Obama, ele o primeiro presidente negro dos EUA, chama a atenção e atrai nosso interesse. Mas o roteiro transformou a coisa toda em uma quase piegas sessão da tarde. Pena...
- A Chegada (Arrival). Bom. De Denis Villeneuve, ficção, EUA, 2016. Gosto de ficção científica, e esta, sobre contato com extraterrestres, e o desafio da comunicação, aborda a questão de forma, digamos, imaginativa.
- Elis. Bom. De Hugo Prata, ficção baseada na vida de Elis Regina, Brasil, 2016. Belas imagens e músicas, neste filme sobre a vida de Elis Regina. Roteiro, em sua maior parte, soube conduzir bem a história, assim como e principalmente a atriz principal, Andreia Horta. Algumas poucas derrapagens não diminuem o filme.
- Os Cavaleiros Brancos (Les Chevaliers Blancs). Regular. De Joachim Lafosse, Bélgica, 2016. Assunto abordado merecia mais respostas e explicações. Ficou capenga.
- Creepy. Bom. De Kiyoshi Kurosowa, ficção, Japão, 2016. Suspense japonês nas mãos de diretor especialista. Roteiro pode ter derrapado um pouco no quarto final, mas resultado impressiona.
- A Luz entre Oceanos (The Light between Oceans). Bom. De Derek Cianfrance, EUA/Nova Zelândia, 2016. Baseado em livro de M.L. Stedman, bom roteiro e bons atores garantem o bom resultado.
- 13 Minutos (Elser: Er hätte die Welt verändert). Bom. De Olivier Hirschbiegel ("A Queda"), baseado em história real, Alemanha, 2015. É apresentada história pouco conhecida de atentado à vida de Hitler, infelizmente sem sucesso, ocorrido em 1939, por um alemão que agiu sozinho, e poderia ter mudado o rumo da História. Bem conduzido e roteirizado com correção.
- Snowden - Herói ou Traidor (Snowden). Regular a Bom. De Oliver Stone, baseado na vida de Edward Snowden, EUA/Alemanha/França, 2016. Stone apresenta com correção, mas sem questionar motivações, a história de Edward Snowden, que trabalhou na CIA e posteriormente em empresa (acho que Booz Allen) que prestava serviços à NSA e à própria CIA. Confesso que achei a ausência de motivações que levaram Snowden a fugir para a Rússia e a revelar documentos aos quais ele tinha acesso um ponto fraco do filme. Acrescento: li alguns comentários sobre o filme, e que devem ser da "esquerda caviar", sobre ligações das revelações de Snowden ao plano bisonhamente maquiavélico para alimentar a Lava-Jato e detonar o PT. Esses meninos são uma comédia...
- Indignação (Indignation). Fraco a Regular. De James Schamus, ficção, EUA, 2016. Baseado em livro de Philip Roth, para mim sua transposição para o cinema não funcionou. Culpa do roteiro ? Provável. O ritmo beira o enfadonho. Pena....
- Um Dia Difícil (Kkeutkkaji Ganda). Bom a Muito Bom. De Kim Seong-hoon, ficção, Coreia do Sul, 2014. A Coreia do Sul, que já nos premiara com alguns excelentes filmes (quem viu "Old Boy" há de concordar), nos apresenta neste trabalho uma mistura de tensão, bizarrices, filme policial, muita imaginação e inúmeras surpresas, boa parte disso resultado de um muito bom roteiro. Vale !
- Amnésia (Amnesia). Regular. De Barbet Schroeder, ficção, Suíça/França, 2015. Curioso, revisita a questão da culpa alemã após a II Guerra, mas o roteiro não ajuda, e o resultado é apenas burocrático.
- Jovens, Loucos e mais Rebeldes (Everybody wants Some). Fraco. De Richard Linklater, ficção, EUA, 2015. Pouco mais que uma "Sessão da Tarde" adolescente, e muito menos do que o cinema que procuro.
- Uma História de Loucura (Une Histoire de Fou). Bom. Ficção, de Robert Guédiguian, França, 2015. O drama dos armênios, vítimas de genocídio perpetrado pelos turcos no Império Otomano durante a I Guerra (estima-se que foram mortas 1,5 milhão de pessoas), é revisitado, anos 1980. A Turquia, de forma inacreditável, até hoje não o reconhece formalmente.
- O Mestre dos Gênios (Genius). Regular a Bom. De Michael Grandage, ficção baseada en fatos reais, Reino Unido/EUA, 2016. Focado na relação do editor Max Perkins com Tom Wolfe, de quem procurava literalmente arrancar um trabalho factível e vendável, depois de haver editado com competência Scott Fitzgerald e Ernest Hemingway. Uma relação que beira o irreal e o bizarro.
- Kóblic. Bom. Ficção, de Sebastián Borensztein, Argentina, 2016. Pouco sei de cinema, exceto que o adoro, e algumas outras poucas coisas, mas algumas das pouquíssimas quase certezas que tenho são: procure os bons diretores e os bons atores. Esses caras, na maioria das vezes, estarão em trabalhos muito bons. É o caso de "Kóblic", que além do diretor Borensztein, que já nos presenteara com o ótimo "Conto Chinês" (que acho superior a "Kóblic"), também com Darín, traz de novo o próprio Darín, que esbanja competência e bom cinema. Desta vez, situam a estória em meio à terrível ditadura na Argentina, com aproximadamente 30 mil mortos pelas forças de segurança argentinas, os voos da morte, e a catastrófica Guerra das Malvinas. Uma repetida observação: como o cinema argentino é superior ao brasileiro !! Será porque os caras talvez leiam muito mais que nós, e produzem, como consequência, ótimos roteiristas ? Talvez...
- Nosso Fiel Traidor (Our Kind of Traitor). Regular. Ficção, de Susanna White, Reino Unido, 2016. Baseada em romance de mesmo nome de John Le Carré, é arrumadinho, mas possui roteiro com ritmo e soluções burocráticas, que cobram seu preço pro resultado do filme. Pena, pois a máfia russa é um tema de interesse.
- Irmã (Little Sister). Fraco a Regular. Ficção, de Zach Clark, EUA, 2016. A estória não me pegou. Achei-a mesmo enfadonha, chata, e o roteiro seguiu por esse caminho. Má investida. Pena, pois, pela crítica, eu tinha esperanças...
- Melhores Amigos (Little Men). Festival de Cinema do Rio. Bom. Ficção, de Ira Sachs, EUA/Grécia, 2016. Bons roteiro (um brasileiro é co-roteirista) e atuações (as crianças, então, surpreendem) imprimem um bom resultado.
- A Passageira (Magallanes). Bom. Ficção, de Salvador del Solar, Peru/Argentina/Colômbia/Espanha, 2015. Baseado no livro "La Pasajera", do premiado escritor Alonso Cueto, narra o encontro nos dias atuais de 02 personagens nas ruas de Lima e que traz à tona os violentos eventos do conflito com o grupo guerrilheiro Sendero Luminoso.
- Posto-Avançado do Progresso. Festival de Cinema do Rio 2016. Fraco. Ficção, de Hugo Vieira da Silva, Portugal, 2016. Livremente inspirado no romance "O Coração das Trevas", de Joseph Conrad (nascido na Polônia, e que se radicou no Reino Unido), peca no ritmo do roteiro e se arrasta, mesmo chateia. Pena...
- Lembrança de um Amor Eterno (La Corrispondenza). Fraco. De Giuseppe Tornatore, ficção, Itália, 2016. O iverossímel e roteiro que se arrasta (e chateia) se traduzem em pobre resultado. Pena, pois Tornatore é (ou foi) muito bom diretor.
- Sete Homens e Um Destino (The Magnicent Seven). Fraco. De Antoine Fuqua, ficção, refilmagem de western clássico, EUA, 2016. Um formato e um roteiro que podem ter funcionado na versão original, mas agora, com a contribuição de atuações quase caricatas, não funcionam, e são mesmo datados. Tédio e lugar comum. A refilmagem deveria ter inovado.
- Conexão Escobar (The Infiltrator). De Regular a Bom, de Brad Furman, baseado em história real, EUA, 2015. História interessante de combate ao tráfico de drogas nos EUA, e muitos irão reconhecer o ótimo ator de "Braking Bad", Bryan Cranston. Mas, creio, o roteiro poderia ter imprimido melhores ritmo e condução. O valor de conhecer tal operação é inegável.
- Últimos Dias no Deserto (Last Days in the Desert). Regular. De Rodrigo García, ficção, livremente inspirada no Novo Testamento, EUA, 2015. Esperava algo mais transgressor, talvez com um jeito do "Evangelho Segundo Jesus Cristo", do Saramago. Porém, o filme, apesar de produzido com correção, e da boa atuação de Ewan McGregor, é burocrático. Pena...
- Aquarius. Bom. De Kleber Mendonça, ficção, Brasil/França, 2016. Interessante trabalho, excelente desempenho de Sonia Braga, mas o filme ficou talvez um pouco longo demais. Confesso que achei "O Som ao Redor", também de Mendonça, melhor. Cabe destacar que o filme está envolto em polêmica. Os atores, em Cannes, gritaram "Não Vai Ter Golpe". A recomendação de idade mínima foi severa, simplesmente devido a uma cena onde um homem nu se apresenta, digamos, pronto para a atividade sexual. Se fosse em 3D, eu entenderia. O bizarro é que ao final da sessão que assisti, a maior parte do público de levantou e, entre palmas efusivas, gritava "Fora Temer"....Menos....A turma perdeu o senso de ridículo, nesta atmosfera de Fla-Flu...
- A Comunidade (Kollektivet). Bom. De Thomas Vinterberg, ficção, Dinamarca/Suécia/Holanda, 2016. Vinterberg, que nos havia presenteado com o excelente "Festa de Família" (feito de acordo com as regras do Dogma 95), apresenta interessante história que se passa nos anos 1970, na Dinamarca, de um grupo de pessoas que decide viver em uma comunidade. Ele é um dos roteiristas. Bem amarrado e ambientado de forma competente. Aqueles que viram "Festa de Família" irão reconhecer 02 atores.
- Café Society. Bom. De Woody Allen, ficção, EUA, 2016. Não é o melhor Woody Allen, mas sua competência e sua marca, no roteiro e na direção, estão claramente presentes.
- Os Campos Voltarão (Torneranno I Prati). Bom. De Ermanno Olmi, ficção, Itália, 2014. Captura um pouco da atmosfera opressiva e da desesperança das tropas italianas nas trincheiras, I Guerra Mundial, Itália, 1917. Baseado parcialmente no conto "La Paura", de Federico De Roberto, 1921, assim como em relatos que Olmi ouviu do próprio pai, que lutou na I Guerra Mundial.
- A Corte (L'Hermine). Regular a Bom. Ficção, de Christian Vicent, França, 2016. Filme simpático, nada demais, mas que é sustentado pela usual muito boa atuação do ator Fabrice Luchini, o real destaque desta produção.
- A Conexão Francesa (La French). Regular a Bom. Ficção inspirada em fatos reais, de Cedric Jimenez, França/Bélgica, 2015. Interessa por apresentar um pouco da "Operação França" (filme superior, inegável) no lado francês, em Marseille. Aqueles que viram "O Artista" reconhecerão o ator Jean Dujardin, em boa atuação. Mas não é um grande filme, nem tampouco um grande roteiro.
- O Monstro de Mil Cabeças (A Monster with a Thousand Heads). Bom. Ficção, de Rodrigo Plá, México/França, 2015. A relação muitas vezes estressante, mesmo dramática, entre planos de saúde e seus clientes é apresentada em roteiro competente. No Brasil, infelizmente, encontramos exemplos semelhantes. Representa um modelo de Saúde a ser repensado.
- Nahid – Amor e Liberdade (Nahid). Bom. Ficção, de Ida Panahandeh, Irã, 2016. O cinema iraniano volta a atacar !! Roteiro, com competência, consegue captar as bizarrices de um Estado Teocrático, o Irã. Atenção: o Irã, muçulmano xiita, é menos ortodoxo do que a Arábia Saudita, muçulmana sunita da linha do wahabismo.
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Mãe só há uma. Fraco a Regular. De Anna Muylaert, ficção baseada em fatos
reais, Brasil, 2016. Poderia ter sido melhor construído. Roteiro tem problemas,
mesmo tosco em alguns momentos, assim como algumas atuações são fracas e
precárias. Pena...Filme anterior, “Que Horas Ela Volta”, que não é um grande
filme, é muito superior.
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Chocolate (Chocolat). Regular a Bom. De Roschdy Zem, ficção baseada em fatos
reais, França, 2016. Baseado na história de um palhaço negro que trabalha na
França no início do século XX, os imensos preconceitos que havia e sua luta
para combatê-los. Interessa, mas não é um grande filme.
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Agnus Dei (Les Innocentes). Bom. De Anne Fontaine, ficção inspirada em fatos
reais, França/Polônia, 2016. História dramática contada com correção algo
burocrática, roteiro competente, aborda as terríveis consequências da II Guerra
para um convento de freiras polonesas. Pequena comparação: para mim, o filme
polonês “Ida”é muito melhor.
- Julieta. Bom. Ficção, de Pedro Almodóvar, Espanha, 2016. Dirigido com sua usual competência, e cujo roteiro é inspirado em 03 contos da escritora canadense Alice Munro, encontramos a assinatura de Almodóvar a todo momento. Não é seu melhor trabalho, mas é Almodóvar, por certo.
- Incompreendida (Incompresa). Regular a Bom. Ficção, de Asia Argento, Itália/França, 2014. A confusão de uma família italiana sob os olhos de uma menina. Interessa, mas o resultado é irregular.
- O Valor de um Homem (La Loi de Marché). Bom. Ficção, de Stéphane Brizé, França, 2015. O drama que atinge milhões hoje, e cada vez mais, o desemprego, e cuja perspectiva de reversão é cada vez menor. Atuação de Vincent Lindon, como usual, impressiona.
- Paratodos. Muito Bom. De Marcelo Mesquita, documentário, Brasil, 2016. Roteiro, fotografia e edição de primeira, apresenta a trajetória de vários atletas paralímpicos, e sua luta para estarem nos jogos no Rio em 2016. O foco são os atletas. A deficiência é um detalhe secundário. Você quase se esquece dela.
- Raça (Race). Regular. De Stephen Hopkins, baseada em história real, Canadá/Alemanha, 2016. A história do atleta negro norte-americano Jesse Owens, e sua participação nas Olimpíadas de 1936, Berlim. Roteiro e atores (esses, principalmente) ficam a dever, e ñ alcançam a magnitude que essa história exige.
- Marguerite (Marguerite). Regular. De Xavier Giannoli, ficção, baseada em fatos reais, França/República Tcheca/Bélgica, 2016. Bizarra história, mas roteiro se arrasta e não entrega o resultado que poderia extrair da mesma.
- Paulina (La Palota). Regular. De Santiago Mitre, ficção, Argentina/Brasil/França, 2015. Roteiro traz algumas surpresas, mas há algumas coisas que não funcionam, entre as quais a própria construção da personagem da protagonista. Cobra seu preço, e apresenta a conta - Regular !
- Na Ventania (Risttuules). Muito Bom. De Martti Helde, Estônia, 2014. Baseado nas cartas de uma habitante da Estônia deportada de seu país para a Sibéria em 1941. Duríssima história da expulsão, assassinato, tortura, fome e trabalhos forçados até meados dos anos 1950, e que se abateu sobre centenas de milhares de habitantes dos países bálticos (Lituânia, Estônia e Letônia) enviados para a Sibéria. Também foi lugar comum para várias outras populações na ex União Soviética. Inomináveis atrocidades, verdadeiro crime contra a Humanidade, perpretado pela mente insana e doentiamente assassina de Stalin. E ainda existem aqueles que hoje creem que ele estava certo (??). Fotografia belíssima, com recurso de congelamento de imagens, enquanto a câmera passeia entre os personagens. Impressiona e revolta.
- Lolo: o Filho de Minha Namorada (Lolo). Regular a Bom. De Julie Delpy, ficção, França, 2016. Festival Varilux de Cinema. Divertido, tem sua graça, mas é só. Ñ o guardarei em minhas lembranças...
- A Despedida. Bom. Ficção, inspirada em história real, de Marcelo Galvão, Brasil, 2014. Bom roteiro, com atuação inspirada e que impressiona de Nelson Xavier.
- Campo Grande. Bom. Ficção, de Sandra Kogut, Brasil/França, 2015. Estava pronto pra sacramentar um REGULAR em minha crítica, ñ achara o filme grande coisa, mas a Sra. T., que vira o filme comigo, juntamente com o Sr. C., desfiou uma explicação hiperbólica, onde Lacan flanava, e me rendi a seus argumentos, no começo de forma relutante, mas fui parcialmente convencidos por eles: BOM ! Eu e minhas conclusões cartesianas....
- O Outro Lado do Paraíso. Regular. Ficção, de André Ristum, Brasil, 2016. História se passa em momento crítico da história brasileira, pouco antes e após o golpe de 1964. Interessa, mas fica aquém do que poderia apresentar.
- A Garota do Livro (The Girl in the Book). Regular. Ficção, de Marya Cohn, EUA, 2016. Curioso, argumento podia render boa história, mas o roteiro ñ decola. Atores também pouco inspirados, e ñ ajudam no resultado final.
- Memórias Secretas (Remember). Bom a Muito Bom. Ficção, de Atom Egoyan, Canadá, 2015. Bom, ágil e surpreendente roteiro, somado à ótima atuação de Christopher Plummer (descobri há pouco que é canadense, acreditava que fosse britânico, enquanto o via flanando e curtindo seus mais de 80 anos) e à competente direção do diretor de origem armênia Atom Egoyan.
- O Dono do Jogo (Pawn Sacrifice). Bom. Baseado em história real, de Edward Zwick, EUA, 2016. O embate entre o excêntrico jogador de xadrez norte-americano Bobby Fischer e o campeão mundial, o soviético Boris Spassky, em 1972, assim como os caminhos tortuosos trilhados por Fischer para desafiar os antes imbatíveis soviéticos, no caldo da Guerra Fria. Tobey Maguire, como Fischer, em ótima atuação.
- De Amor e Trevas (A Tale of Love and Darkness). Fraco a Regular. Baseado na obra autobiográfica de Amos Oz, direção da israelense Natalie Portman (a conhecemos como atriz, "Cisne Negro", lembram ??), Israel/EUA, 2016. Tenho certeza que a obra de Amos Oz deve ser excelente. O filme de Portman, porém, fica longe disso, e possui direção e roteiro que o conduz para um ritmo que beira o tédio.
- Desajustados (Fúsi). Bom. De Dagur Kari, ficção, Islândia/Dinamarca, 2015. Roteiro nos apresenta estória não usual e personagens bizarros, à margem da vida, cujo resultado é um filme bom e fora do lugar comum.
- A Vingança Está na Moda (The Dressmaker). Fraco. Ficção, de Jocelyn Moorhouse, Austrália, 2015. Roteiro confuso se traduz em estória confusa, da qual nem Kate Winslet escapa. Ao final você se pergunta: o que foi isso ?? Não há resposta, apenas tempo perdido...
- Nise – O Coração da Loucura. Bom. Baseado em história real, Brasil, de Roberto Berliner, 2016. Retrata o árduo e mesmo revolucionário trabalho da Dra. Nise da Silveira para tratar pacientes esquizofrênicos, e que propunha alternativas à abordagem usada. Eletrochoque e lobotomia eram lugar comum nesta época (anos 1940, e mesmo depois)
-
Linguagem do Coração (Marie Heurtin). Regular a Bom. Ficção, baseada em
história real, de Jean-Pierre Améris, França, 2014. A inclusão e o resgate pro
mundo de menina surda e cega na França no século XIX, através de excelente
trabalho (pioneiro ??) da freira Marie Margueritte.
-
Amor por Direito (Freeheld). Regular a Bom. Ficção, baseada em história real, de
Peter Solett, EUA, 2015. A dura e longa batalha por direitos iguais para todos,
independentemente da opção sexual, é retratada com correção.
Julianne Moore, como sempre, em papel desafiador.
- Ave, César (Hail, Ceaser). Regular. Dos irmãos Coen, ficção, EUA, 2015. Os irmãos Coen fazem uma homenagem ao cinema dos grandes estúdios. Há referências a atores que viveram e trabalharam neste período, mas o roteiro consegue apenas um pobre resultado, apesar de umas poucas risadas aqui e ali. Pena, pois o elenco reúne ótimos atores.
- Truman. Bom. Ficção, de Cesc Gay, Espanha/Argentina, 2016. A competência que transborda de Ricardo Darin e Javier Cámara, ancorada em roteiro competente, tem como consequência mais um bom trabalho.
- Decisão de Risco (Eye in the Sky). Regular a Bom. De Gavin Hood, Ficção, EUA, 2015. Com competência e bons atores retrata os drama e risco que hoje são representados pelo terrorismo sem fronteira, que exige uma ação global.
- A Juventude (La Giovinezza). Bom a Muito Bom. De Paolo Sorrentino, ficção, Itália/França/Suíça/Reino Unido, 2015. Belo resultado, com roteiro com claras referências ao cinema italiano de Fellini, entre outros, ótimas atuações dos atores principais, e algumas surpresas hilárias e muito imaginativas. Superior ao filme anterior de Sorrentino, "A Grande Beleza", mas que é um belo filme.
- Mais Forte que Bombas (Louder than Bombs). Regular. Ficção, de Joachim Trier, Noruega/França/Dinamarca, 2015. Falta ao roteiro algo que faça deste um melhor filme. A competência de Isabelle Huppert ñ é suficiente. Após este, lembrei-me do muito superior filme "Mil Vezes Boa Noite", no qual Juliette Binoche faz o papel de uma correspondente de guerra. As duas são franceses, mas o resultado é bem diferente...
- A Garota de Fogo (Magical Girl). Bom a Muito Bom. De Carlos Vermut, ficção, Espanha, 2015. Ótimo roteiro se traduz, com ótimos atores, em um trabalho muito bom. Esse diretor promete...Diretor e seu trabalho foram elogiados por Almodóvar.
- Conspiração e Poder (Truth). Bom. De James Vanderbilt, baseado em fatos reais e no livro de Mary Mapes (que os viveu), EUA/Austrália, 2015. Mais um filme que aborda o bom e combativo jornalismo investigativo nos EUA, no caso o da equipe do 60 minutes, da CBS. No filme, ela sofre duro golpe durante governo de George Bush filho, fruto de um programa que aborda questões relacionadas ao próprio Bush. Os EUA viveram tempos estranhos durante os governos de Bush filho, e cujas más consequências são sentidas até hoje.
- Boa Noite, Mamãe (Goodnight Mommy). Fraco a Regular. Ficção, de Veronika Franz e Severin Fiala, Áustria, 2015. Roteiro não decola, mesmo patina, e arrasta o filme. Não convence...E eu tive que sair do cinema com a dolorosa e entediante missão de enviar minha crítica a Pyongyang, Coreia do Norte, enquanto continuo a sonhar com minhas contribuições a "Cahiers du Cinéma".
- India's Daughter. Excelente. Disponível na NetFlix. Documentário, de Leslee Udwin, Reino Unido, 2015. Relato de impactante episódio ocorrido na Índia em 2012: o estupro coletivo sofrido por indiana, e que a levou à morte. Os relatos colhidos, que demonstram o inacreditável da situação, que chega a ser minimizada e tolerada na Índia, é muito impactante e representa belíssima denúncia. A BBC participa da produção e não divulgou na Índia, por decisão do governo indiano.
- A Bruxa (The Witch). Bom. Ficção, de Robert Eggers, EUA/Canadá, 2015. Bom roteiro, história bem contada, bons atores, e que nos levam pro século XVIII na Nova Inglaterra, iníco da colonização dos Estados Unidos, momento dos extremismos e exageros religiosos, com a imagem do mal rondando. Mas, confesso, menor, em minha opinião, do que o furor de algumas críticas, que super avaliaram o filme.
- A Vizinhança do Tigre. Muito Fraco. Ficção, de Affonso Uchoa, Brasil, 2016. Tédio, sono, enquanto o filme se arrastava. Minha patroa Gaúcha impediu-me de roncar. Foi duro..Somente meu dever de crítico, que envia suas resenhas pra Coreia do Norte, pro Azerbaijão, e pro Assad, na Síria, enquanto sonho em enviá-las pro "Cahiers du Cinéma", impediu-me de levantar e sumir dali ! O diabo é que a crítica da RioShow colocou o bonequinho aplaudindo de pé !! Tão de sacanagem !! Fez-me recordar o filme "Tio Boonmee", que recebeu rasgados elogios da crítica da RioShow, e tinha que melhorar MUITO pra ser um desastre !! Resta-me enviar as críticas pro Kim Jong-il e pro Assad...
- O Lobo do Deserto (Theeb). Regular a Bom. Ficção, de Naji Abu Nowar, Jordânia/Emirados Árabes Unidos/Qatar/Reino Unido, 2014. Inova ao apresentar um pequeno retrato da revolta árabe contra os turcos no Oriente Médio, I Guerra, centrado em um menino árabe.
- A Garota Dinamarquesa (The Danish Girl). Bom. Ficção, baseada em fato real, de Tom Hooper, Reino Unido/EUA/Bélgica/Dinamarca/Alemanha, 2015. Bom relato de situação dramática vivida por casal, ele um transexual, Dinamarca, anos 1920 e 1930.
- O Quarto de Jack (Room). Bom a Muito Bom. Ficção, de Lenny Abrahamson, EUA, 2015. Roteiro com abordagem criativa, que aborda, muito sob a ótica de uma criança, situação limite à qual ela e sua mãe são submetidas. O desempenho do menino no filme merece uma premiação !
- Brooklyn. Regular. Ficção, de John Crawley, Reino Unido/Irlanda/Canadá, 2016. Muito linear, sem novidades no roteiro, e com uma cara de "eu já vi esta história antes, mais de uma vez".
- Suíte Francesa (Suite Française). Regular a Bom. Ficção, de Saul Dibb, Reino Unido/França/Canadá/Bélgica, 2014. Produção bem feita, sem grandes destaques, e que aborda, mesmo superficialmente, a atitude leniente e muitas vezes simpática da população francesa aos alemães na França ocupada na II Guerra Mundial.
- O Regresso (The Revenant). Regular a Bom. De Alejandro González Iñárritu, ficção inspirada em fatos reais, EUA, 2016. Há belas imagens, mas falta história. Há também alguns pequenos furos, além de um muito mais grave, que povoa a internet. Iñarritu, segundo estes relatos, assim como imagens inapeláveis, copiou descaradamente cenas de filmes do diretor russo Tarkovsky (dirigiu filmes premiados como “Solaris”). Colo endereço onde leitor poderá assistir à edição de imagens comparativas do filme de Iñarritu e de filmes de Tarkovsky: https://vimeo.com/153979733. Em tempo - esta informação sobre o eventual plágio me foi dada por cineasta teuto-brasileira nascida em Marienfeld, Frau Reiniger.
-
Filho de Saul (Saul Fia). Muito Bom. De Láslzló Nemes, ficção, Hungria, 2015. O
espectador, função da técnica das tomadas das cenas, é transportado pra
atmosfera angustiante (bota angustiante nisso !) de um membro dos Sonderkommando,
prisioneiro judeu forçado a ajudar os nazistas em campos de extermínio na II
Guerra, em tarefas como remoção de prisioneiros mortos nas câmaras de gás, ou a
colocação de corpos de prisioneiros em
fornos crematórios. Diretor obtem perspectiva única dos campos de extermínio
nazistas.
-
Body (Cialo). Regular. De Malgorzata Szumowska, ficção, Polônia, 2015. Não
empolga, nem decola, mas possui alguma comicidade, e o mérito de fazer-me
lembrar o pouco polonês que conheço, como bom dia (Dzień
dobry ) , obrigado (Dziękuję ), e por favor (Proszę).
- Trumbo (Trumbo - Lista Negra). Bom a Muito Bom. Ficção, baseada na vida do grande roteirista de cinema e autor Dalton Trumbo, de Jay Roach, EUA, 2015. Conta um pouco da história de um período grotescamente negro dos EUA, a lista negra e o macartismo, após a II Guerra Mundial, final dos anos 1940, quando foi deflagrada uma cruzada de caça aos comunistas e simpatizantes teóricos nos EUA, que representariam (o que era uma bobagem sem tamanho) um perigo para os Estados Unidos. Este fato levou ao desemprego algumas centenas de pessoas, algumas nunca se recuperaram e outras mesmo morreram durante, e seu efeito na indústria do entretenimento foi devastador. Foi o período da chamada "Caça às Bruchas". Infelizmente, após os atentados do 11 de setembro de 2001, com Bush e agora com o grotesco Trump, algumas teses imbecis da época parecem voltar à tona.
- Anomalisa. Muito Bom. Animação, tema adulto, de Charlie Kaufman, EUA, 2015. A estória e, principalmente as expressões e a intensidade que se obtem dos bonecos, fotografados quadro a quadro, impressionam. Temática dura.
- Sr. Holmes (Mr. Holmes). Regular. Ficção, de Bill Condon, Reino Unido/EUA, 2015. Roteiro apenas regular. Ponto alto do filme: a precisa atuação do grande ator Ian McKellen.
- Cinco Graças (Mustang). Muito Bom. Ficção, de Deniz Gamze Ergüven, Turquia/França/Alemanha, 2015. Os conflitos entre a moderna Turquia, mais próxima a Istambul e a Ancara, e aquela que ainda insiste em se agarrar ao século XIX.
- Carol. Bom. Ficção, de Todd Haynes, EUA/Reino Unido, 2014. Roteiro centrado nas ótimas atuações de Cate Blanchett (previsível) e Rooney Mara, com conseqüente bom resultado para o filme. Abordagem sobre tema polêmico para a época da estória.
- A Grande Aposta (The Big Short). Bom a Muito Bom. De Adam McKay, inspirado no livro homônimo, EUA, 2014. A história bem contada sobre 04 personagens reais nos EUA que perceberam os sinais inequívocos da crise 2008. Estavam praticamente sozinhos nesta percepção. O Banco Central Norte-Americano (Fed), o governo dos EUA, bancos, financeiras do mercado imobiliário e vários outros importantes atores econômicos não o perceberam. A crise se abateu sobre os EUA, e arastou a economia mundial consigo. O jornal "The New York Times" afirmou que o filme foi "a melhor explicação feita pelo cinema americano do mais recente colapso da economia mundial".
- Steve Jobs. Regular a Bom. De Danny Boyle, baseado na vida de Steve Jobs, EUA, 2015. Creio que personagem tão complexo, assim como a revolução digital provocada pela Apple, exigiam uma abordagem que explicasse melhor este universo. Inegável a boa atuação do ator que protagoniza Jobs, Michael Fassbinder. Porém, esta pequena fotografia deixa muitas perguntas sem resposta.
- Boi Neon. Regular. Ficção, de Gabriel Mascaro, Brasil/Holanda/Uruguai, 2015. Bom elenco de atores, mas, como disse sabiamente irmão que viu o filme comigo, faltou história. Forma bacaninha, mas com pouco conteúdo.
- Diplomacia (Diplomatie). Bom. De Volker Schlöndorff, França/Alemanha, baseado em história real, 2014. Apresenta os tensos e dramáticos momentos finais de Paris sob o domínio nazista em 1944, focado na relação entre o general alemão Choltitz, comandante das tropas alemãs de ocupação, e que estaria à frente da destruição de Paris, e o diplomata sueco Nordling, que tentava convencê-lo do contrário.
- Eu Sou Ingrid Bergman (Jag ar Ingrid). Bom. De Stig Bjorkman, documentário, Suécia, 2015. Ingrid Bergman foi uma ótima atriz, e cuja vida seguiu rumos pouco comuns na época em que viveu. O documentário captura estes fatos com competência, além de mostrar um pouco sobre quem foi Ingrid Bergman, de uma forma que talvez poucos conheçam.
- Spotlight - Segredos Revelados (Spotlight). Muito Bom. De Thomas MaCarthy, EUA, 2015, baseado em uma história real. Ótima história rende ótimo roteiro. Aborda jornalismo investigativo de primeira em Boston, EUA, que produz excelente matéria sobre pedofilia praticada por padres católicos, cujos atos são abafados pela Igreja católica local, e cujas decisões de acobertamento são de conhecimento do topo da Igreja, ou seja, do próprio Vaticano. Os atores formam um time excelente. Vi reportagem que comentou que nos EUA, quando o filme foi lançado ao final de 2015, houve matérias pagas pela Igreja que criticaram o filme. Mais escroque, impossível.
- Os Oito Odiados (The Hateful Eight). Regular. De Quentin Tarantino, ficção, EUA, 2015. Tarantino desta vez errou a mão no roteiro. O filme se arrasta e não reproduz o ritmo de outros filmes de Tarantino. Os ótimos atores estão lá, mas não é o suficiente.
- Sabor da Vida (An). Regular a Bom. Ficção, de Naomi Kawase, Japão/Alemanha/França, 2015. Sensibilidade e sutileza para abordar dilemas e dramas pessoais.
- A Pequena Morte (The Little Death). Bom. Ficção, de Josh Lawson, Austrália, 2015. Roteiro ágil e bem bolado. O bizarro, o inusitado e a comicidade estão presentes, com competência. Curiosidade: Pequena Morte é uma expressão que se traduz em que a sensação do orgasmo seja algo semelhante a da morte. Há controvérsias...
- Para o Outro Lado (Kishibe no Tabe). Fraco. Ficção, de Kiyoshi Kurosawa, Japão/França, 2015. Confesso que uma névoa entediante me envolveu, até os últimos minutos...Em tempo: Este Kurosawa NADA tem (parentesco ou semelhança) com o mestre Kurosawa. Felizmente...
- As Sufragistas (The Suffragettes). Regular a Bom. Ficção, de Sarah Gavron, Reino Unido, 2015. Acompanha a saga das mulheres britânicas que lutavam, no início do século XX, pelo direito ao voto feminino. Para chamar a atenção à causa, muitas vezes tiveram que recorrer a atos violentos.
- Macbeth: Ambição e Guerra (Macbeth). Bom. De Justin Kurzel, ficção, baseado em obra de Shakespeare, Reino Unido/EUA/França, 2015. Bom roteiro, boa direção e boas atuações de Michael Fassbinder e Marion Cotillard asseguram um bom resultado para essa adaptação de clássico de Shakespeare.
- Star Wars - O Despertar da Força (Star Wars: Episode VII - The Force Awakens). Regular a Bom. De J.J. Abrams, ficção, EUA, 2015. Uma bobagem divertida. Possui o inegável mérito de ter resgatado à saga personagens e a magia dos primeiros episódios.
- Labirinto de Mentiras (Im Labyrinth des Schweigens). Bom. Ficção, baseada em história real, de Guilio Ricciarelli, Alemanha, 2014. Ao final dos anos 1950, pela primeira vez após a II Guerra Mundial, e após os julgamentos de Nuremberg conduzidos exclusivamente pelos Aliados, promotores alemães investigam e levam a julgamento alemães responsáveis por crimes de guerra (a maioria crimes contra a Humanidade) nos campos de concentração em Auschwitz. Há, mesmo, o questionamento sobre a imensa responsabilidade dos alemães pelos crimes cometidos na II Guerra, e sobre a atmosfera reinante na Guerra Fria, e que tornara os alemães, ontem inimigos (e alguns criminosos de guerra) quase imediatamente, após a II Guerra, aliados importantes na luta contra a União Soviética. Candidato alemão ao Oscar.
- O Clã (El Clan). Bom a Muito Bom. Ficção, baseada em fatos reais, de Pablo Trapero, Espanha/Argentina, 2015. O competente cinema argentino volta a atacar ! E, desta vez, nos apresenta quase inacreditável e violenta história ocorrida na Argentina durante, em sua maior parte, a última ditadura. Roteiro e ótimos atores conseguem extrair muito bom resultado.
- Táxi
Teerã (Táxi). Regular a Bom. Semi-documentário, de Jafar Panahi, Irã, 2015.
Diretor premiado transita pelas ruas de Teerã dirigindo táxi enquanto conversa
com os passageiros sobre a vida no Irã, onde a crise no país e a crítica ao
regime iraniano e sua forma autoritária de agir estão presentes em quase todo
momento. Diretor se encontra hoje preso
no Irã.
- Pecados
Antigos, Longas Sombras (La Isla Mínima). Bom. De Alberto Rodriguez, ficção,
Espanha, 2014. Bons história e roteiro situados em Espanha saída há pouco da
ditadura de Franco. Crime e a tensão presente naquele momento. Pequena observação:
por que nos esmeramos em traduzir de forma tão diferente os títulos de filmes
estrangeiros ?
- Dois
Amigos (Les Deux Amis). Regular a Bom. Ficção, de Louis Garrel, França, 2015.
Interessante em vários momentos, mas o roteiro e seu ritmo penalizam o
resultado.
- Chico
– Artista Brasileiro. Bom a Muito Bom. Documentário, de Miguel Faria Jr,
Brasil, 2015. Com competência, Faria reúne ótimos momentos (alguns deles,
hilários) da rica história de Chico, e nos faz conhecer sua trajetória e os
porquês.
- A
Acusada (The Accused). Bom. Ficção baseada em fatos reais, de Paula van der
Oest, Holanda/Suécia, 2014. Impressionante história rende bom roteiro. Dirigido
com competência.
- Malala (He Named Me Malala). Bom. Documentário, de Davis Guggenheim, 2015. A impressionante história de Malala, a menina paquistanesa que sofreu atentado contra sua vida pelo Taliban, mas sobreviveu e continuou sua luta pelo direito das meninas à liberdade e à educação. A força desta menina impressiona...
- Chatô, o Rei do Brasil. Fraco. De Guilherme Fontes, ficção, inspirado no livro de Fernando Morais, Brasil, 2015. Finalmente lançado, após 20 anos da produção e muita polêmica, procurou levar para as telas um pouco da história de Assis Chateaubriand, verdadeira saga. Infelizmente, o trabalho de Fontes pouco apresentou além de uma edição fragmentada, confusa, verdadeiro Frankenstein. O livro de Fernando Morais merecia trabalho muito melhor...Foi simplesmente chato, ou melhor, "chatô"..
- Se Deus Vier Que Venha Armado. Regular a Bom. De Luís Dantas, ficção, Brasil, 2015. A velha história de uma polícia incompetente, matadora, que forja conflitos e flagrantes, enquanto a população de bolsões de pobreza viva abandonada à própria sorte. Roteiro possui alguns problemas.
- Betinho - A Esperança Equilibrada. Fraco a Regular. De Victor Lopes, documentário sobre Betinho, Brasil, 2015. Reuniu interessantes imagens e depoimentos de/e sobre Betinho, mas pecou por um roteiro que deixou o filme parecido a uma mera colagem de imagens, sem um fio condutor. Faltou substância, faltou história, faltou informação.
- Aliança do Crime (Black Mass). Regular a Bom. Ficção, inspirada em mafioso irlandês em Boston (James "Whitey"Bulger), de Scott Cooper, EUA, 2015. Acompanha a carreira de mafioso irlandês e seu envolvimento com agentes do FBI, que objetivava uma suposta colaboração. Desempenho dos atores, em especial de Johnny Depp (caraterização impressiona), é o destaque. Demandava um melhor roteiro.
- Sem Filhos (Sin Hijos). Regular. De Ariel Winograd, Argentina/Espanha, ficção, 2015. Diverte, mas não surpreende. Apenas "feijão com arroz". Única boa surpresa: a bela atriz espanhola Maribel Verdú, que não via há muito, continua bela !
- 45 Anos (45 Years). Bom a Muito Bom. Ficção, de Andrew Haig, Reino Unido, 2015. Bom roteiro tira o máximo destes excelentes atores. É um filme de atores, e os caras o fazem muito bem !
- Os 33 (Los 33). Regular. Ficção baseada em história real, de Patricia Riggen, EUA/Chile, 2014. Baseado na dramática história dos mineiros presos em mina no Chile, peca por ser excessivamente hollywoodiano. Juliette Binoche, por exemplo, estava patética....
- Dheepan - O Refúgio (Dheepan). Palma de Ouro em Cannes, 2015. Bom a Muito Bom. De Jacques Audiard, ficção, França, 2015. Episódio de migração forçada de pessoas do Sri Lanka, em fuga da violência em seu país, e que se estabelecem na França, em um subúrbio (banlieue) de Paris. A violência, infelizmente para estes migrantes, também faz parte do dia a dia daquele subúrbio parisiense.
- Ponte de Espiões (Bridge of Spies). Bom. Ficção, de Steven Spielberg, baseada em fatos reais, roteiro com participação dos irmãos Coen, EUA, 2015. Com competência, retrata episódio tenso entre EUA e União Soviética na Guerra Fria.
- Sicario - Terra de Ninguém (Sicario). Regular. Ficção, de Denis Villeneuve, EUA, 2015. Roteiro incursiona por caminhos pouco críveis para abordar o combate ao tráfico de drogas no México e suas ramificações nos EUA. Tudo muito certinho...
- Viver é Fácil com os Olhos Fechados (Vivir es Fácil con los Ojos Cerrados). Bom a Muito Bom. Ficção, livremente inspirada em história real, de David Trueba, Espanha, 2013. Roteiro ágil, argumento que surpreende, e muito boas atuações.
- Um Amor a Cada Esquina (She's Funny That Way). Regular a Bom. Ficção, de Peter Bogdanovich, EUA/Alemanha, 2015. Diverte. Possui ares de filme de Woody Allen da época pastelão, mas sem a imaginação e a inventividade do original.
- Janis Joplin: Little Girl Blue. Festival de Cinema do Rio 2015. Muito Bom. Documentário, de Amy Berg, EUA, 2015. De forma competente e com bons roteiro e material diretor conta a trajetória da grande cantora de blues Janis Joplin, que tragicamente faleceu aos 27 anos (como vários outros músicos como Hendrix etc.).
- Filhos
de Bach. Festival de Cinema do Rio 2015. Bom. Ficção, de Ansgar Ahlers,
Alemanha/Brasil, 2015. Simpático roteiro que mostra os positivos impactos da
música clássica de Bach sobre crianças pobres no Brasil. Bela mensagem.
- O
Julgamento de Viviane Amsaem (“Geet The Trial of Viviane Amsalem). Bom. Ficção,
de Ronit Elkabetz e Shlomi Elkabetz, França/Israel, 2014. A bizarrice kafkiana
representada por um tribunal religioso em Israel que, para homologar o divórcio,
exige o consentimento do marido.
- Perdido
em Marte (The Martian). Regular. Ficção, de Ridley Scott, EUA, 2015. Tem seu
interesse, mas se aproxima, em alguns momentos, a um episódio da série
“MacGyver”. Prejudica o roteiro e o resultado final.
- Mediterrânea
(Mediterranea). Festivel de Cinema do Rio 2015. Bom. Ficção, de Jonas Carpignano,
Itália/França/EUA/Alemanha/Qatar, 2015. Acompanha a saga assustadora
representada pela migração de habitantes de Burkina Faso na busca de chegar à
Europa, ao atravessar a Argélia, Líbia, o Mediterrâneo, e chegar à Itália. Tudo
de forma precária, perigosa e violenta. Assustadora realidade, verdadeiro chute
no estômago...
- Longe
Deste Insensato Mundo (Far from the Mading Crowd). Festival de Cinema do Rio
2015. Regular a Bom. Ficção, de Thomas Vinterberg, EUA/Reino Unido, 2014,
baseado no clássico homônimo de Thomas Hardy. Esperava mais (sempre espero !)
de um filme dirigido por um dos idealizadores do movimento Dogma e diretor do
excelente “Festa de Família”. Como foi feito, lembrou-me um romance de Jane
Austen.
- Roger
Waters: The Wall. Bom a Muito Bom. Show/Documentário, Reino Unido, de Roger
Waters e Sean Evans, 2014. O filme apresenta as imagens de shows em 03 cidades,
dentre as cobertas na turnê que rodou o mundo de 2010 a 2013 com “The Wall”, às
quais se somam às da viagem de Waters em busca dos locais onde morreram seus
pai e avô nas I e II Guerras Mundiais. The Wall é sempre MUITO bom, mas não
creio que sejam as melhores imagens que já vi de shows de Waters e do Pink
Floyd.
- O Clube (El Club). Muito Bom. De Pablo Larrain, ficção, Chile, 2015. Diretor dos excelentes "No" e "Tony Manero", agora explora de forma muito competente o acobertamento absurdo pela igreja chilena de crimes de pedofilia, assim como daqueles cometidos pela ditadura de Pinochet.
- Evereste (Everest). Regular a Bom. De Baltasar Komakur, baseado em história real, EUA, 2015. Descreve os eventos dramáticos de escalada do Everest e que foram descritos no livro "No Ar Rarefeito", de Jon Krakauer. É uma interessante história, mas o roteiro não atinge o objetivo de retratar com a competência necessária este episódio.
- Love. Regular a Bom. Ficção, de Gaspard Noé, França, 2015. A relação de um casal é abordada de forma, digamos, ousada. O roteiro em seu terço final perde o ritmo, e prejudica o resultado. Confesso que não ficaria confortável com as imagens em 3D, como apresentado em algumas salas.
- Festa de Despedida (Mita Tova). Regular a Bom. Ficção, de Tal Granit e Sharon Maymon, Alemanha/Israel, 2014. Apresenta com sensibilidade discussão sobre a eutanásia.
- Tristeza e Alegria (Sorg og Glæde). Regular a Bom. Ficção, de Nils Malmros, Dinamarca, 2015. Diretor reproduz dura experiência pessoal nas telas. Conduzido de forma competente.
- Infância. Fraco. De Domingos Oliveira, ficção, Brasil, 2015. Roteiro, atores e pobres diálogos decepcionam. Fiquei me perguntando ao final: que vim fazer aqui ?
- Diário de uma Camareira (Journal de Une Femme de Chambre). Regular. De Benoit Jacquot, ficção, França/Bélgica, 2015. Bons atores são desperdiçados em roteiro que produz resultado mediano.
- O Homem Irracional (Irrational Man). Bom. De Woody Allen, ficção, EUA, 2015. A competência de Woody Allen faz-se sentir no roteiro, e produz o usual bom resultado. Boas atuações, em estória que mistura comédia aos efeitos da aleatoriedade da vida. Esta mistura está presente em outros filmes de Allen.
- Que Horas Ela Volta. Regular a Bom. De Anna Muylaert, ficção, Brasil, 2015. O filme é Regina Casé, e mais Regina Casé, que transborda competência e ótima atuação. O roteiro e o elenco em nível razoavelmente inferior.
- Numa Escola de Havana. Bom. De Ernesto Daranas, ficção, Cuba, 2014. Roteiro e atuações muito competentes, onde há críticas (!!!???) a características excessivamente centralizadoras e intrusivas do regime cubano.
- Cativas - Presas pelo Coração. Regular a Bom. De Joana Nin, documentário, Brasil, 2014. Registra de forma competente a bizarra rotina de companheiras de presos que os visitam regularmente.
- Ato, Atalho e Vento. Fraco. De Marcelo Masagão, Brasil, 2015. Diretor apresenta edição de inúmeros filmes, você espera algum sentido praquilo tudo, mas ao final se pergunta: e aí ? Não há resposta...
- Na Próxima, Acerto no Coração (La Prochaine Fois Je Visera le Coeur). Bom. De Cédric Anger, ficção (baseada em crimes ocorridos), França, 2014. Roteiro ágil que conduz espectador por estória de crimes na França entre 1978 e 1979.
- Gemma Bovery – A Vida Imita a Arte (Gemma Bovery). Bom. De Anne Fontaine, ficção, França, 2014. Roteiro bem montado, que somado ao excelente ator Fabrice Lucini (forte viés cômico) produz bom resultado. Simplicidade e competência.
- Jimmy’s Hall. Regular. De Ken Loach, Inglaterra, 2014, ficção baseada na história de líder comunista irlandês. Esperava mais deste filme de Loach, excelente diretor, mas o roteiro (ou será a a história ??) não ajuda. Uma pena.
- Sentimentos que Curam (Infinitely Polar Bear). Regular. Ficção, de
Maya Forbes, EUA, 2014. Atuação convincente de Mark Ruffalo talvez seja o
melhor do filme.
- Meu Verão na Provença (Avis de Mistral). Regular. Ficção, de Rose Bosch, França, 2014. Roteiro e história burocráticos, que carecem de apelo. Tudo previsível e com jeito de déjà vu.
- Meu Verão na Provença (Avis de Mistral). Regular. Ficção, de Rose Bosch, França, 2014. Roteiro e história burocráticos, que carecem de apelo. Tudo previsível e com jeito de déjà vu.
- O Último Poema do Rinoceronte (Rhino Season). Bom, baseado nos diários de poeta iraniano, Irã/Iraque/Turquia, 2012. Competente roteiro, que foge da abordagem linear, consegue transportar às telas a atmosfera opressiva de uma prisão injusta e da destruição de pessoas pelo regime dos Ayatolás no Irã.
- Uma Nova Amiga (Une Nouvelle Amie). Bom. Ficção, de François Ozon, França, 2014. Ozon, que já nos brindou com vários bons trabalhos, aborda com competência e humor tema que exige sensibilidade.
- Phoenix. Bom. Ficção, de Christian Petzold, Alemanha, 2014. Um pequeno drama sobre as feridas, absurdos e brutais consequências da II Guerra na Alemanha, no pós guerra. Petzold dirigira "Barbara", que considero superior.
- Woody Allen: Um Documentário (Woody Allen: A Documentary). Bom a Muito Bom. De Robert B. Weide, documentário, EUA, 2012. Delicioso documentário sobre este fantástico cineasta. Descobrimos que Allen começou a escrever profissionalmente, e em profusão, ainda adoslecente. O cara tem uma criatividade ímpar ! São vários Woody Allens, do período pastelão, da fase com humor mais cerebral, de obras-primas como Match Point, dramas. A produção é farta e de excelente qualidade. Imagino a dificuldade do documentarista para selecionar o trabalho a apresentar neste documentário !
- Samba.
Bom. De Eric Toledano e Olivier Nakache, ficção, França, 2014. Com tensão e
humor, o drama dos migrantes ilegais na França é retratado através da estória
de uns poucos deles. Ótimos atores e competente roteiro.
- O Homem que Elas Amavam Demais (L'Homme qu'on aimait trop). Regular. Ficção, de André Téchiné, França, 2014. Falta um roteiro melhor que imprima mais ritmo ao filme. Cansativo, ao final.
- Segunda Chance (En Chance Til). Regular a Bom. Ficção, de Susanne Bier, Dinamarca, 2014. O roteiro interessa, mas é um produto inferior a outros trabalhos da diretora, como "Em um Mundo Melhor".
- Miss Julie. Regular. Ficção, de Liv Ullmann, Noruega/Irlanda/Reino Unido/França, 2015. Apesar das boas atuações, o ritmo teatral cobra excessivo preço ao filme e penaliza o resultado.
- O Vendedor de Passados. Fraco. Ficção, de Lula Buarque de Hollanda, Brasil, 2015. Prometia, mas o roteiro envereda pela ausência da razoabilidade, e faz o projeto naufragar.
- O Cidadão do Ano (Kraftidioten). Bom a Muito Bom. Ficção, de Hans Petter Moland, Noruega, 2014. A paz norueguesa, nevada e bucólica, é rompida por este roteiro repleto de violência, humor negro, com pitadas de Tarantino. Bizarramente divertido.
- Rainha e País (Queen and Country). Regular. Ficção, de John Boorman, Irlanda/França/Romênia, 2014. Continuação do filme "Esperança e Glória", mas sem nem um pouco da poesia e da beleza deste filme. Boorman errou a mão, desta vez...
- Cobain: Montage of Heck. Bom. Documentário, de Brett Morgen, EUA, 2014. Bom trabalho de pesquisa sobre a vida e a obra de Kurt Cobain, o líder do Nirvana, icônica banda de rock que se lançou em Seattle para o mundo.
- Enquanto Somos Jovens (While We're Young). Regular. Ficção, de Noah Baumbach, EUA, 2014. Roteiro prometia, mas envereda por caminhos que levam a resultado pobre.
- A Lição (Urok). Bom a Muito Bom. Ficção, de Kristina Grozeva e Petar Valchanov, Bulgária/Grécia, 2014. Roteiro e orçamento enxutos, com muito bons resultados, vindos de cinema quase desconhecido por aqui (Bulgária, onde é filmado).
- O Exótico Hotel Marigold 2 (The Best Exotic Marigold Hotel 2). Fraco. Ficção, de John Madden, EUA, 2015. O competente roteiro do 1o filme descambou para uma colcha de retalhos sem sentido. Uma pena.
- Crimes Ocultos (Child 44). Fraco a Regular. Ficção, de Daniel Espinosa, EUA, 2015. Uma interessante estória que naufragou em um fraco roteiro.
- Mais um Ano (Another Year). Bom. Ficção, de Mike Leigh, Reino Unido, 2010. Leigh constrói com competência bons personagens, a espinha dorsal do roteiro.
- Estrada 47. Regular. De Vicente Ferraz, Brasil/Itália/Portugal, 2012. Atuações pouco inspiradas e precária contextualização da FEB na Itália no episódio retratado. Pena, pois produção possui qualidades e é assunto pouco explorado.
- Quando Meus Pais Não Estão Em Casa (IIoIIo). Bom. De Anthony Chen, ficção, Singapura, 2013. Roteiro trata com competência as relações tensas entre família em Singapura (1997), e empregada das Filipinas.
- Últimas Conversas. Regular. De Eduardo Coutinho, Brasil, documentário, 2014. Último trabalho do cineasta, concluído por sua equipe. Não é o melhor de Eduardo Coutinho, mas possui algumas de suas boas características. Coutinho fará muita falta....
- Winter Sleep (Kis Uykusu). Muito Bom. De Nuri Bilge Ceylan, ficção, Turquia/França/Alemanha, 2014. Verborragia de excelente qualidade. Diálogos precisos e ferinos, que exigem toda a atenção do espectador. Tudo em meio à bucólica paisagem da Capadócia.
- O Diário da Esperança (A Nagy Füzet). Muito Bom. De János Szász, ficção, Hungria/Alemanha/Áustria/França, 2013. Ótimo roteiro que apresenta com brutal crueza o impacto da II Guerra sobre a população húngara, em especial 02 meninos que são os protagonistas da história. Eles atuam de forma excepcional.
- Casa
Grande. Bom a Muito Bom. De Felipe Brabosa, ficção, Brasil, 2014. Tensão entre
classes sociais no Brasil, submetidas às surpresas da economia brasileira e
seus consequentes reflexos, representa, talvez, a principal característica do
filme. Atuações competentes emprestam veracidade à história.
- Club
Sandwich. Fraco a Regular. De Fernando Eimbcke, ficção, México, 2013. Ritmo
extremente lento e monótono em boa parte do filme cobram seu preço.
- Happy
Happy (Sykt Lykkelig). Bom. De Anne Sewitsky, ficção, Noruega, 2010. Ponham 02
casais que se conhecem há pouco e são vizinhos no interior nevado norueguês em
um liquidificador, misture tudo, e terão o resultado. Diverte.
- Blind.
Bom. De Eskil Vogt , ficção, Noruega, 2014. De forma imaginativa, e paulatina,
sabe-se que personagem cega escreve romance. Mas o espectador é ludibriado,
enquanto o que ocorre na história se mistura com o romance escrito pela
personagem cega. Resultado surpreende.
- Não
Olhe para Trás (Danny Collins). Fraco a Regular. De Dan Fogelman, ficção, EUA,
2015. Apesar de inspirado em carta de John Lennon, é uma história já vista e
repetida várias vezes. Mesmo Al Pacino se repete.
- O
Dançarino do Deserto (Desert Dancer). Bom. De Richard Raymond, inspirado em
história real, Reino Unido, 2014. Retrato das características opressivas do
governo iraniano, à época de Ahmadinejad, que submetem a situações tensas e
extremas grupo de iranianos que se reúnem para, clandestinamente, dançar.
- A
Viagem de Yoani. Regular a Bom. De Peppe Siffredi e Raphael Bottino, documentário,
Brasil, 2014. Conta, mas de forma incompleta, um pouco da história da blogueira
cubana Yoani e sua visita ao Brasil. As paixões e críticas que provoca em sua
passagem são surreais e lembram briga de torcida, algo como Fla-Flu. Mesmo
ridículo, que lembra situações atuais no Brasil.
- 3
Corações (3 Coeurs). Bom. De Benoît Jacquot, ficção, França/Alemanha/Bélgica,
2014. Roteiro guarda surpresas e tensões, e conduz os atores a situações
limite. Ótimas atuações.
- Documentário - Festival "É Tudo Verdade 2015", Rio
Night Will Fall. Excelente. Documentário, de André Singer, Reino Unido/Dinamarca/EUA/Israel, 2014.
É o resultado bem sucedido da reconstrução de documentário iniciado, mas não concluído, ao final de II Guerra, 1944-45, por Sidney Bernstein, Ministro de Informação do Reino Unido.
Reúne impressionantes imagens dos campos de concentração e extermínio liberados pelos aliados britânicos e norte-americanos, como o campo de Bergen-Belsen, na Alemanha, assim como colhidas pelos soviéticos na libertação de campos como o de Auchwitz, na Polônia.
Hitchcock ajudou no processo de edição do material colhido. Propôs que fossem usadas tomadas amplas e abertas, que mostrassem imagens gerais dos campos de concentração, para que não houvesse dúvidas sobre as verdade do material. Tudo parecia inacreditável. Ele sugeriu ainda que fossem elaborados desenhos e mapas de localização dos campos de concentraçãoo liberados, de forma a comprovar que, tendo em vista sua proximidade com cidades e vilas na Alemanha, a população alemã sabia da existência destes campos, o que demoliria qualquer argumentação contrária.
Infelizmente, o governo britânico decidiu não concluir o documentário e lançá-lo à época, pois entendeu que, naquele momento, após a guerra, com a necessidade de reconstruir a Alemanha e transformá-la em aliado num eventual e possível embate com a União Soviética, não era prudente.
Mas, 70 anos depois, o documentário finalmente foi concluído e agora é lançado. Uma pujante mensagem para enfatizar que tamanho crime jamais seja repetido.
- O Ano mais Violento (Most Violent Year). Bom. Ficção, de J.C.Chandor, EUA, 2014. Roteiro ágil, muito boas atuações e uma caracterização competente dos anos 1980 resultam em um resultado muito bom.
- O Sal da Terra (The Salt of the Earth). Bom. Documentário, de Juliano Ribeiro Salgado e Wim Wenders, Brasil/França/Itália, 2014. Descreve a interessante trajetória do fotógrafo Sebastião Salgado. Imagens belíssimas e projetos impressionantes. Salgado é, efetivamente, um fotógrafo engajado nas causas retratadas.
- O Último Ato (The Humbling). Regular. Ficção, de Barry Levinson, EUA, 2014. Apesar da usual competência de Al Pacino, o roteiro é apenas regular.
- Mapas para as Estrelas (Maps to the Stars). Bom a Muito Bom. Ficção, de David Cronemberg, Canadá/EUA/França/Alemanha, 2014. De forma muito competente, Cronemberg põe à mostra o vazio e a hipocrisia do meio artístico de Hollywood, com toques Nelson Rodrigueanos.
- Selma - Uma Luta pela Igualdade (Selma). Bom. Baseado em fatos reais, de Ava DuVemay, EUA/Reino Unido, 2014. Episódios protagonizados por Martin Luther King nos anos 1960 na luta pelos direitos civis, incluindo de voto, para a população afro-americana nos estados do sul dos EUA, são retratados de forma competente. O momento, inegavelmente, foi histórico.
- Para Sempre Alice (Still Alice). Bom. Ficção, de Richard Glazer e Wash Westmoreland, EUA, 2014. Relato dos efeitos devastadores do Mal de Alzheimer sobre uma brilhante acadêmica. Julianne Moore em desempenho que impressiona.
- 118 Dias (Rosewater): Bom. Baseado em história real, de Jon Stewart, EUA, 2014. Relato aborda a polêmica (e fraudada) eleição de Ahmadinejad em 2009, manifestações populares contrárias a ele no Irã, e a violenta repressão empreendida pelo regime iraniano, com a prisão de várias pessoas, entre elas um jornalista iraniano, que trabalha para a Newsweek. Não esqueçamos que nosso presidente Lula, em mais um ato de impensada aloprice imbecil, reconheceu a eleição de Ahmadinejad ANTES que o próprio governo iraniano o confirmasse.
- Força Maior (Force Majeure): Regular a Bom. Ficção, de Ruben Östlund, Suécia/Dinamarca/França/Noruega, 2014. O roteiro foge do óbvio, e interessantes questões são apresentadas.
- Sr. Kaplan (Mr. Kaplan). Regular a Bom. De Álvaro
Brechner, ficção, Uruguai/Espanha/Alemanha, 2014. Simpáticos roteiro e atores,
em estória passada no Uruguai. O Uruguai parece, de qualquer forma, um país fora
de seu tempo.
- Sniper Americano (American Sniper): Fraco. Baseado em história real, de Clint Eastwood, EUA, 2015. Roteiro excessivamente burocrático, em vários moments piegas. E que também oferece uma pobre e parcial abordagem sobre o conflito no Iraque. Para coroar, fracos atores. Uma pena, ao considerarmos a competência do diretor.
- Dois Dias, Uma Noite (Deux Jours, Une Nuit): Bom a Muito Bom. Ficção, de Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne, França/Bélgica/Itália, 2014. Roteiro competente capta, ancorado na ótima interpretação de Marion Cotillard, o drama dos trabalhadores na crise econômica na Europa.
- Birdman ou a Inesperada Virtude da Ignorância (Birdman): Bom a Muito Bom. Ficção, de Alejandro Iñárritu (dos excelentes "Amores Perros", "21 Gramas", "Babel", "Biutiful"), EUA, 2014. Michael Keaton, em excelente atuação (o cara surpreende !), e em roteiro e fotografia inspirados.
- A Teoria de Tudo (The Theory of Everything): Bom. De James Marsh, baseado na vida de Stephen Hawking, Reino Unido, 2014. Interessa, principalmente por trazer às telas a vida, as imensas conquistas, e a luta contra terrível doença do brilhante astrofísico britânico. A atuação de Eddie Redmayne como Hawking impressiona.
- Acima das Nuvens (Clouds of Sils Maria): Fraco a Regular. De Olivier Assayas, ficção, França, 2015. É uma pena, mas tenho tido imenso azar na maioria dos últimos filmes com a Juliette Binoche, que considero uma excelente atriz. Roteiro fraco, e o filme não sobrevive, apesar da boa atuação de Binoche.
- O Jogo da Imitação (The Imitation Game): Bom. De Morten Tyldum, ficção, baseada na vida de matemático britânico, EUA/Reino Unido, 2014. Revela a história do grupo de matemáticos e criptógrafos que trabalhavam para serviço secreto britânico na II Guerra. Alan Turing, um deles, em cuja história o filme é centrado, comandou o desenvolvimento do primeiro computador no mundo, e que foi fundamental para a operação Ultra, para decifrar a máquina de códigos alemã Enigma. O filme possui algumas imprecisões, mas que não diminuem a importância deste trabalho coordenado por Turing.
- Cássia Eller: Muito Bom. De Paulo Henrique Fontenelle, documentário, Brasil, 2014. Muito bem costurado, revela de forma bem competente, e recheada de ótimas interpretações da cantora, a trajetória de Cássia Eller.
- Grandes Olhos (Big Eyes): Bom. De Tim Burton, ficção inspirada em vida de pintora norte-americana, EUA/Canadá, 2014. Burton, ancorado em ótimas interpretações do elenco, apresenta história da pintora Margaret Keane.
- Livre (Wild): Bom. EUA, 2014, de Jean-Marc Vallée, inspirado na experiência pessoal de Cheryl Strayed. Boas atuações e um roteiro que foge de um discurso linear são os principais méritos deste filme.
- Leviatã (Leviathan): Bom a Muito Bom. Rússia, ficção, 2014, de Andrey Zviaguintsev. Roteiro e atuações muito competentes apresentam a crueza da Cleptocracia da Rússia na era Putin e seus "barões".
- Whiplash - Em Busca da Perfeição (Whiplash): Muito Bom. Ficção, EUA, 2014, de Damien Chazelie. Fãs de boa música, ótimo roteiro e ótimos atores: não percam ! Ritmo e tensão de deixar sem fôlego !
- Mommy (Mommy). Bom. Ficção, de Xavier Dolan, Canadá, 2014. Roteiro e imaginativa fotografia prendem a atenção e se traduzem em um bom resultado.
- Tango Livre (Tango Libre). Regular a Bom. Ficção, de Frédéric Fontayne, França/Bélgica, 2012. Tem sua graça, boas interpretações, mas o roteiro poderia ter sido melhor.
- A Famíla Bélier (La Familie Bélier). Bom. De Eric Lartigau, ficção, França, 2014. Bela mensagem sobre o respeito às diferenças, e contra preconceitos.
- As Férias do Pequeno Nicolau (Les Vacances du Petit Nicolas). Bom a Muito Bom. Ficção, de Laurent Tirard, França, 2014. Rende ótimas gargalhadas e, apesar de não possuir todo o encanto de "O Pequeno Nicolau", diverte bastante. Destaco que a estória é tirada de livros de René Goscinny (escrevia Axterix).
- O Abutre (Nightcrawler). Bom. Ficção, EUA, 2014, de Dan Gilroy. Roteiro ágil e atuação muito boa de Jake Gyllenhaal, imprimem ao filme bom ritmo e bom resultado.
- Michael Kohlhaas - Justiça e Honra (Michael Kohlhaas). Regular. Ficção, baseada na história original de Heinrich von Kleist (1777-1811) sobre comerciante alemão no século XVI, Alemanha/França, 2013, de Arnaud des Pallières. Roteiro padece de problemas que penalizam a história. Confesso que prefiro a versão alemã de 1969, "Tirano da Aldeia", de Volker Schlöndorff.
- O Mensageiro (Kill the Messenger). Bom. Ficção, baseada na história real do jornalista Gary Webb, EUA, 2014, de Michael Cuesta. Seus principais atributo são revelar sórdida operação promovida pela CIA para combater os sandinistas, suas trágicas consequências, assim como a difamação contra o jornalista realizada pela mesma CIA.
- Ida (Sister of Mercy). Muito Bom. Ficção, de Pawel Pawlikowski, Polônia/Dinamarca, 2013. Ótimos roteiro, atores e fotografia (o preto e branco nos remete ao período sombrio da Polônia sob domínio soviético) capturam o interesse e resultam em um ótimo trabalho.
- O Crítico (El Critico). Regular. De Hernán Guerschurry, ficção, Argentina, 2013. Uma boa idéia, que decola bem, mas fruto de um roteiro que não estava à altura, patina, mesmo entedia. Uma pena...
- Homens, Mulheres e Filhos (Men, Women and Children). Bom. EUA, Ficção, 2014, de Jason Reitman. Bons roteiro e atores são a verdadeira fórmula de um bom cinema. É o caso deste filme.
- A Promessa (A Promise). Fraco a Reular. Ficção, França/Bélgica, de Patrice Laconte, 2013. Ritmo e roteiro muito burocráticos, algo datados, cobram um alto custo ao trabalho, e fazem deste um filme previsível.
- Trinta. Regular. Ficção, Brasil, de Paulo Machline, 2013. Interessa por trazer uma fase pouco conhecida da vida de Joãozinho Trinta. Infelizmente, roteiro e a própria atuação de Matheus Nachtergaele não foram felizes e não estão inspirados.
- O Ciúme (La Jalousie). Ruim. Ficção, Fran[ca, 2013, de Philippe Garrel. O tédio e a chateação saíram das telas e qual névoa me envolveram, mesmo me aborreceram.
- Boa Sorte. Bom. Ficção, Brasil, 2014, de Carolina Jabor. Bom roteiro e bons atores (principalmente Deborah Secco) fazem deste um belo filme brasileiro.
- Sétimo (Septimo). Regular a Bom. Ficção, Argentina, 2013, de Patxi Amezcua. Interessa, mas falta algo ao roteiro. Não sei o que. O diabo é que nos filmes argentinos com Ricardo Darin você sempre espera ser atropelado, positivamente.
- Mil Vezes Boa Noite (Tusen Ganger God Natt). Bom. Ficção, Noruega/Irlanda/Suécia, 2013, de Erik Poppe. O drama de uma jornalista fotográfica entre cobrir conflitos e sua família. Juliette Binoche imprime realidade.
- Boyhood - da Infância à Juventude (Boyhood). Bom. Ficção, EUA, 2014, de Richard Linklater. Com competente roteiro e atores o diretor acompanha a vida de um garoto, dos 6 aos 18 anos. Um pouco longo.
- A Pedra da Paciência (Syngué Sabour). Regular. Ficção, França/Alemanha/Afeganistão, 2012, de Atiq Rahimi. Interessa, mais roteiro é algo arrastado. Cenário ao fundo - o Afeganistão transformado em Estado Falido, e sua população, principalmente as mulheres, submetidas ao atraso e à desesperança.
- Tim Maia - O Filme. Regular a Bom. Ficção, baseada na vida do cantor Tim Maia, Brasil, 2013, de Mauro Lima. Roteiro não produz um resultado dos melhores, mas atores estão muito bem.
- Cerro Torre - A Snowball's Chance in Hell. Bom. Documentário, Áustria, 2013, de Thomas Dimhofer. Dimhofer apresenta uma história real de tirar o fôlego, sobre uma escalada do Cerro Torre, na Patagônia argentina, por 02 alpinistas austríacos.
- Relatos Selvagens (Relatos Salvajes). Muito Bom. Ficção, Argentina/Espanha, 2014, de Damián Szifron. Em um roteiro que em suas várias histórias mistura humor e violência, o cinema argentino, mais uma vez, apresenta resultados que estão anos luz à frente do cinema brasileiro.
- Um Novo Dueto (Une Autre Vie). Bom. Ficção, França, 2013, de Emmanuel Mouret. Atores e roteiro afiados resultam em um muito bom resultado. Cinema francês com sua linguagem própria e extremamente competente.
- Separados pelo Inverno (Zemastan). Bom. Ficção, Irã, 2006, de Rafi Pitts. O bom cinema iraniano dos anos 1990 está de volta, com linguagem peculiar, com belas imagens e questões e problemas que são universais.
- Garota Exemplar (Gone Girl). Regular. Ficção, EUA, 2014, de David Fincher. Roteiro não muito consistente e crível, ao lado de atores não muito inspirados, se traduziram em resultado apenas mediano.
- O Homem mais Procurado (A Most Wanted Man). Bom. Ficção, baseada em livro de John Le Carré, de Anton Corbijn, Reino Unido, Alemanha e EUA, 2014. Ambientada em Hamburgo, Alemanha, onde o serviço secreto alemão busca imigrantes muçulmanos ilegais envolvidos em terrorismo. Mais uma ótima atuação de Philip Seymour Hoffman.
- Miss Violence. Bom. Ficção, Grécia, 2013, de Alexandro Avranas. Um soco no estômago que merece ser visto, pois apresenta uma extremamente inconveniente e abominável realidade.
- Lucy. Fraco. Ficção Científica, França, de Luc Besson, 2014. Uma bobagem frustrante. Idéias risíveis, erradas, e sem fundamento. Puro desperdício.
- Rio, Eu Te Amo. Regular. Ficção, Brasil, 2013, vários diretores. Da série de filmes com vários episódios, que já produziu "Paris, Eu Te Amo" e "Nova Iorque, Eu Te Amo", apesar de bons diretores, é o mais fraco. Uma ou duas histórias mais inspiradas, e só. Pra mim verdadeiro mistério, pois este elenco de bons diretores deveria ter produzido algo bem melhor. Frustração.
- Era Uma Vez em Nova York (The Immigrant). Fraco a Regular. Ficção, EUA, 2013, de James Gray. O roteiro se arrasta numa sucessão de tragédias, e se alonga de tal forma que traz o tédio. Uma pena, pois há atores como a excelente francesa Marion Cottilard, mas que não salvam o filme.
- O Batismo (Chrzest). Bom a Muito Bom. Ficção, Polônia, 2010, de Marcin Wrona. Ótimos roteiro, fotografia e atores, permeados por uma tensão que cresce a cada minuto, fazem deste um filme que merece ser visto.
- Amores Inversos (Hateship Loveship). Bom. Ficção, EUA, 2013, de Liza Johnson. Roteiro e personagens bem montados surpreendem e conduzem o filme para rumos não previstos, mesmo inusitados. Mais uma prova que bom cinema é bom roteiro.
- De Menor. Regular a Bom. Brasil, ficção, 2013, de Caru Alves de Souza. O tema é de interessa, menor e crime, mas o roteiro e os atores não estão à altura.
- Magia do Luar (Magic in the Moonlight). Bom. Ficção, EUA, 2014, de Woody Allen. É um trabalho menor de Woody Allen, mas não desprovido de extrema competência nos roteiro e direção, onde se identificam claramente a marca do autor.
- Instinto Materno (Pozitia Copilului). Bom. Romênia, ficção, 2013, de Calin Peter Netzer. Mãe super protetora tenta de tudo para livrar filho pouco responsável da enrascada onde se meteu. Dinheiro, poder e instituições frágeis entram em ação e falam mais alto.
- Tudo Acontece em Nova York (Swim Little Fish Swim). Fraco. Ficção, EUA/França, 2013, de Ruben Amar e Lola Bessis. A estória não se sustenta, mesmo entedia. Deu vontade de sair antes do final.
- Chef (Chef). Regular. Ficção, EUA, 2014, de Jon Favreau. Divertido, é inegável, mas é tudo pouco crível. Tudo dá certo, exageradamente. Mundo perfeito demais.
- O Médico Alemão (Wakolda). Regular a Bom. Ficção, França/Argentina/Espanha/Noruega, 2013, de Lucia Puenzo. Mengele, médico alemão que fez cruéis experiências com judeus na II Guerra, em sua fuga se estabeleceu na Patagônia Argentina. Incógnito, é protegido pela comunidade de origem alemã no país e na América Latina. E se relaciona com membros da comunidade argentina, que nada sabem sobre seu passado. Interessa, mas falta algo ao roteiro, o que penaliza o ritmo.
- Sem Evidências (Devil's Knot). Bom. Baseado em fatos reais, de Atom Egoyan, EUA, 2014. Preconceito e atraso, ainda presentes no sul dos EUA (Arkansas), anos 1990, contaminam as ações do Estado e se traduzem na incompetência e na avaliação míope da polícia e da Justiça.
- O Estudante (El Estudiante). Bom. Ficção, de Santiago Mitre, Argentina, 2011. Parece o retrato da educação universitária pública argentina sem compromisso com a realidade, formando "estudantes profissionais". Vocês identificarão, talvez, (eu identifiquei) algumas situações semelhantes nas universidades públicas brasileiras. Uma verdadeira "Marcha da Insensatez".
- O Amor é um Crime Perfeito (L'amour est un crime parfait). Regular. França, 2013, ficção, de Jean-Marie Larrieu. Gosto muito do ator Mathieu Amalric, mas apesar de interessante, falta ao roteiro algo que torne este um melhor filme.
- Bistrô Romantique (Brasserie Romantiek). Bom. De Jöel Vanhoebrouck, ficção, Bélgica, 2013. Deliciosas imagens em um bistrô belga no Dia dos Namorados. Diversão, personagens bizarros, drama e culinária, permeados por muito bom roteiro. Cinema belga, pouco conhecido por nós, aparece com competência. Há pouco, lembrem-se, foi lançado por aqui o belga "Alabama Monroe". Merecem cuidadosa atenção.
- O Teorema Zero (The Zero Theorem). Fraco a Regular. De Terry Gilliam (Monty Python), Tilda Swinton e Mélanie Thierry, ficção, EUA/Romênia, 2013. Nova incursão de Terry Gilliam, depois de "Brazil, o Filme ", mas com resultados irregulares, mesmo ruins. Roteiro pouco consistente e estrutura pouco crível. Algumas pessoas saíram da sala de cinema antes do final. Uma pena. Esperava mais do ex Monty Python Giliam.
- Jersey Boys: em Busca da Música (Jersey Boys). Regular a Bom. Ficção, baseada em musical sobre Frankie Valli e o grupo The Four Seasons, EUA, 2014, de Clint Eastwood. Competente, mas roteiro algo burocrático. Realmente musical não é minha praia. Segundo jornalista, musical falha em nada comentar sobre outras bandas que surgem na mesma época, como Beatles.
- O Grande Hotel Budapeste (The Grand Budapest Hotel). Bom a Muito Bom. Ficção, de Wes Anderson, EUA, 2013. O personagem central, interpretado por Ralph Fiennes, inspirado em Stefan Zweig, conduz trama por várias estórias que se desdobram em outras estórias, recheadas de excelentes atores. Cuidado para não se perder...Impossível não identificar referências a personagens de outros filmes.
- O Enigma Chinês (Casse-tête Chinois). Bom. Ficção, 2013, França, 2013, de Cédric Klapisch. Mais de 10 anos depois do "Albergue Espanhol", Klapisch, que dirigira o "Albergue..", oferece uma despretensiosa e divertida continuação, com alguns dos mesmos atores.
- Coração de Leão - O Amor Não Tem Tamanho (Corazón de León). Bom. Ficção, 2013, Argentina, de Marcos Carnevale. Mais uma boa produção argentina...Simples, e com bela mensagem contra o preconceito.
- Que Estranho Chamar-se Federico - Scola Conta Fellini (Che Strano Chiamarsi Federico). Bom. Documentário, Ettore Scola, Itália, 2013. Scola, que conviveu com Fellini desde os anos 1940, realiza documentário que retrata um pouco da vida de Fellini, seu início jornalístico na Itália fascista, e visita sua filmografia. Talvez irregular em alguns momentos, se destaca ao trazer alguns momentos inéditos para o público e recordar o cinema que se tornou um clássico felliniano.
- O Congresso Futurista (The Congress). Regular a Bom. Ficção, animação/ñ animação, de Ari Folman, Israel/Alemanha/Polônia/Luxemburgo/França/Bélgica, 2013. Interessante, pessimista, mesmo triste. O trabalho anterior de mesmo autor, Valsa com Bashir, é bem melhor.
- O Lobo atrás da Porta. Muito Bom. Ficção, Brasil, de Fernando Coimbra, 2013. Excelente roteiro, excelentes atores, ótima fotografia, ponha tudo em um liquidificador = ótimo filme !
- Oslo, 31 de Agosto (Oslo, 31. August). Regular a Bom. Ficção, de Joachim Trier, Noruega, 2011. Recuperação do vício das drogas e problemas de readaptação à vida. As coisas são duras, e nem sempre bem sucedidas.
- Dominguinhos. Fraco. Documentário, Brasil, 2014, de Joaquim Castro, Eduardo Nazarian e Mariana Aydar. Pobre trabalho. Conta pequena parte da história de Dominguinhos, apresenta algumas músicas, e acaba de forma repentina. Uma pena...Dominguinhos merece um trabalho muito melhor.
- O Que os Homens Falam (Una Pistola em cada Mano). Bom. Ficção, Espanha, 2012, de Cesc Gay. Várias estórias paralelas, ótimos atores, diálogos ágeis, humor e surpresa. Garantia de bom filme.
- La Playa (La Playa DC). Regular a Bom. Ficção, 2012, Colômbia/França/Brasil, de Juan Andrés Arango Garcia. Acompanha a dura rotina de jovens sem perspectiva. Realidade que se repete em qualquer país latino-americano.
- Walesa (Walesa Cziowiek Z Nadziei). Bom. Baseado na história de Lech Walesa, Polônia, 2013, de Andrezej Wajda. O grande cineasta Wajda resgata a trajetória do líder sindical Lech Walesa, e foca no período de 1970 até as eleições na Polônia de 1989. Desde a violenta repressão aos trabalhadores poloneses em 1970 em Gdansk e Gdynia (vi pessoalmente um monumento aos trabalhadores mortos em Gdynia), que pediam aumento de salários e protestavam contra o aumento do custo de vida, à formação do sindicato Solidariedade, à continuada repressão aos trabalhadores, e ao paulatino colapso do governo Polonês, que, de alguma forma, contribuiu para o fim do domínio soviético sobre a Europa Oriental.
- Praia do Futuro. Fraco a Regular. Ficção, Brasil/Alemanha, 2013, de Karim Aïnouz. Belas imagens, belas formas, mas peca no conteúdo. Focou na estética, e esqueceu o resto...
- O Passado (Le Passé). Bom. Ficção, 2013, França/Itália, de Asghar Farhadi. Roteiro bem amarrado e que utiliza recursos semelhantes àqueles usados no filme "A Separação", do mesmo diretor. Mais um bom trabalho de um cineasta iraniano.
- Eu, Mamãe e os Meninos (Les Garçons et Guillaume, à Table). Bom. Ficção, França/Bélgica, 2013, de Guillaume Gallienne. Diverte e surpreende. Protagonizado e estrelado pelo próprio Guillaume. O cara atua bem em seu próprio roteiro, e demonstra competência e abordagem não triviais.
- A Conversação (The Conversation). Bom. Ficção, de Francis Ford Coppola, 1974, EUA. Carona no acervo da Netflix. Realizado por Coppola pouco depois do "Poderoso Chefão", traz ótimo elenco entre atores consagrados como Gene Hackman e alguns que iniciavam suas carreiras, como Harrison Ford. E uma discussão que retomamos hoje com a NSA e Snowden.
- Getúlio. Bom. Brasil, 2013, ficção baseada em fatos reais e nos últimos 19 dia de vida de Getúlio Vargas, de João Jardim. Importante resgate histórico e relato dos últimos e tensos dias da vida de Getúlio, assim como do quase golpe arquitetado pelos militares naquele momento. Importante conhecer o momento vivido, assim como as conseqüências para o Brasil, até o golpe de 1964, e depois.
- Marina (Marina). Regular a Bom. Bélgica/Itália, ficção baseada em história real, de Stinjn Coninx, 2013. Relata a história da família de cantor italiano Rocco Granata, cujo pai, e depois a família, migram para a Bélgica (o pai foi trabalhar em minas de carvão lá). Interessa, mas é um pouco longo.
- Confia em Mim. Bom. Ficção, Brasil, 2012, de Michel Tikhomiroff. Roteiro bem amarrado, e produção e atuações competentes, prendem a atenção do espectador.
- Amante a Domicílio (Fading Gigolo). Bom. Ficção, 2013, de John Turturro, EUA. Diverte, mas o roteiro tem seus altos e baixos. Woody Allen atua (somente) de forma muito divertida.
- Pelo Malo (Pelo Malo). Bom. Ficção, 2013, Venezuela, de Mariana Rondon. Ambientado em Caracas, mas podia ser em qualquer subúrbio pobre na América Latina. Olhar interessante sobre os problemas e a desesperança que assolam estas populações.
- Cortinas Fechadas (Pardé). Regular. Irã, 2013, ficção, de Jafar Panahi Kambozia Partovi. Resultado irregular. O início trazia expectativas, mas frusta.
- Belém: Zona de Conflito (Bethlehem). Regular. Israel, 2013, ficção, de Yuval Adler. Conflito na Cisjordânia ocupada. O ritmo é ágil, mas o roteiro é irregular.
- Tudo por Justiça (Out of the Furnace). Regular a Bom. Ficção, 2013, EUA/Reino Unido, de Scott Cooper. A fórmula é manjada e conhecida, mas os bons atores asseguram a atenção e o resultado. Entre eles, Christian Bale.
- Planeta Solitário (The Loneliest Planet). Ruim. Ficção, 2011, EUA/Alemanha, de Julia Loktev. As
cenas cabiam em um episódio bem mais curto dos canais NatGeo ou Discovery sobre a Geórgia, ex-república soviética (como lembrou um amigo, que dividiu o infortúnio de assisti-lo comigo). Ficou uma coisa chata, arrastada, um anticlímax.
- A Grande Beleza (La Grande Belleza). Bom. Itália/França, 2013, ficção, de Paolo Sorrentino. Cenas de uma Roma que evoca, para mim, Fellini, pontuadas com o humor sardônico de seu personagem principal, vivido por Toni Sevillo. Diverte, e faz refletir.
- Os Filhos do Padre (Svecenikova djeca). Bom. Ficção, Croácia, 2013, de Vinko Bresan. Divertido na feroz crítica à Igreja Católica e seus dogmas obsoletos. Revela, ainda, cinema pouco conhecido por aqui. Deu vontade de conhecer a Croácia....
- Ninfomaníaca - Volume 2 (Nymphomaniac: Volume II). Regular. Ficção, de Lars Von Trier, 2013, Dinamarca/Alemanha/França/Bélgica. Vi o Volume 1, dever de ofício, fui ao 2. Menor que o 1, mas interessa por apresentar a trajetória da protagonista. Pode chocar.
- O Gebo e a Sombra. Muito Chato. França/Portugal, ficção, de Manoel de Oliveira, 2012. Fiasco...Sexta, como faço muitas vezes, fui com Madame J. ao cinema...A estória se arrastava, uma névoa de tédio envolvia minha mente, enquanto Madame J. dormia profundamente. Resisti ao máximo, e abandonei a sala de cinema com o filme pela metade...Que alívio ao sair !
- Prenda-me (Arrêtez-moi). Bom. De Jean-Paul Lilienfeld, ficção, França, 2013. Realidade bem presente (violência contra as mulheres) é apresentada de forma imaginativa. A câmera, por vezes, transporta o espectador pra ação. Ótimas atrizes, e entre elas Miou-Miou.
- The Lunchbox (Dabba). Bom a Muito Bom. Ficção, Índia/França/Alemanha, 2014, de Ritesh Batra. Excelente roteiro que tem como linha mestra um fato real para desenvolver ótima estória. Pra completar, ótimos atores ! Cinema indiano em ótima forma !
- Alemão. Fraco. Ficção, baseada em acontecimentos reais, Brasil, de José Eduardo Belmonte, 2013. Roteiro e estória pobres para assunto tão complexo. Os ótimos atores não salvam o filme.
- Era uma Vez na Anatólia (Bir Zamanlar). Bom. Ficção, Turquia, 2011, de Nuri Bilge Ceylan. O melhor são os personagens e os diálogos bem construídos. Atenção ao cimema turco !
- Até o Fim (All is Lost). Bom. Ficção, EUA, 2013, de J.C.Chandor. Velejador solitário enfrenta todos os problemas, e mais alguns em viagem pelo Índico. Redford bem, com credibilidade, no sufoco em que se encontra.
- 12 Anos de Escravidão (12 Years a Slave). Bom. Baseado em impressionante história real, de Steve McQueen, Reino Unido/EUA, 2013. A incrível história de negro livre nos EUA na 1a metade do século XIX, que é sequestrado e vive 12 anos como escravo no sul dos EUA.
- Inside Llewin Davis: Balada de um Homem Comum. Bom. Ficção, dos irmãos Cohen, EUA, 2013. Os Cohen dirigem com competência a estória, com bom roteiro e boas atuações. Não é o melhor deles, mas tem sua marca.
- Caçadores de Obras-Primas (The Monuments Men). Fraco. De George Clooney (acho que sua 1a direção), EUA, 2013, baseado em livro e fatos reais. Os fatos nos quais se baseia, a busca, na II Guerra, das obras de arte roubadas pelos nazistas, renderia um excelente filme. Nas mãos de Clooney ficou entediante, simplório, e com fracas atuações (ninguém escapa delas).
- Ela (Her). Bom. Ficção, de Spike Jonze, EUA, 2013. Em um futuro bem próximo as relações pessoais mudam. Joaquim Phoenix e o diretor dão um bom ritmo.
- Clube de Compras Dallas (Dallas Buyers Club). Muito Bom. Baseado em história real, de Jean-Marc Vallé, EUA, 2013. A história impressiona, assim como a excelente atuação de Matthew McConaughey.
- Nebraska (Nebraska). Muito Bom. Ficção, de Alexander Payne, 2013, EUA. Ótimo roteiro, ótimos diálogos, ágil direção, ótimas atuações. Põe-se tudo no liqüidificador, e temos um ótimo filme, com baixo orçamento.
- Philomena (Philomena). Bom a Muito Bom. De Stephen Frears, Reino Unido/EUA/França, 2013, baseado em história real retratada em livro. Ótimo roteiro e ótimos atores. Impressionante história. E a Igreja Católica, mais uma vez, apresenta sua face retrógrada.
- Uma Família em Tóquio (Tokyo Kazoku). Bom. Japão, 2013, ficção, de Yoji Yamada. Interessante retrato do Japão atual, que parece romper os laços familiares.
- A Imagem que Falta (L`image Manquante). Regular a Bom. Camboja, 2013, documentário, de Rithy Panh. Foca o pesadelo vivido pelo diretor, que quando criança assiste ao desastre genocida do regime de Pol Pot, Khmer Vermelho, no Camboja nos anos 1970, e que representou pelo menos 2 milhões de mortos e milhões de expulsos das cidades para que fossem "reeducados". O ritmo é algo lento, mas a denúncia impressiona.
- Gloria (Gloria). Bom. Ficção, Chile/Espanha, 2013, de Sebastián Lelio. Interessa pela maneira como mulher madura, separada, busca vencer a solidão. Poderia ser lugar comum, mas surpreende.
- Trapaça (American Hustle). Fraco. Ficção, EUA, 2013, de David O. Russell. Ritmo arrastado, mesmo entediante, que, apesar de atores como Christian Bale, deram muito sono.
- Fruitvale Station - A Última Parada (Fruitvale Station). Bom a Muito Bom. Ficção, baseada em história real, EUA, de Ryan Coogler, 2013. Ótima história, ótimo ritmo, ótimos atores, fazem deste um legítimo ganhador do prêmio do júri do festival de Sundance em 2013.
- Todos os Dias (Everyday). Bom. Ficção, 2012, Reino Unido, de Michael Winterbotton. Relata a dura vida de mulher, com vários filhos, que durante anos, regularmente, visita seu marido, preso. Confesso que pela crítica esperava um pouco mais do roteiro, que achei excessivamente linear.
- Alabama Monroe (The Broken Circle Breakdown). Bom a Muito Bom. Ficção, 2012, Bélgica, de Felix Van Groeningen. Ótima surpresa do cinema belga, com ágil roteiro, que surpreende, e que lança mão de forma inteligente das idas e vindas da estória no tempo, quando sonega e revela, paulatinamente, os fatos.
- Ninfomaníaca - Volume 1 (Nymphomania - Volume I). Regular a Bom. Ficção, de Lars von Trier, Dinamarca/Alemanha/França/Bélgica, 2013. Von Trier sempre sacode a mesmice. Abordagem diferente, que deixa um interesse pelos próximos episódios.
- O Lobo de Wall Street (The Wolf of Wall Street). Regular a Bom. Ficção, baseado em história real, de Martin Scorcese, EUA, 2013. Mais uma dobradinha Scorcese/DiCaprio. Tem seu interesse, mas poderia ser menor (são 189 minutos), sem nenhum prejuízo. Possui momentos com a cara de outros filmes que já vi.
- Para Toda a Vida (Hayatboyu). Regular a Bom. Ficção, Turquia/Alemanha/Holanda, 2013, de Asli Özge. Filme do Festival do Rio em 2013, que a falta da minha disciplina havia impedido a postagem até agora. Casal, que vive em Istambul, mantém o casamento, apesar de pouco ter restado da paixão. Bem ocidental, como em várias cidades e regiões da Turquia. Roteiro deveria ter oferecido mais tensão. Ficou um vazio.
- Pais e Filhos (Soshitte Chiche ni Naru). Bom. De Hirokazu Koreeda, ficção, Japão, 2013. Sensibilidade e surpreendentes atuações das crianças, ancorados em ótimo roteiro, fazem dele um filme a ser visto.
- Álbum de Família (August: Osage County). Fraco. Ficção, de John Wells, EUA, 2013. Apesar de bons atores estarem presentes, muito dramalhão pro meu gosto..Uma sucessão deles, pouco crível...
- A Vida Secreta de Walter Mitty (The Secret Life of Walter Mitty). Regular. De Ben Stiller, ficção, EUA, 2013. A ideia é interessante (fim da imprensa de papel, engolida pela Internet), Ben Stiller atua com competência, Sean Penn participa com a habitual boa atuação, mas o roteiro deixa a desejar, mesmo entedia.
- Terra Firme (Terraferma). Bom. Ficção, França/Itália, 2011, de Emanuele Crialese. Retrato do drama dos imigrantes africanos ilegais que chegam (e muitos não o conseguem e morrem) à costa siciliana, fugindo do caos onde vivem na África.
- Amor Bandido (Mud). Bom. Ficção, EUA, Jeff Nichols, 2012. Competente, boas atuações, principalmente de Matthew MacConaughey.
- Blue Jasmine. Bom. Ficção, Woody Allen, EUA, 2013. Não é o melhor Woody Allen, mas tem a marca do diretor. Cate Blanchett perfeita. Drama e comédia na esteira da crise financeira nos EUA.
- Gravidade (Gravity). Bom. Ficção Científica, 2013, EUA/Reino Unido, de Alfonso Cuarón. As imagens impressionam. E Sandra Bullock e George Clooney estão muito bem. Mas o filme é um pouco menos do que aguardava. Acho que li críticas muito elogiosas demais antes de o ver....
- Obsessão (The Paperboy). Bom a Muito Bom. Ficção, 2012, EUA, Lee Daniels. Ótimo roteiro e ótimas atuações prendem a atenção em cada minuto. Vários preconceitos são retratados na tela. Sul dos EUA, anos 1960/70.
- O Capital (Le Capital). Muito Bom. Ficção, de Costa-Gravas, 2012, França. Roteiro extremamente ágil e ótimos atores tornam este em mais um bom filme de Costa-Gravas. Lembrou-me a linha de filme do mesmo diretor, "O Corte", com sua crítica mordaz à crueza das relações no capitalismo.
- O Mar ao Amanhecer (La Mer a L`Aube): Bom. Ficção, baseada em fatos reais, 2011, França/Alemanha, de Volker Schlondörff. Interessante relato de episódio ocorrido em 1941 na França ocupada pelos alemães, que mostra posições ambíguas dos franceses entre colaborar com os alemães e não fazê-lo. Pros interessados em um filme que retrata melhor esses lado muito presente do colaboracionismo francês com os nazistas recomendo o filme "Lacombe Lucien", de 1974.
- Rush (Rush). Muito Bom. Ficção, baseada em história real, EUA/Alemanha/Reino Unido, 2013, de Ron Howard. Roteiro ágil, muito bons atores (principalmente o que interpreta James Hunt), e ótimas imagens das corridas de Fórmula 1 nos anos 1970. Pra quem viu corridas de Fórmula 1 nesta época, imperdível !
- O Conselheiro do Crime (The Counselor). Regular. Ficção, EUA/Reino Unido/Espanha, 2013, de Ridley Scott. Bons atores, tradução estranha (Advogado), possui forma estilizada, mas conteúdo fraco.
- Uma Noite de Crime (The Purge): Muito Ruim. Ficção, 2013, EUA, de James DeMonaco. Poderia ter saído uma boa estória...Mas o resultado é uma colagem grotesca de violência explícita e um roteiro rasteiro e piegas...
- Capitão Phillips (Captain Phillips). Bom a Muito Bom. Ficção, baseada em história real, EUA, 2013, de Paul Greengrass. Uma história real muito boa, e muito bem contada. O elenco, boa parte desconhecido, dá mais credibilidade a tudo. Um roteiro 100% de ficção não teria sido capaz de imaginar tal história.
- Serra Pelada. Bom a Muito Bom. Ficção, Brasil, 2013, de Heitor Dhalia. Resgate de uma história que merecia ser contada: o garimpo em Serra Pelada. Bizarro, surreal, quase inacreditável. Ótimas atuações.
- O Fim (This is the End). Muito Bom. Ficção, 2013, EUA, de Evan Goldberg e Seth Rogen. Diversão, imaginação e ótimas atuações fazem deste filme, com ótimo roteiro, uma imensa brincadeira.
- O Desconhecido Conhecido: A Era Donald Rumsfeld (The Unknown Known: The Life and Times of Donald Rumsfeld. Bom. Festival de Cinema Rio 2013. Documentário, 2012, de Errol Morris, EUA. Morris fizera o superior "Sob a Névoa da Guerra", onde entrevista Robert MacNamara. Talvez MacNamara seja menos insuportável que Rumsfeld...Mas Morris tem a habilidade de conduzir Rumsfeld e o confrontar com claras inconsistências, como quando Rumsfeld continua a afirmar que o Iraque possuiria armas de destruição em massa que justificavam a invasão em 2003, quando todas as provas demonstram o contrário...Ou quando Rumsfeld continua a afirmar que os prisioneiros de Gauntãnamo não são submetidos a torturas físicas ou psicológicas, ou em sua enfática negativa de que as técnicas de tortura de Gauntãnamo foram levadas para a prisão de Abu Ghraib, por uma decisão do próprio Rumsfeld.
- Fla x Flu - 40 Minutos antes do Nada: Excelente. Documentário, Brasil, 2013, de Renato Terra. Imagens, depoimentos e personagens impagáveis, contam um pouco do que o Fla x Flu representa...Emoção a flor da pele, irracionalidade, visão distorcida e extremamente emocional. Como sabiamente disse uma vez meu afilhado, no Maracanã, num dia de clássico, em meio a todas as maluquices, aquele momento quase surreal representa para aquelas pessoas ali reunidas o que há de mais real, denso, lógico...Aqueles 90 minutos são o que importa...Nada mais interessa, nem importa, nada mais faz sentido...O mundo é ali, no Maraca...O resto não existe !
- Mea Maxima Culpa: Silence in the House of God: Excelente. Festival do Rio 2013. Documentário, EUA, 2012, de Alex Gibney. Faz-me acreditar quão legal é ter a oportunidade de assistir a filmes do Festival do Rio, principalmente aqueles que provavelmente não entrarão em cartaz no Brasil.
Este documentário conta os detalhes da história de 04 homens surdos,
que decidem denunciar os abusos sexuais sofridos por eles nos EUA, cometidos
pelo padre católico Lawrence Murphy, nos anos 1960. E relata as manobras
sórdidas da Igreja Católica para acobertar estes crimes, assim como crimes de
outros padres católicos nos EUA, Irlanda, Itália , e diversos outros países.
A batalha da Igreja para minimizar e abafar estes crimes hediondos é
comandada pelo topo da Igreja, os papas, entre João Paulo II (entre seus mais
próximos aliados na Igreja, um pedófilo e pervertido da pior espécie,
acobertado pela Igreja) e Bento XVI, e suas nojentas manobras para abafar os
crimes horrendos cometidos pelos padres pervertidos.
Vendo as imagens deste documentário, fica cada vez mais claro o
atraso, o anacronismo e os absurdos que a Igreja Católica representa. Sua
estrutura feudal, o celibato, e sua estrutura extremamente hierarquizada, são
parte fundamental e causa dos problemas que causa, enquanto ela se debate freneticamente
para sobreviver, não importa os crimes que venha a cometer ou acobertar.
- Eu, Anna (I, Anna): Regular a Bom. Ficção, de Barnaby Southcombe, Inglaterra/Alemanha/França, 2012. O roteiro é imaginativo, sonega informações, e guarda surpresas. Mas carece de algo, que faz o filme ser menos do que poderia ser. Boas atuações de Charlotte Rampling e Gabriel Byrne.
- A Sorte em suas Mãos (La Suerte en tus Manos): Bom. Ficção, Argentina, 2012, de Daniel Burman. A competência argentina e um bom roteiro fazem deste mais um exemplo bem sucedido de cinema.
- Apenas o Vento (Csak a Szél): Regular a Bom. Ficção, 2012, Hungria, baseada em acontecimentos que ocorreram na Hungria há poucos anos, de Benedek Fliegauf. Roteiro um pouco arrastado. Conta uma estória cheia de preconceitos contra ciganos na Hungria. Há um fosso entre a população húngara e a de origem cigana, o que somente acentua os problemas.
- Os Sabores do Palácio (Les Saveurs du Palais): Regular a Bom. Ficção, baseada na experiência de uma chef de cozinha francesa que comandou a cozinha de Mitterrand, de Christian Vincent, 2012, França. Interessante, curioso por mostrar lado pouco conhecido do poder.
- Bling Ring: A Gangue de Hollywood (The Bling Ring): Regular. Ficção, 2013, EUA, de Sofia Coppola. Baseado em uma história real, dirigido com competência por Sofia Coppola, mostra grupo de adolescentes que invadem para roubar mansões de celebridades (?? - bem questionáveis !!!) em Hollywood...O grupo, ao roubar, procura, em tese, se aproximar ao estilo de vida das ditas celebridades. Confesso que a temática fez meu estômago revirar várias vezes...Que grupo de pessoas, entre ladrões e celebridades (??), frívolos, imbecis, vazios, e idiotas !!
- Amor Pleno (To the wonder): Tédio. EUA, 2012, ficção, de Terrence Malick. Não entendo os críticos, muitas vezes...Essa é mais uma delas...Puro tédio...E havia várias cenas que lembravam o entediante "Árvore da Vida". Descobri que o Malick também o dirigiu..Pronto ! Explicado ! A mesma chatice do filme anterior !! A culpa é minha ! Não li a crítica antes !
- Deixe a Luz Acesa (Keep the Lights on): Regular. EUA, 2012, ficção, de Ira Sachs. Romance e temática gay, mas sem abordagem de gueto. O roteiro peca por um ritmo algo arrastado.
- Augustine (Augustine): Bom a Muito Bom. França, 2013, de Alice Winocour, ficção, baseado nos relatos dos trabalhos do Professor Charcot. Winocour desenvolve interessante relato dos trabalhos do Professor Charcot, França, final do século XIX. Ele é considerado um dos pioneiros da Neurologia, e seu trabalho influenciou o desenvolvimento de diversos campos das Neurologia e Psicologia.
- A Bela que Dorme (La Bella Addormentata): Regular a Bom. Ficção, 2013, França/Itália, de Marco Bellocchio. Interessante roteiro sobre um tema duro, mas poderia se traduzir em melhor filme. Em alguns momentos, perde o ritmo.
- Hannah Arendt (Hanna Arendt): Bom a Muito Bom. Alemanha/França, 2012, de Margarette Von Trotta, baseado na reportagem de Hannah Atendt sobre o julgamento de Eichmann. Mais uma dobradinha da diretora com a atriz (Barbara Sukowa, no filme "Rosa de Luxemburgo"), com interessante relato do acompanhamento e da matéria escrita por ela sobre o julgamento de Eichmann. Procurarei a matéria escrita por ela. Levanta ótimas questões.
- A Espuma dos Dias (L`Ecume des Jours): Muito Ruim ! Bélgica/França, 2013, ficção, de Michel Gondry. Uma pena...Um fiasco, chato, que dá vontade de sair do cinema...Desperdício da Audrey Tautou.
- Ferrugem e Ossos (De Rouille et D`Os): Bom a Muito Bom. França/Bélgica, ficção, de Jacques Audiard, 2012. Roteiro que surpreende, e ótimas atuações (como de Marion Cotillard, de "Piaf"), fazem deste um filme que merece ser visto.
- O Lugar Onde Tudo Termina (The Place Beyond the Pines): Regular a Bom. Ficção, EUA, 2012, de Derek Cianfrance. Roteiro interessante, que amarra a estória de vários personagens, em diferentes épocas...Demasiado longo, alguns atores pouco expressivos.
- Além da Escuridão - Star Trek (Star Trek into the Darkness): Fraco. Ficção, de J.J. Abrams, EUA, 2013. Fui animado, com as imagens da adolescência na cabeça, quando era fã de Jornada nas Estrelas. Decepcionei-me, frustrante. Os atores, estilo "sessão da tarde", são muito fraquinhos, e não funcionam.
- Depois de Lúcia (Después de Lucía): Regular a Bom. Ficção, México/França, 2012, de Michel Franco. Bullying levado ao extremo em escola mexicana. Exagerado...Incomoda. Tanto, que alguns da platéia saíram da sala de projeção antes do final.
- A Criada (La Nana): Bom. Ficção, Chile/México, 2009, de Sebastián Silva. A relação quase de escravidão entre patrões e empregados domésticos revisitada com competência.
- Faroeste Caboclo: Muito Bom. Ficção, Brasil, 2013, de René Sampaio. Baseado na música de Renato Russo, produção muito competente, que traz muito boas atuações (destaque para Isis Valverde e Fabrício Boliveira), roteiro ágil e bem montado, e ótima fotografia. Creio que trilhará carreira internacional, pois reúne condições para tal.
- O Filho do Outro (Les Fils de L`Autre): Regular a Bom. Ficção, França, 2012, de Lorraine Levy. A questão israelense/palestina com uma abordagem diferente, que força os personagens a repensar suas condições e preconceitos.
- O Que Traz Boas Novas (Monsieur Lazar): Regular a Bom. Canadá, 2011, ficção, de Philippe Falardeau. Uma bela mensagem, mas uma estória já vista algumas vezes, com uma nova roupagem.
- Terapia de Risco (Side Effects): Regular. Ficção, de Steven Soderbergh, EUA, 2013. Parecia trilhar um caminho interessante, mas buscou soluções pouco defensáveis.
- Fomos Tão Jovens: Regular. Ficção, baseada na vida de Renato Russo, 2013, de Antonio Carlos de Fontoura, Brasil. Foi bom conhecer a história de Renato Russo, da Legião Urbana, dos primeiros passos do Rock Brasil, mas falta alguns pontos para tornar o roteiro mais cinema, e tirar alguma precariedade da produção.
- Anna Karenina: Regular a Bom. Ficção, 2012, de Joe Wright, Reino Unido. Quase uma peça de teatro filmada, não consegue se sustentar nas atuações de Keira Knightley e de Jude Law. Mas interessa, pela originalidade.
- O Dia que Durou 12 Anos: Regular a Bom. Documentário, Brasil, 2012, de Camile Tavares. Arquivos norte-americanos (secretos durante anos) revelam a participação dos mesmos no golpe de 1964. Resgata um período muito importante de nossa história, mas o roteiro se esgota após as revelações.
- Dentro de Casa (Dans la Maison): Bom. Ficção, de François Ozon, 2012, França. Professor se deixa envolver por seu aluno, e envereda por caminho sem volta. Destaque para os atores Fabrici Luchini e a britânica Kristin Scott Thomas. Realidade e ficção se misturam.
- O Último Elvis (El Último Elvis): Bom. De Armando Bom, Argentina, ficção, 2011. Trabalhador braçal, que nas horas vagas trabalha como cover de Elvis, vive dividido entre sua vida real, sem muita imaginação, e a de seu ídolo, Elvis Presley. O desempenho do ator principal impressiona.
- O Concerto (Le Concert): Bom a Muito Bom. Rússia/França, 2009, ficção, de Radu Mihaileano. Divertida estória sobre músicos russos que tudo perderam durante o regime soviético. Porém, surge uma esperança de resgate...Emociona..
- A Caça (Jagten): Excelente. Ficção, de Thomas Vinterberg, Dinamarca, 2012. Vinterberg percorre com extrema competência, e ótimo roteiro, temática que tangencia a abordada em seu trabalho "Festa de Família", outro excelente filme que realizara.
- As Sessões (The Sessions): Bom. Ficção, mas inspirada em personagem real, EUA, 2012, de Ben Lewin. Bom humor e leveza, em tema de difícil abordagem. O diretor o faz com muita competência !
- Cesar Deve Morrer (Cesare Deve Morire): Bom a Muito Bom. Ficção, dos irmãos Tavianni, Itália, 2012, vencedor do Urso de Ouro em Berlim, 2012. O clássico "Júlio César", de Shakespeare é encenado em uma prisão na Itália...As tensões na prisão transbordam na peça.
- Na Neblina (V Tumane): Regular a Bom. Ficção, de Sergei Loznitsa, 2012, Alemanha/Holanda/Letônia/Rússia. Após o muito bom "Minha Felicidade", o diretor aborda a II Guerra na União Soviética ocupada pelos nazistas..Perde para "Minha Felicidade", mas merece ser visto...
- A Hora Mais Escura (Zero Dark Thirty): Bom a Muito Bom. Ficção, baseada nos relatos da procura por Bin Laden, EUA, 2012, de Kathryn Bigelow. Relato preciso dos passos que levaram à morte de Bin Laden, desde o 11 de setembro de 2001. A CIA, desmoralizada após os atentados das Torres Gêmeas, precisou montar um gigantesco quebra-cabeça.
- De Coração Aberto (À Coeur Ouvert): Regular a Bom. Ficção, França, 2012, de Marion Laine. Competente estória de um casal atingido pelo vício do álcool. Mas não empolga.
- Os Miseráveis (Les Misérables): Bom. Ficção, adaptação de musical para teatro, baseado na obra de Victor Hugo, Reino Unido, 2012, de Tom Hooper. Competente direção de arte e direção musical, transportam para as telas espetáculo há anos nos teatros. Vários bons atores brilham na produção.
- O Voo (Flight): Fraco a Regular. EUA, 2012, ficção, de Robert Zemeckis. Começa chamando a atenção e cria espectativa....Depois perde-se no lugar comum e na solução fácil de simplório roteiro.
- Nota de Rodapé (Hearat Shulayim): Bom. Israel, 2011, de Joseph Cedar, ficção. Situações inusitadas são vividas por israelenses, judeus, que se dedicam a estudar o Talmude. Há algo que certamente só é alcançado pelo público judeu. Mas a graça e as idiossincrasias atingem a todos os públicos.
- O Lado Bom da Vida (Silver Linings Playbook): Regular a Bom. EUA, 2012, ficção, de David O. Russell. Divertido, despretensioso, mostra um lado menos glamoroso da vida norte-americana. Falta algo.
- Lincoln (Lincoln): Bom. De Steven Spielberg, ficção sobre Lincoln, baseada no livro Team of Rivals: The Political Genius of Abraham Lincoln, 2012, EUA. Com excelente atuação de Daniel Day-Lewis, retrata os últimos 4 meses da vida de Lincoln. Um pouco longo, mas uma bela aula de história.
- O Mestre (The Master): Fraco a Regular. De Paul Thomas Anderson, ficção, EUA, 2012. Aborda pessoa que se envolve em um culto que surge nos EUA na década de 1950. Possui muito boas atuações de Joaquin Phoenix e Phillip Seymour Hoffman. Livremente inspirado no culto a Cientologia. Roteiro fraco, pouco inspirado, que apesar das boas atuações de Phoenix e Hoffman, entedia.
- Amor (Amour): Bom. De Michael Haneke, ficção, 2012, Áustria/França/Alemanha. Haneke, com muita competência, e sem pieguice, aborda tema que cada vez mais nos aflige. Atores em ótima e convincente atuação.
- Django Livre (Django Unchained): Muito Bom. Ficção, de Quentin Tarantino, EUA, 2012. Tarantino se supera e homenageia o "Western Spaghetti". Faz um extremamente divertido filme, com ótimos atores. Um dos destaques: o ator austríaco Christoph Waltz, que já havia atuado em "Bastardos Inglórios", do próprio Tarantino, e em "O Deus da Carnificina". Muito riso, muito sangue, uma grande brincadeira !
- Além das Montanhas (Dupa Dealun): Bom. Ficção, Romênia/França/Bélgica, 2012, de Christian Mungiu. Atmosfera opressiva, como a usada em outro filme do mesmo diretor (4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias). Apresenta uma Romênia que ainda vive no século XIX, com preconceito, fanatismo religioso, e ignorância. Mas o restante da Romênia, com seu atraso e desesperança, está bem próximo disso.
- Qual o Nome do Bebê (Le Prénom): Muito Bom !! Ficção, França/Bélica, 2012, de Alexandre de la Patellière e Mathieu Delaporte. Roteiro excelente torna a estória uma sucessão de surpresas deliciosas. Os atores em ótimos desempenhos.
- Entre o Amor e a Paixão (Take this Waltz):
Regular. Ficção, Canadá/Espanha/Japão, 2011, de Sarah Polley. Há algo no
filme que não o faz decolar...Não me perguntem o que. Talvez os atores, roteiro
pouco inspirado. Falta algo.
- Paris-Manhattan (Paris-Manhattan): Bom. Ficção, 2012, França, de Sophie Lellouche. Simplicidade, humor e surpresas divertem nesse filme.
- No: Bom a Muito Bom. Ficção, 2011, Chile/França/EUA, de Pablo Larrain. Retrata com competência a plebiscito que decidiria sobre a permanência, ou não, de Pinochet à frente do governo chileno, em 1988.
- Hahaha: Fraco. Coréia do Sul, 2010, de Hong Sang-soo. ficção.
Desta vez o muito bom cinema coreano me decepcionou. Roteiro simplório, com
personagens pouco consistentes.
- O Olhar Invisível (La
Mirada Invisible): Bom. Argentina/França/Espanha,
ficção, 2010, de Diego Lerman. Mais um
bom filme do cinema argentino. Capta com competência a atmosfera sombria e
repressiva da última ditadura na Argentina. Mostra as cenas reais da multidão
argentina a ovacionar os militares assassinos, que anunciavam a invasão das
Malvinas/Falklands, e que se transformou em um fiasco e precipitou o fim da
ditadura. Não consegui entender, à época, como os argentinos, sob uma ditadura
assassina, deixaram-se levar por essa idiotice. Algo que a Cristina Kirchner
repete hoje, para desviar a atenção de seus erros.
- A Filha do Pai (La Fille
du Puisatier): Regular. França, 2011, ficção,
baseada em obra de Marcel Pagnot, de Daniel Auteuil. História algo datada, com
personagens que vivem situações caricatas, enfraquecem o filme.
- O Impossível (The
Impossible): Regular a Bom. EUA/Espanha, 2012, de
Juan Antonio Bayona, ficção baseada em história real. Conta o drama de uma
família pega pela tsunami em 2004, na Tailândia. Mas falta algo ao roteiro para
tornar a história melhor contada.
- A Negociação
(Arbitrage): Bom. Ficção, EUA/Polônia, 2012, de Nicholas
Jarecki. Boas atuações de Richard Gere e Susan Sarandon, apresenta um
inescrupuloso executivo a busca de vender seus negócios. Parece ter se
inspirado no picareta Madoff, e no cenário da crise iniciada em 2008.
- Tudo o que Desejamos (Toutes nos Envines): Regular a Bom. Ficção, 2011, de Philippe Lioret, França. Resvala em uma questão importante (juros estorsivos das financeira), mas talvez se perca em roteiro que tateia sem definição.
- Na Terra de Amor e Ódio (In The Land of Blood and Honey): Regular a Bom. Ficção, EUA, 2011, de Angelina Jolie. Aborda a violência na Bósnia, durante os terríveis episódios de limpeza étnica, mesmo através de estupros sistemáticos, na guerra civil após o fim da Iugoslávia. Roteiro poderia ser melhor. Estréia de Angelina Jolie na direção.
- Infância Clandestina: Bom a Muito Bom. Ficção, inspirado em uma história real, de Benjamín Ávila, Argentina/Brasil/Espanha, 2011. Passado na Argentina sob a ditadura, 1979, sob a ótica de uma criança. Uma abordagem diferente deste período terrível na Argentina.
- O Homem da Máfia (Killing Them Softly). Regular a Bom. Ficção, EUA, 2012, de Andrew Dominik. Velha fórmula, mas que funciona com bons atores.
- Em Nome de Deus (Captive): Fraco a Regular. Ficção, baseada em uma história real, França/Filipinas/Alemanha/Reino Unido, 2012, de Brillante Mendoza. Tem o seu interese, mas o roteiro é muito burocrático, mesmo enfadonho. Poderia ter sido muito melhor. A tradução do título é bizarra, quando comparada ao original. Causa mesmo confusão.
- As Palavras (The Words): Ruim. Ficção, 2012, EUA, de Brian Klugman e Lee Sternthal. Má produção, maus e inexpressivos atores, e canastrice do Dennis Quaid. Jeremy Irons não salva o filme.
- Um Alguém Apaixonado (Like Someone in Love): Regular a Bom. Ficção, de Abbas Kiarostami, Japão/França, 2012. O grande mérito do diretor iraniano, neste que está aquem de seus melhores filmes, foi capturar com competência as características extremamente peculiares das relações entre homens e mulheres no Japão.
- Era Uma Vez Eu, Verônica: Fraco a Regular. Brasil, 2012, de Marcelo Gomes, ficção. Algo pretensioso, beira o tédio. Pena, pois tem bons atores.
- Gonzaga - De Pai pra Filho: Muito Bom. Brasil, 2011, de Breno Silveira, baseado em uma história real. A história de Luiz Gonzaga, contada através de seu filho, Gonzaguinha. É uma verdadeira saga, a vida de ambos, 02 dos maiores músicos do Brasil. Emociona, mexe com o público, e representa parte da história do país. Deve ser visto !!
- Argo (Argo): Bom a Muito Bom. EUA, 2011, baseado em uma história real, de Ben Affleck. Impressionante história de 06 diplomatas norte-americanos que se refugiaram na casa do embaixador canadense em Teerã em 1979, quando da invasão da embaixada dos EUA em Teerã. A reprodução da atmosfera e de todos os detalhes da época é impressionante.
- Elefante Branco (Elefante Blanco): Bom. Argentina/Espanha/França, 2012, ficção, de Pablo Trapero. Ricardo Darin, com a competência usual, lidera a estória passada em uma favela na Argentina. Ele é um padre que faz a clara opção pelos pobres. Não o melhor de Darin, mas vale...Impressionantes as semelhanças com as favelas brasileiras e sua mazelas.
- Led Zeppelin: Celebration Day. Excelente !! Filme com o Show da banda reunida na O2 Arena de Londres, 2007. Tem duração de 124 minutos e foi dirigido por Dick Carruthers. Contou com todos os integrantes vivos, e o filho do bateirista da formação original. Robert Plant, Jimmy Page e John Paul Jones (respectivamente vocalista, guitarrista e baixista), acompanhados de Jason Bonham, filho do baterista original John Bonham. Ótimas músicas, os clássicos do Led. Imperdível !! Mais um da série "Visto am Gdynia/Polônia".
- Angels' Share: Bom. Ficção, 2012, de Ken Loach, Reino Unido/França/Bélgica/Itália. Ken Loach faz mais uma vez sua opção pelos excluídos...Agora é um grupo de jovens em Glasgow, Escócia. Despretensioso, divertido, no meio de suas vidas quase sem saída...O filme foi bem recebido em festivais. Curiosidade: Angels' Share é a quantidade de álcool que evapora do whisky em seu envelhecimento em um barril, algo como 2% em países mais frios. Mais um da série "Visto am Gdynia/Polônia".
- Savages: Fraco. Ficção, 2012, de Oliver Stone, EUA. Oliver Stone já esteve melhor...Bem, estou na Polônia, em Gdynia, e fui conferir. Entendiante, personagens que são a própria caricatura. Uma pena. Há bons atores, mas com um desempenho pífio.
- A Vida de Outra Mulher (La Vie d`une autre): Regular a Bom. Ficção, França/Luxemburgo/Bélgica, 2012, de Sylvie Testud. O roteiro dá umas poucas derrapadas, mas Juliette Binoche diverte, apesar da dramática situação de seu personagem.
- Intocáveis (Intouchables): Muito Bom. França, 2011, de Eric Toledano e Olivier Nakache, ficção baseada em história real. Divertido roteiro que imprime um ritmo surpreendente à relação entre um paraplégico e a pessoa que o ajuda como acompanhante. Otimismo que transborda.
- 360 (360): Bom. Ficção, de Fernando Meirelles, Reino Unido/Áustria/França/Brasil, 2011. Bom roteiro, bons atores, não é dos melhores trabalhos de Meirelles, mas vale ser visto.
- Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge (The Dark Knight Rises): Bom a Muito Bom. Ficção, 2012, EUA, de Christopher Nolan. Cinema como pura diversão, com um ótimo roteiro, que surpreende. Bons e conhecidos atores.
- Elles: Fraco a Regular. França/Polônia/Alemanha, 2011, ficção. Juliette Binoche não consegue sustentar a estória, e o resultado é irregular.
- Aqui é o meu Lugar (This Must Be the Place): Bom. França/Itália/Irlanda, ficção, 2011, de Paolo Sorrentino. Divertido e ancorado na ótima e divertida atuação de Sean Penn, que interpreta um astro de rock aposentado. O ritmo derrapa, mas a música é ótima.
- Beaufort (Beaufort): Bom. Israel, 2007, ficção, de Joseph Cedar. A angustiante rotina dos últimos dias de uma base militar israelense na fronteira com o Líbano. Sem a força de outros filmes, como "Valsa com Bashir"ou "Líbano", ainda assim impacta.
- Na Estrada (On The Road): Regular. Ficção, baseada na obra de Jack Kerouac, de Walter Salles, Brasil/França, 2011. Fez o resgate da estória baseada no romance de Kerouac, mas o roteiro e a direção não se traduziram em um bom resultado. Kerouac aguarda melhor leitura.
- A Guerra dos Botões (La Guerre des Boutons): Bom. Ficção, de Yann Samueli, França,2011. Divertida estória sobre crianças francesas de dois vilarejos em "guerra", nos anos 1960. O desempenho dos pequenos atores impressiona.
- Minha Irmã (L'enfant d'en Haut): Regular a Bom. Ficção, de Ursula Meier, França/Suíça, 2012. Estória passada nos Alpes Suíços, onde um garoto vive de pequenos furtos. Um "outsider" em um mundo quase inatingível.
- Para Roma, com Amor (To Rome with Love): Bom a Muito Bom. De Woody Allen, ficção, 2012, EUA/Itália/Espanha. Woody Allen volta a atacar com várias estórias paralelas e personagens impagáveis. Roteiro que somente ele poderia criar. Não é o melhor dele, mas é bem divertido !
- Prometheus (Prometheus): Bom. Ficção, EUA, 2012, de Ridley Scott. O diretor, como já o fizera, ataca de ficção científica. Há melhores, mas é bom. Atenção.... Talvez vocês se lembrem de outros filmes....
- Amor Impossível (Salmon Fishing in the Yemen): Fraco a Regular. Ficção, Reino Unido, 2011, de Lasse Hallström. Roteiro pouco inspirado, e os atores também, exceto alguns poucos momentos de Ewan McGregor e Kristin Scott Thomas. Mais pra Sessão da Tarde. Por que essa mania de traduzir completamente diferente do original ??!!
- A Primeira Coisa Bela (La Prima Cosa Bella): Bom. Ficção, Itália, 2010, de Paolo Virzi. Com tipos e situações 200% italianas, a estória diverte. Os italianos são únicos !
- Deus da Carnificina (Carnage): Bom a Muito Bom. De Roman Polanski, ficção, França/Alemanha/Polônia/Espanha, 2011. Ágil roteiro imprime uma crescente tensão à estória, que gira em torno de 04 ótimos personagens. É, fundamentalmente, uma peça teatral filmada. Destaque para a atuação do austríaco, ganhador do Oscar por "Bastardos Inglórios", Christoph Waltz.
- À Espera de Turistas (Am Ende Kommen Touristen): Regular. Alemanha, 2007, ficção, de Robert Thalheim. A tensa relação em Auschwitz entre um sobrevivente, que vive lá, e um jovem alemão, que presta serviço voluntário. O roteiro poderia ter imprimido melhor ritmo.
- Apenas uma Noite (Last Night): Bom. França/EUA, 2010, ficção, de Massy Tadjedin. Interessante roteiro dá ritmo à estória de um casal que, durante uma noite, porá à prova a fidelidade.
- Hasta La Vista: Venha Como Você É (Come as you are): Bom. Bélgica, 2011, ficção, de Geoffrey Enthoven. Divertida e simples estória, onde três amigos, um cego, um tetraplégico e um cadeirante, fogem de casa na Bélgica para viajar e perder a virgindade. Abordagem bem humorada e otimista.
- Sloveniam Girl (Slovenka): Bom. Alemanha/Sérvia/Croácia, 2009, de Damjan Kozole, ficção. A dura, e muitas vezes violenta, rotina de estudante que trabalha como prostituta.
- Flores do Oriente (The Flowers of War): Bom. China/Hong Kong, 2011, ficção, de Zhang Yimou. Do célebre diretor chinês Yimou, conta estória passada em Nanquim, 1937, onde as tropas japonesas promoveram massacres e todo tipo de violências que atingiram, estima-se, 200 mil chineses. O ator Christian Bale destaca-se.
- A Delicadeza do Amor (La Delicatesse): Regular a Bom. França, 2011, ficção, De David Foenkinos e Stéphane Foenkinos. Tem sua graça, conta com a ótima Audrey Tautou, mas é menos do que poderia ser.
- O Que Eu Mais Desejo (Kiseki): Regular a Bom. Japão, 2011, ficção, de Hirokazu Kore-eda. Simpáticas crianças são a espinha dorsal do filme, e conduzem o resultado. O filme poderia ser mais curto.
- Uma Longa Viagem: Fraco. Brasil, 2011, documentário, de Lúcia Murat. Um fraco roteiro e um discurso fora de época tornam o filme entediante.
- O Exótico Hotel Marigold (The Best Exotic Marigold Hotel). Bom. Ficção, Reino Unido, 2011, de John Maden. Ótimas atuações de um elenco de ótimos atores britânicos e indianos, em divertida estória passada na Índia.
- Paraísos Artificiais. Regular a Bom. Ficção, Brasil, 2012, de Marcos Prado. Interessante roteiro e boas atuações dos principais atores.
- Sete Dias com Marilyn (My Week with Marilyn): Bom. EUA, 2011, ficção, de Simon Curtis. Inspirado na convivência de um assistente de direção britânico com Marilyn, durante as filmagens de "O Príncipe Encantado", traz ótimas atuações de Michelle Williams, como Marilyn, e Kenneth Branagh, como Laurence Olivier.
- Minha Felicidade (Schlastye Moe): Muito Bom. Alemanha, ficção, de Sergei Loznitsa. Excelente roteiro, que entrelaça de forma precisa várias estórias, prenhes de uma violência assustadora e crua, retrato do caos que impera na quase ditadura instalada na Rússia. É o império da ausência da lei.
- Eu Receberia as Piores Notícias dos seus Lábios: Regular a Bom. Ficção, Brasil, 2012, de Beto Brant e Renato Ciasca. Triângulo amoroso com bons momentos, mas algumas apelações. O cinema brasileiro ainda carece de melhores roteiristas, apesar de boas idéias.
- Diário de um Jornalista Bêbado (The Rum Diary): Regular a Bom. Ficção, EUA, 2011, de Bruce Robinson. Inspirado na vida de um jornalista norte-americano em Porto Rico. Johnny Depp é a melhor parte. A estória tem momentos enfadonhos...
- As Neves do Kilimanjaro (Les Neiges du Kilimandjaro): Bom. Ficção, França, 2011, de Robert Guédiguian. A demissão chega a funcionários de uma empresa no sul da França (Marselha ??). A violência também os atinge. Resta, porém, uma solidariedade cultivada em anos de trabalho. Deixa sua mensagem.
- Cairo 678 (678): Bom. Ficção, Egito, 2012, de Mohamed Diab. Estórias de mulheres egípcias vítimas de assédio sexual, em um asociedade machista e marcada pelo preconceito. Bela abordagem. Que imenso caminho há a percorrer pelas mulheres do mundo muçulmano...
- Xingu: Bom. Ficção, de Cao Hamburger, Brasil, 2011. Importante resgate da história do desbravamento do interior do Brasil e da criação do Paque Nacional do Xingu pelos irmãos Villas-Bôas. Bela história de dedicação desses personagens fundamentais para a preservação dos índios no Brasil.
- Jovens Adultos (Young Adults): Regular a Bom. EUA, 2011, ficção, de Jason Reitman. Estória com tonalidades adolescentes, leva ao riso, mas nada mais. A sul-africana Charlize Theron é o destaque.
- A Dançarina e o Ladrão (El Baile de la Victoria): Bom a Muito Bom. De Fernando Trueba, ficção, Espanha, 2012. Bela estória, com a competente presença de Ricardo Darin, passada no Chile logo após a Ditadura de Pinochet. Há poesia e belas atuações.
- Um Método Perigoso (A Dangerous Method): Bom. De David Cronemberg, ficção baseada no encontro de Jung com Freud, Canadá/Reino Unido/Alemanha, 2011. Interessante e fiel (segundo amigos com conhecem a psicanálise) relato do encontro entre o pai da psicanálise, Freud, e Jung.
- Heleno: Bom. Brasil, ficção baseada na vida do craque de futebil Heleno, 2010, de José Henrique Fonseca. A trágica e curta trajetória do jogador de futebol Heleno. Excelente atuação de Rodrigo Santoro como Heleno.
- Habemus Papam (Habemus Papam): Regular a Bom. Itália/França, 2011, ficção, de Nanni Moretti. Uma excelente idéia, a crise de um papa recém-eleito, que se recusa a tomar posse, frente a tantas responsabilidades. A evolução do roteiro deixa um pouco a desejar. Poderia ter melhor explorado a excelente idéia.
- Adorável Pivellina (La Pivellina): Regular. Itália, 2009, ficção, de Tizza Covi e Rainer Frimmel. O filme é a criança (é adorável). Mas é pouco. Não se sustenta.
- L`Apollonide - Os Amores da Casa de Tolerância (L`Apollonide - Souvenirs de la Maison Close): Bom. França, 2011, ficção, de Bertrand Bonello. Interessante estória passada em um bordel na França na virada do século XIX para o XX. Retrata o dia a dia (ou seria a noite ?) da vida no bordel. A submissão, quase escravidão, das prostitutas, impressiona. Não são donas das próprias vidas.
- Shame (Shame): Bom. De Steve McQueen, Reino Unido, 2011, ficção. A estória de um bem sucedido profissional em Nova Iorque, viciado em sexo, o que o leva a uma vida dominada 200% pela busca do sexo a cada momento, de todas as formas. Impactante desempenho do ator alemão Michael Fassbinder.
- O Porto (Le Havre): Bom. Finlândia/França/Alemanha, de Aki Kaurismäki, ficção, 2011. Em uma atmosfera de filme finlandês, passado na França (Le Havre), o diretor (finlandês) constroi uma estória atual, com personagens algo bizarros (com cara finlandesa). E o Sarkozy ainda vem querer endurecer com os migrantes....É um idiota total...
- Tão Forte e Tão Perto (Extremely Loud and Incredibly Close): Bom. EUA, 2011, ficção, de Stephen Daldry. Uma interessante abordagem sobre os impactos dos ataques do 11 de setembro sobre uma criança em Nova Iorque. Foge do lugar comum.
- Albert Nobbs (Albert Nobbs): Bom. Reino Unido/Irlanda, ficção, de Rodrigo Garcia. Ótima atuação de Glenn Close, que vive com muita competência um mordomo, disfarçando-se como homem para conseguir emprego na Irlanda do século XIX. O diretor é filho do escritor Gabriel García Marquez. Confesso que esperava mais. Mas a atuação de Glenn Close vale muito. Ela é a espinha dorsal da trama.
- O Artista (The Artist): Bom. França/Bélgica, 2011, ficção, de Michel Hazanavicius. O grande mérito está em trazer o cinema mudo, com graça e diversão, de volta aos nossos tempos. Boas atuações, mas que exigiam um roteiro menos linear e previsível.
- As Mulheres do 6o Andar (Les Femmes du 6ème Etage): Bom. Ficção, França, 2011, de Philippe Le Guay. Roteiro divertido sobre a interação de parisienses, sisudos e conservadores, nos anos 1960, com empregadas domésticas espanholas. Ótima atuação do protagonista Fabrice Luchini.
- Os Descendentes (The Descendents): Regular. Ficção, EUA, 2011, de Alexander Payne. George Clooney está bem, segura o filme em sua maior parte, mas é só. O roteiro e o lugar comum não ajudam o filme. Quase uma "sessão da tarde".
- Histórias Cruzadas (The Help): Bom. Ficção, inspirado em histórias coletadas por jornalista norte-americanano, de Tate Taylor, EUA, 2011. Jornalista resolve reunir relatos de empregadas domésticas negras no sul dos EUA, início dos anos 1960. Busca retratar seus pontos de vista sobre a relação com seus empregadores brancos, repleta de preconceitos, humilhações e discriminações de toda a ordem, pelo fato das empregadas serem negras. O inacreditável de tudo é que faz muito pouco tempo que havia esses absurdos nos EUA.
- Intocáveis (Intouchables): Muito Bom. França, 2011, de Eric Toledano e Olivier Nakache, ficção baseada em história real. Divertido roteiro que imprime um ritmo surpreendente à relação entre um paraplégico e a pessoa que o ajuda como acompanhante. Otimismo que transborda.
- 360 (360): Bom. Ficção, de Fernando Meirelles, Reino Unido/Áustria/França/Brasil, 2011. Bom roteiro, bons atores, não é dos melhores trabalhos de Meirelles, mas vale ser visto.
- Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge (The Dark Knight Rises): Bom a Muito Bom. Ficção, 2012, EUA, de Christopher Nolan. Cinema como pura diversão, com um ótimo roteiro, que surpreende. Bons e conhecidos atores.
- Elles: Fraco a Regular. França/Polônia/Alemanha, 2011, ficção. Juliette Binoche não consegue sustentar a estória, e o resultado é irregular.
- Aqui é o meu Lugar (This Must Be the Place): Bom. França/Itália/Irlanda, ficção, 2011, de Paolo Sorrentino. Divertido e ancorado na ótima e divertida atuação de Sean Penn, que interpreta um astro de rock aposentado. O ritmo derrapa, mas a música é ótima.
- Beaufort (Beaufort): Bom. Israel, 2007, ficção, de Joseph Cedar. A angustiante rotina dos últimos dias de uma base militar israelense na fronteira com o Líbano. Sem a força de outros filmes, como "Valsa com Bashir"ou "Líbano", ainda assim impacta.
- Na Estrada (On The Road): Regular. Ficção, baseada na obra de Jack Kerouac, de Walter Salles, Brasil/França, 2011. Fez o resgate da estória baseada no romance de Kerouac, mas o roteiro e a direção não se traduziram em um bom resultado. Kerouac aguarda melhor leitura.
- A Guerra dos Botões (La Guerre des Boutons): Bom. Ficção, de Yann Samueli, França,2011. Divertida estória sobre crianças francesas de dois vilarejos em "guerra", nos anos 1960. O desempenho dos pequenos atores impressiona.
- Minha Irmã (L'enfant d'en Haut): Regular a Bom. Ficção, de Ursula Meier, França/Suíça, 2012. Estória passada nos Alpes Suíços, onde um garoto vive de pequenos furtos. Um "outsider" em um mundo quase inatingível.
- Para Roma, com Amor (To Rome with Love): Bom a Muito Bom. De Woody Allen, ficção, 2012, EUA/Itália/Espanha. Woody Allen volta a atacar com várias estórias paralelas e personagens impagáveis. Roteiro que somente ele poderia criar. Não é o melhor dele, mas é bem divertido !
- Prometheus (Prometheus): Bom. Ficção, EUA, 2012, de Ridley Scott. O diretor, como já o fizera, ataca de ficção científica. Há melhores, mas é bom. Atenção.... Talvez vocês se lembrem de outros filmes....
- Amor Impossível (Salmon Fishing in the Yemen): Fraco a Regular. Ficção, Reino Unido, 2011, de Lasse Hallström. Roteiro pouco inspirado, e os atores também, exceto alguns poucos momentos de Ewan McGregor e Kristin Scott Thomas. Mais pra Sessão da Tarde. Por que essa mania de traduzir completamente diferente do original ??!!
- A Primeira Coisa Bela (La Prima Cosa Bella): Bom. Ficção, Itália, 2010, de Paolo Virzi. Com tipos e situações 200% italianas, a estória diverte. Os italianos são únicos !
- Deus da Carnificina (Carnage): Bom a Muito Bom. De Roman Polanski, ficção, França/Alemanha/Polônia/Espanha, 2011. Ágil roteiro imprime uma crescente tensão à estória, que gira em torno de 04 ótimos personagens. É, fundamentalmente, uma peça teatral filmada. Destaque para a atuação do austríaco, ganhador do Oscar por "Bastardos Inglórios", Christoph Waltz.
- À Espera de Turistas (Am Ende Kommen Touristen): Regular. Alemanha, 2007, ficção, de Robert Thalheim. A tensa relação em Auschwitz entre um sobrevivente, que vive lá, e um jovem alemão, que presta serviço voluntário. O roteiro poderia ter imprimido melhor ritmo.
- Apenas uma Noite (Last Night): Bom. França/EUA, 2010, ficção, de Massy Tadjedin. Interessante roteiro dá ritmo à estória de um casal que, durante uma noite, porá à prova a fidelidade.
- Hasta La Vista: Venha Como Você É (Come as you are): Bom. Bélgica, 2011, ficção, de Geoffrey Enthoven. Divertida e simples estória, onde três amigos, um cego, um tetraplégico e um cadeirante, fogem de casa na Bélgica para viajar e perder a virgindade. Abordagem bem humorada e otimista.
- Sloveniam Girl (Slovenka): Bom. Alemanha/Sérvia/Croácia, 2009, de Damjan Kozole, ficção. A dura, e muitas vezes violenta, rotina de estudante que trabalha como prostituta.
- Flores do Oriente (The Flowers of War): Bom. China/Hong Kong, 2011, ficção, de Zhang Yimou. Do célebre diretor chinês Yimou, conta estória passada em Nanquim, 1937, onde as tropas japonesas promoveram massacres e todo tipo de violências que atingiram, estima-se, 200 mil chineses. O ator Christian Bale destaca-se.
- A Delicadeza do Amor (La Delicatesse): Regular a Bom. França, 2011, ficção, De David Foenkinos e Stéphane Foenkinos. Tem sua graça, conta com a ótima Audrey Tautou, mas é menos do que poderia ser.
- O Que Eu Mais Desejo (Kiseki): Regular a Bom. Japão, 2011, ficção, de Hirokazu Kore-eda. Simpáticas crianças são a espinha dorsal do filme, e conduzem o resultado. O filme poderia ser mais curto.
- Uma Longa Viagem: Fraco. Brasil, 2011, documentário, de Lúcia Murat. Um fraco roteiro e um discurso fora de época tornam o filme entediante.
- O Exótico Hotel Marigold (The Best Exotic Marigold Hotel). Bom. Ficção, Reino Unido, 2011, de John Maden. Ótimas atuações de um elenco de ótimos atores britânicos e indianos, em divertida estória passada na Índia.
- Paraísos Artificiais. Regular a Bom. Ficção, Brasil, 2012, de Marcos Prado. Interessante roteiro e boas atuações dos principais atores.
- Sete Dias com Marilyn (My Week with Marilyn): Bom. EUA, 2011, ficção, de Simon Curtis. Inspirado na convivência de um assistente de direção britânico com Marilyn, durante as filmagens de "O Príncipe Encantado", traz ótimas atuações de Michelle Williams, como Marilyn, e Kenneth Branagh, como Laurence Olivier.
- Minha Felicidade (Schlastye Moe): Muito Bom. Alemanha, ficção, de Sergei Loznitsa. Excelente roteiro, que entrelaça de forma precisa várias estórias, prenhes de uma violência assustadora e crua, retrato do caos que impera na quase ditadura instalada na Rússia. É o império da ausência da lei.
- Eu Receberia as Piores Notícias dos seus Lábios: Regular a Bom. Ficção, Brasil, 2012, de Beto Brant e Renato Ciasca. Triângulo amoroso com bons momentos, mas algumas apelações. O cinema brasileiro ainda carece de melhores roteiristas, apesar de boas idéias.
- Diário de um Jornalista Bêbado (The Rum Diary): Regular a Bom. Ficção, EUA, 2011, de Bruce Robinson. Inspirado na vida de um jornalista norte-americano em Porto Rico. Johnny Depp é a melhor parte. A estória tem momentos enfadonhos...
- As Neves do Kilimanjaro (Les Neiges du Kilimandjaro): Bom. Ficção, França, 2011, de Robert Guédiguian. A demissão chega a funcionários de uma empresa no sul da França (Marselha ??). A violência também os atinge. Resta, porém, uma solidariedade cultivada em anos de trabalho. Deixa sua mensagem.
- Cairo 678 (678): Bom. Ficção, Egito, 2012, de Mohamed Diab. Estórias de mulheres egípcias vítimas de assédio sexual, em um asociedade machista e marcada pelo preconceito. Bela abordagem. Que imenso caminho há a percorrer pelas mulheres do mundo muçulmano...
- Xingu: Bom. Ficção, de Cao Hamburger, Brasil, 2011. Importante resgate da história do desbravamento do interior do Brasil e da criação do Paque Nacional do Xingu pelos irmãos Villas-Bôas. Bela história de dedicação desses personagens fundamentais para a preservação dos índios no Brasil.
- Jovens Adultos (Young Adults): Regular a Bom. EUA, 2011, ficção, de Jason Reitman. Estória com tonalidades adolescentes, leva ao riso, mas nada mais. A sul-africana Charlize Theron é o destaque.
- A Dançarina e o Ladrão (El Baile de la Victoria): Bom a Muito Bom. De Fernando Trueba, ficção, Espanha, 2012. Bela estória, com a competente presença de Ricardo Darin, passada no Chile logo após a Ditadura de Pinochet. Há poesia e belas atuações.
- Um Método Perigoso (A Dangerous Method): Bom. De David Cronemberg, ficção baseada no encontro de Jung com Freud, Canadá/Reino Unido/Alemanha, 2011. Interessante e fiel (segundo amigos com conhecem a psicanálise) relato do encontro entre o pai da psicanálise, Freud, e Jung.
- Heleno: Bom. Brasil, ficção baseada na vida do craque de futebil Heleno, 2010, de José Henrique Fonseca. A trágica e curta trajetória do jogador de futebol Heleno. Excelente atuação de Rodrigo Santoro como Heleno.
- Habemus Papam (Habemus Papam): Regular a Bom. Itália/França, 2011, ficção, de Nanni Moretti. Uma excelente idéia, a crise de um papa recém-eleito, que se recusa a tomar posse, frente a tantas responsabilidades. A evolução do roteiro deixa um pouco a desejar. Poderia ter melhor explorado a excelente idéia.
- Adorável Pivellina (La Pivellina): Regular. Itália, 2009, ficção, de Tizza Covi e Rainer Frimmel. O filme é a criança (é adorável). Mas é pouco. Não se sustenta.
- L`Apollonide - Os Amores da Casa de Tolerância (L`Apollonide - Souvenirs de la Maison Close): Bom. França, 2011, ficção, de Bertrand Bonello. Interessante estória passada em um bordel na França na virada do século XIX para o XX. Retrata o dia a dia (ou seria a noite ?) da vida no bordel. A submissão, quase escravidão, das prostitutas, impressiona. Não são donas das próprias vidas.
- Shame (Shame): Bom. De Steve McQueen, Reino Unido, 2011, ficção. A estória de um bem sucedido profissional em Nova Iorque, viciado em sexo, o que o leva a uma vida dominada 200% pela busca do sexo a cada momento, de todas as formas. Impactante desempenho do ator alemão Michael Fassbinder.
- O Porto (Le Havre): Bom. Finlândia/França/Alemanha, de Aki Kaurismäki, ficção, 2011. Em uma atmosfera de filme finlandês, passado na França (Le Havre), o diretor (finlandês) constroi uma estória atual, com personagens algo bizarros (com cara finlandesa). E o Sarkozy ainda vem querer endurecer com os migrantes....É um idiota total...
- Tão Forte e Tão Perto (Extremely Loud and Incredibly Close): Bom. EUA, 2011, ficção, de Stephen Daldry. Uma interessante abordagem sobre os impactos dos ataques do 11 de setembro sobre uma criança em Nova Iorque. Foge do lugar comum.
- Albert Nobbs (Albert Nobbs): Bom. Reino Unido/Irlanda, ficção, de Rodrigo Garcia. Ótima atuação de Glenn Close, que vive com muita competência um mordomo, disfarçando-se como homem para conseguir emprego na Irlanda do século XIX. O diretor é filho do escritor Gabriel García Marquez. Confesso que esperava mais. Mas a atuação de Glenn Close vale muito. Ela é a espinha dorsal da trama.
- A Invenção de Hugo Cabret (Hugo): Bom a
Muito Bom. EUA, 2011, ficção, de Martin Scorsese. Belíssima e poética
homenagem ao Cinema, com ótimo roteiro, que paulatinamente revela a trama, além de
ótimos atores.
- A Dama de Ferro (The Iron Lady): Fraco a
Regular. 2011, Reino Unido, ficção, de Phyllida Lloyd. O roteiro, ao invés
de concentrar-se na riquíssima trajetória política da “Dama de Ferro”, como
Thatcher ficou conhecida, entre enfrentamentos de greves de mineiros, luta
contra sindicatos, desregulamentação da economia britânica, e a Guerra das
Malvinas/Falklands, depositou a maior parte de suas atenções a Thatcher em sua
velhice, senil, quase como para humanizá-la. O foco foi errado, e o filme não
revela quem foi e o que ela representou. Uma pena, pois Meryl Streep está soberba
como Thatcher.
- O Artista (The Artist): Bom. França/Bélgica, 2011, ficção, de Michel Hazanavicius. O grande mérito está em trazer o cinema mudo, com graça e diversão, de volta aos nossos tempos. Boas atuações, mas que exigiam um roteiro menos linear e previsível.
- As Mulheres do 6o Andar (Les Femmes du 6ème Etage): Bom. Ficção, França, 2011, de Philippe Le Guay. Roteiro divertido sobre a interação de parisienses, sisudos e conservadores, nos anos 1960, com empregadas domésticas espanholas. Ótima atuação do protagonista Fabrice Luchini.
- Os Descendentes (The Descendents): Regular. Ficção, EUA, 2011, de Alexander Payne. George Clooney está bem, segura o filme em sua maior parte, mas é só. O roteiro e o lugar comum não ajudam o filme. Quase uma "sessão da tarde".
- Histórias Cruzadas (The Help): Bom. Ficção, inspirado em histórias coletadas por jornalista norte-americanano, de Tate Taylor, EUA, 2011. Jornalista resolve reunir relatos de empregadas domésticas negras no sul dos EUA, início dos anos 1960. Busca retratar seus pontos de vista sobre a relação com seus empregadores brancos, repleta de preconceitos, humilhações e discriminações de toda a ordem, pelo fato das empregadas serem negras. O inacreditável de tudo é que faz muito pouco tempo que havia esses absurdos nos EUA.
- A Música Segundo Tom Jobim: Bom a Muito
Bom. Documentário de Nelson Pereira
dos Santos e Dora Jobim, Brasil, 2011. Traz deliciosas interpretações, com vários entérpretes em todo
o mundo, de clássicos de Tom Jobim. Não é demais dizer que Tom elevou a música
brasileira a um patamar e a um reconhecimento, no cenário internacional, que jamais havia possuido.
- Millenium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres (The Girl the Dragon Tattoo): Muito Bom. Ficção, baseada no livro de Stieg Larson, de David Fincher, EUA/Suécia/Reino Unido/Alemanha, 2011. Estória com ritmo intenso, personagens densos, e violência, que prende a atenção em todos os 158 minutos. Roteiro ágil na transposição da tensão deste livro para as telas.
- A Fonte das Mulheres (La Source des Femmes): Muito Bom. Ficção,
Bélgica/Itália/França, de Radu Mihaileanu (diretor romeno), 2011. Um pequeno
e bom humorado retrato de uma fictícia Primavera Árabe das Mulheres, em um não
identificado país muçulmano, onde, em uma vila, se estabelece um movimento
feminino que desafia interpretações destorcidas e machistas do Alcorão.
- Behind Closed Doors – A História Secreta da II Guerra Mundial (Behind Closed Doors) DVD: Muito Bom. Do diretor Laurence Rees, documentário coproduzido pelas BBC e KCET Hollywood, 2008, Reino Unido/EUA. Impressionante documentário produzido pela BBC junto com a KCET, dramatizado com competentes atores para os papéis de Stalin, Churchill e Roosevelt.
Desnuda
as relações entre os três grandes líderes na II Guerra Mundial que culminaram
com a divisão do mundo no pós guerra e quase o levaram à guerra nuclear. Stalin
se revela um déspota sanguinário e megalomaníaco, que rivaliza com Hitler na escala das
barbaridades que promoveu e milhões de assassinatos que arquitetou, além de
perseguições, expurgos e selvagerias sem igual.
Entre outros, o documentário elenca o pérfido
acordo com os nazistas em 1939, que permitiu a divisão da Polônia e marcou o
início da II Guerra Mundial; o assassinato de mais de 22 mil oficiais poloneses
por ordem direta de Stalin; a instalação de regimes de força dóceis à Moscou na
Europa Oriental, que sepultaram qualquer chance de regimes democráticos naqueles
países; e a preparação do cenário de ameaça de guerra nuclear entre os EUA e a
URSS. Está tudo lá. Deve ser visto !
- Tomboy (Tomboy): Bom. Ficção, França,
2011, de Celine Scianma. O diretor capta, com sensibilidade e simplicidade, o drama de uma
criança frente a sua sexualidade.O desempenho das crianças impressiona.
- As Aventuras de Tintin (The Adventures of
Tintin): Bom. De Steven Spielberg, EUA, 2011, Desenho Animado, ficção,
baseado nas histórias dos quadrinhos de Tintin, de Hergé. Traz às telas com
competência parte da magia dos quadrinhos que encantaram milhões de crianças e
adolescentes em todo o mundo, inclusive eu mesmo, como o próprio Tintin, Milu, o Capitão Haddock, e Dupont e Dupond.
As Canções: Bom. Documentário, de
Eduardo Coutinho, Brasileiro, 2011. Coutinho volta a ser o competente
documentarista de outros trabalhos, e extrai de seus entrevistados emoção,
drama, humor e sensibilidade.
- A Separação (Nader az Simin): Bom. Irã, 2011, ficção, de Asghar Farhadi. O cinema iraniano está de volta, expondo as idiossincrasias de um Estado onde religião e as leis se misturam, e a posição da mulher ainda é, de certa forma, submissa.
- O Espião que Sabia Demais (Tinker, Taylor, Soldier, Spy): Regular a Bom. EUA, 2011, ficção baseada em livro de John Le Carré, de Tomas Alfredson. Muito bom elenco de atores, destaque para Gary Oldman, nesta trama de espionagem baseada em clássico, mas que peca um pouco na transposição da estória do livro para as telas. Muitos fatos e personagens, um pouco de atropelo de informações. O roteiro deveria ter sintetizado melhor a trama para os 127 minutos de filme.
- A Guerra Está Declarada (La Guerre Est Declarée): Bom. França, 2011, ficção baseada em fatos reais, de Valérie Donzelli. Intenso e calcado em um roteiro que transporta para as telas todos os dramas vividos por um casal.
- Românticos Anônimos (Les Émotifs Anonymes): Bom. França/Bélgica, 2010, ficção, de Jean-Pierre Améris. A ingenuidade presente na estória tem as características do filme "O Pequeno Nicolau". Graça e ótimas atuações estão em todos os momentos.
- Faça-me Feliz (Fais-mois plaisir): Regular a Bom. França, 2009, ficção, de Emmanuel Mouret e Déborah François. Divertida estória, onde o espírito do filme "Um Convidado Bem Trapalhão" está na tela. Algumas boas gargalhadas...
- Triângulo Amoroso (3): Bom. Alemanha, 2010, ficção, de Tom Tykwer. Divertido e imaginativo roteiro representam o melhor deste filme. Prova de que um bom roteiro é o fundamental para o cinema de ficção. O orçamento é secundário.
- Tudo pelo Poder (The Ides of March): Regular a Bom. EUA, 2011, ficção, de George Clooney. Boas atuações de Clooney, Philip Seymour Hoffman, Ryan Gosing e Marisa Tomei são o melhor da estória de um candidato à presidência dos EUA. Encontraremos semelhanças com histórias mais o menos recentes de presidentes norte-americanos.
- O Último Dançarino de Mao (Mao's Last Dancer): Regular a Bom. Austrália, 2009, ficção, de Bruce Beresford. Inspirado na vida de bailarino chinês, que após estágio em Houston, nos EUA, decide ficar por lá, contra a vontade do governo chinês. O roteiro conta a estória de maneira, digamos, um pouco maniqueísta, o que empobrece a narrativa. Pequena observação: pedir asilo em Houston, Texas, é sacanagem, não ?? Poderia fazê-lo em outra cidade mais interessante !
- Margin Call - O Dia Antes do Fim (Margin Call): Bom a Muito Bom. Ficção, EUA, 2011, de J.C.Chandor. A estória aborda o impacto dos primeiros sinais da crise de 2008 em um banco de investimentos nos EUA. Roteiro ágil e excelentes desempenhos de Kevin Spacey e Jeremy Irons.
- Os Nomes do Amor (Le Mon dês Gens): Regular a Bom. Ficção, França, 2010, de Michel Leclerc. Roteiro criativo é o ponto forte da estória. Tem sua graça, mas promete mais do que entrega.
- Você Não Conhece Jack (You Don't Know Jack): Bom. Ficção baseada na história real do Dr. Morte, de Barry Levinson, EUA, 2010. Produção da HBO para a TV, chegou ao Brasil em DVDs. Excelente atuação de Al Pacino como o Dr. Morte, médico que ajudou em mais de 100 suicídios nos EUA. A questão levantou a discussão sobre o direito à morte com dignidade.
- A Condenação (Conviction): Regular. Ficção baseado em fato real, de Tony Goldwyn, EUA, 2010. Impressionante caso de abuso policial é contado com competência, mas cujo roteiro deveria ser melhor desenvolvido.
- A Chave de Sarah (Sarah's Keys): Bom. Ficção, França, 2010, de Gilles Paquet-Brenner. Impressionante relato da odiosa participação de policiais franceses do governo colaboracionista de Vichy, França, na II Guerra, para prender e enviar franceses judeus para os campos onde seriam mortos em câmaras de gás. Uma mancha vergonhosa na história da França.
- O Garoto de Bicicleta (Le Gamin au Vélo): Bom. Ficção, Bélgica, 2011, de Jean-Pierre Bacri e Luc Dardenne. Estória sobre as consequências para uma criança devido ao abandonada por sua família. Uma estória muito presente em nossos dias e muito presente por aqui, no Brasil.
- Late Bloomers - O Amor Não Tem Fim (Late Bloomers): Ruim. De Julie Gravas, Inglaterra, 2011. Lugares comuns não permitem que Isabella Rossellini salve o filme. Deu vontade de sair antes de acabar....
- A Pele que Habito (La Piel que Habito): Bom a Muito Bom. Ficção, Espanha, 2011, de Pedro Almodovar. Baseado no livro "Tarântula", um ótimo roteiro desnuda aos poucos toda a crueza dessa estória, com cores características de Almodovar. Antonio Banderas reaparece em um filme do diretor que o lançou no cinema.
- Se Não Nós, Quem ? (Wer Wenn Nicht Wir): Regular a Bom. Ficção, Alemanha, 2010, de Andres Veiel. Curioso retrato da Alemanha Ocidental, do fim da década de 1940 até o início dos anos 1970. No centro da estória, personagens reais, como os líderes do grupo "Baader Meinhof". Um pouco longo.
- Submarino (Submarino): Bom a Muito Bom. Ficção, Dinamarca/Suécia, 2010, de Thomas Vinterberg. Irmãos tem suas vidas marcadas por um acontecimento trágico em sua infâncias, que os impacta profundamente. Desesperança, desajuste social e violência em um lado pouco explorado da vida na Dinamarca. Vinterberg é o diretor do ótimo, já um clássico no cinema mundial, "Festa de Família".
- O Dia em que Eu Não Nasci (Das Lied in Mir): Bom. Ficção, Alemanha/Argentina, 2010, de Floriam Cossen. O sequestro de uma criança, cujos pais foram mortos pela ditadura argentina, é revelado de uma maneira surpreendente, em um roteiro interessante. O título em alemão significa "A Canção em Mim", ou seja, mais uma vez traduzimos de forma totalmente diferente obras cinematográficas.
- Contágio (Contagion): Ruim. Ficção, EUA, 2011, de Steven Soderbergh. A trama atrai nossa atenção no início da estória, para depois cair em um burocrático desfecho. Uma pena, pois há bons atores...
- O Palhaço: Bom a Muito Bom. Ficção, Brasil, 2011, de Selton Mello. Excelentes atuações de Selton Mello e Paulo José representam o melhor desta divertida estória de um circo pelo interior do Brasil.
- Entre Segredos e Mentiras (All Good Things): Regular a Bom. EUA, 2010, ficção, de Andrew Jarecki. Baseado em história real ocorrida nos EUA, possui interesse e boas atuações dos atores. O roteiro poderia trazer mais interesse.
- Todos os Seus Mortos (Todos Tus Muertos): Bom. Festival de Cinema do Rio 2011. De Carlos Moreno, ficção, Colômbia, 2010. Em uma Colômbia ainda assolada pela violência de narcotraficanes e paramilitares, as eleições em uma pequena cidade do interior do país são ameaçadas pela descoberta de dezenas de corpos de pessoas assassinadas, jogados em uma plantação nos arredores da cidade. Há uma atmosfera de drama e comédia, enquanto as autoridades tentam resolver a questão. Adicionando tensão à situação, observadores internacionais estão na cidade para acompanhar as eleições. Prêmio de melhor direção de fotografia no Sundance Film Destival 2011.
- O Prêmio (El Premio): Bom. Festival de Cinema do Rio 2011. Ficção, 2011, México/França/Polônia/Alemanha, de Paula Markovitch. Mãe e filha vivem isoladas, à beira mar, no litoral argentino, durante a última ditadura militar naquele país. Sem informações sobre um pai que não se sabe se vivo, preso ou morto, tentam manter uma rotina que não revele nada sobre eles na escola da filha.
- Réus (Reus): Bom. Festival de Cinema do Rio 2011. Uruguai/Brasil, de Eduardo Piñero, Alejandro Pi e Pablo Fernández, ficção, 2011. A estória retrata o dia a dia de violência no bairro de Reus, em Montevideu, assolado pelo crime e pelo tráfico de drogas, que convivem com a tradicional comunidade judia que vive no bairro.
- Esta é Minha Terra....Hebron (This is My Land...Hebron): Excelente. Festival de Cinema do Rio 2011. Documentário, Itália, 2010, de Giulia Amati e Stephen Natanson. Premiado e impressionante documentário sobre o assentamento de judeus extremistas em Hebron, no meio dos territórios árabes ocupados na Cisjordânia, sua relação de ódio, agressão e violência com os palestinos e a inação do governo israelense quanto a este fato, que permite cada vez mais assentamentos e a expulsão de palestinos de suas casas. Provavelmente o resto dos assentamentos judeus na Cisjordânia deva ser ocupado por semelhantes extremistas. A argumentação dos judeus que ocupam o assentamento em Hebron é inacreditavelmente racista, violenta e desprovida de qualquer justificativa.A diretora Giulia estava na exibição e pode falar com o público sobre o que foi fazer este documentário.
- Juntos para Sempre (Juntos para Siempre): Muito Bom. Festival de Cinema do Rio 2011. Ficção, Argentina, 2010, de Pablo Solarz. Divertida estória sobre um roteirista de cinema na Argentina, suas noivas e mãe. A confusão em sua vida invade e é invadida pelo roteiro que ele está escrevendo.
- Em Nome de Deus (En Nombre de Dios): Muito Bom. Festival de Cinema do Rio 2011. Documentário, Chile/Espanha, 1985, de Patricio Guzmán. Impressionate relato de membros da igreja chilena e da população civil chilena durante a ditadura de Pinochet, onde fica clara a firme posição da Igreja no Chile contra a truculência e a violência de Estado no Chile à época. A Igreja no Chile forneceu amparo e ajuda jurídica aos que a procuraram, e participou como um extremamente importante grupo de pressão no país e no mundo contra a ditadura de Pinochet, denunciando seus inúmeros excessos e clamando por Democracia. É forçoso lembrar que na hedionda ditadura na Argentina de 1976 a 1983 a Igreja foi ou omissa ou apoiou os militares argentinos e suas atrocidades.
- Espírito Incansável (Monica Wangu Wamwere): Bom. Festival de Cinema do Rio 2011. Documentário, Quênia. 2011, de Jane Murago-Munere. A impressionante história de luta de Monica W. Wamwere e sua família contra todo tipo de arbitrariedades e truculências do governo queniano, com uma coragem quase inacreditável. Fiquei pessoalmente impressionado, pois achava que o Quênia fosse uma espécie de ilha em meio à violência e às ditaduras na África.
- We Need to Talk About Kevin: Muito Bom. Festival de Cinema do Rio 2011. Ficção, Reino Unido, 2011, de Lynne Ramsay. Baseado em livro de mesmo nome, a estória conta com as excelentes atuação de Tilda Swinton e dos outros atores do elenco, e com ótimo roteiro. Impressiona e é 200% tensão até um último segundo.
- Querida Vou Comprar Cigarros e Já Volto (Querida Voy a Comprar Cigarrillos y Vuelvo): Excelente. Festival de Cinema do Rio 2011. Argentina, 2011, de Mariano Cohn e Gastón Duprat, ficção. Da mesma dupla que dirigiu o ótimo "O Homem ao Lado", conta com excelente roteiro, que dá um ritmo que é só surpresa e diversão ao filme. Mais um produto excelente (entre muitos) do excelente cinema argentino, que dá de dez no brasileiro.
- Testemunho (Edut): Muito Bom. Festival de Cinema do Rio 2011. Israel/França, 2011, documentário, de Shlomi Elkabetz. Histórias de palestinos e israelenses sobre violências, desmandos e atrocidades cometidas por soldados israelenses nos territórios ocupados da Cisjordânia e Faixa de Gaza em 2000, o início da Segunda Intifada, através da voz de israelenses, mais de dez anos depois. Impossível não se indignar ao ouvir aquelas histórias repugnantes, revoltantes e assustadoras. E que ainda acontecem na mesma região.
- O Dublê do Diabo (The Devil's Double): Bom. Festival de Cinema do Rio 2011. De Lee Tamahori, Bélgica, 2011, ficção. Baseado na história real do homem contratado, sob ameaças de toda espécie, para ser o dublê de um filho de Saddam, Uday. Revela parte da extrema violência e o absurdo do Iraque de Saddam e, em especial, as atrocidades e extravagâncias cometidas pelo filho dele, Uday.
- Massa Cinzenta (Matière Grise): Bom. Festival de Cinema do Rio 2011. De Kivu Ruhorahoza, Ruanda, ficção, 2011. Só por ser um filme ruandense (quase não vemos nada do cinema africano por aqui), já valeria à pena. No caso, o diretor estava na sala de cinema conosco. Estória de um cineasta ruandense que tenta financiamento para filme sobre os impactos nas pessoas do massacre em Ruanda, 1994. A produção é algo tosca (imagino o baixo orçamento !), mas o roteiro é interessante e revela o drama que ainda cerca aqueles, de alguma forma, atingidos pelo massacre de 1994.
- Uma Guerra (Odna Voyna): Bom. Festival de Cinema do Rio 2011. Rússia, 2009, de Vera Gladoleva, ficção baseada em uma história real. A história de mulheres soviéticas, mães de filhos de militares alemães que invadiram a União Soviética na II Guerra, caminha para um acerto de contas com o regime soviético ao fim da guerra. Interessante releitura da época stalinista.
- Contra o Tempo (Source Code): Fraco. 2011, EUA/França, ficção científica, de Duncan Jones. Pouco crível, pouco lógico, atores ruins. Péssima soma.
- Confiar (Trust): Regular a Bom. EUA, 2010, ficção, de David Schwimmer. Interessante estória sobre os perigos representados pela internet, quando serve de porta de entrada para crimes sexuais contra menores. Como diretor, ator da série "Friends".
- Trabalhar Cansa: Regular a Bom. Brasil, 2011, ficção, de Juliana Rojas e Marco Dutra. Curiosa estória, povoada pelo sobrenatural e por um clima da terror, mesmo angustiante. Porém, exige mais ritmo.
- Borboletas Negras (Black Butterflies): Bom. Holanda, 2011, ficção, de Paula van der Oest. Parte da vida da poetisa sul-africana Ingrid Jonker é contada. Há uma constante tensão entre suas posições e as do regime do Apartheid, que impacta sobremaneira sua vida na África do Sul.
- Outubro (Octubre): Regular a Bom. Peru, 2010, ficção, de Daniel e Diego Vega Vidal. Mostra com crueza a vida da população pobre no Peru (será Lima ?), que depende, no caso do filme, de agiotas para conseguir dinheiro e sobreviver. Pode chocar, mas representa a realidade dos excluidos.
- Medianeras - Buenos Aires na Era do Amor Virtual (Medianeras): Bom. Argentina, 2011, ficção, de Gustavo Taretto. A solidão da cidade grande (no caso, Buenos Aires) abordada em roteiro imaginativo e com competentes atuações. Cinema argentino mais uma vez dá provas quão maduro está. E anos luz do brasileiro.
- Um Conto Chinês (Un Cuento Chino): Muito Bom. Argentina, 2011, ficção, de Sebastián Borensztein. Ancorado na extremamente competente atuação de Ricardo Darín, e em um ótimo roteiro, o filme emociona. Não saiam da sala até o último crédito. Haverá divertidas revelações.
- Amor a Toda Prova (Crazy, Stupid, Love): Bom. Ficção, EUA, 2011, de Glenn Ficarra e John Requa. Engraçada estória sobre o fim de um casamento. Situações bizarras e um roteiro competente.
- Planeta dos Macacos: a Origem (Rise of the Planet of the Apes): Regular. Ficção, EUA, 2010, de Rupert Wyatt. Bons efeitos, mas a estória não empolga. A estória poderia trazer mais indeditismo e emoção, sem depender tanto dos efeitos. Serviu para me lembrar dos episódios da série de filmes para o cinema e a TV baseados no original "Planeta dos Macacos".
- Balada do Amor e do Ódio (Balada Triste de Trompeta): Ruim a Regular. Espanha/França, 2010, de Alex de la Iglesia, ficção. Quase uma alegoria sobre a Espanha Franquista. Apesar de um começo interessante, exagera no grotesco e se perde.
- Violência e Paixão (Gruppo di Famiglia in un Interno): Bom. De Luchino Visconti, ficção, Itália/França, 1974. A vida de um professor em Roma é atropelada por estranha família que se instala no andar acima do seu. Nada será como antes. Lembremos que o ator principal deste filme, Burt Lancaster, atuou no clássico, também de Visconti, "O Leopardo". Repetem a parceria.
- Um Sonho de Amor (Io Sono L'amore): Bom a Muito Bom. Itália, ficção, de Luca Guadagnino, 2009. Excelentes atuações (destaque: Tilda Swinton) em roteiro que caminha por sucessivas tensões. Há algo de podre e decadente naquela abastada família italiana, o foco do filme.
- Tudo Ficará Bem (Alting Bliver Godt Igen): Bom. Ficção, Dinamarca, 2010, de Christopher Boe. Em uma atmosfera do movimento Dogma, um roteiro competente, que avança e recua no tempo, nos atropela nas dúvidas e sonega até o último momento a real estória. Intervenção de tropas dinamarquesas na guerra contra o terror (Afeganistão ou Iraque ??) permeiam o filme.
- Melancolia (Melancholia): Fraco a Regular. Ficção, de Lars Von Trier, Dinamarca/Suécia/França/Alemanha, 2011. Dividido em duas partes, longo demais. A primeira delas traz ritmo interessante, que em alguns momentos lembra o filme "Festa de Famíla", além de reunir bons atores em bons desempenhos. A segunda parte se arrasta, além da conta.
- Mamute (Mammuth): Fraco. França, de Gustave de Kervern e Benoit Delépine, ficção, 2010. Nem a presença de Gérard Depardieu salva a filme. Uma pena. Depardieu merecia melhor filme !
- Vejo Você no Próximo Verão (Jack goes boating): Regular. De Philip Seymour Hoffman, ficção, EUA, 2010. Com o próprio Philip Seymour como protagonista, interessa por sua atuação, sempre um diferencial, além de vê-lo atrás das câmeras, dirigindo. Mas é o que sustenta o filme, sem maiores atrações.
- Assalto ao Banco Central: Regular a Bom. Brasil, 2010, ficção, de Marcos Paulo. Inspirada no assalto ao Banco Central em Fortaleza, conta com alguns bons atores (outros, nem tanto) e interessante roteiro. Tem dinâmica e humor.
- Loup - Uma Amizade para Sempre (Loup): Regular. França, 2009, ficção, de Nicolas Vanier. Estória de nômades que vivem na Sibéria e vivem de suas renas. Algum interesse, paisagens bonitas, mas roteiro burocrático não deixa o filme evoluir, nem surpreender.
- Corações Perdidos (Welcome to the Rileys): Bom. De Jake Scott, Reino Unido/EUA, ficção, 2010. Bons atores vivem casal, com vidas impactadas por drama familiar. Uma dançarina representará uma mudança em suas vidas. Filme fundamentado em suas boas atuações.
- Cilada.com: Bom. Brasil, 2011, de José Alvarenga Jr., ficção. Traz pras telas de cinema o formato da série da TV por assinatura. Funciona, na maior parte, com roteiro ágil e o engraçado Bruno Mazzeo.
- Estranhos Normais (Happy Family): Regular a Bom. Itália, 2010, de Gabriele Salvatore, ficção. Estória dentro de uma estória, imaginativo e engraçado. Poderia mais.
- A Missão do Gerente de Recursos Humanos (Human Resources Manager): Regular. Israel/Alemanha/França, 2010, de Eran Rikilis, ficção. Curioso, do diretor que fez trabalhos como "Lemom Tree", mas o roteiro não permite que o filme decole.
- Singularidade de Uma Rapariga Loura: Ruim. Portugal/Espanha/França, 2009, ficção, de Manoel de Oliveira. Pouco verossímel, personagens toscos, atores com mau desempenho, diálogos e situações datadas, tudo contribui para o tédio do filme.
- Família Braz - Dois Tempos: Bom. Brasil, documentário, de Domit Harazim e Arthur Fontes, 2010. Interessante retrato de família da periferia de São Paulo, onde apresenta a evolução dos mesmos, comparados dois momentos, hoje e há dez naos, a reboque da inclusão social de milhões de brasileiros nestes últimos anos. Bom conteúdo, mas cuja forma é conduzida quase burocraticamente.
- Potiche - Esposa Troféu (Potiche): Bom. França, François Ozon, 2010, ficção. Caricato e engraçado, bons atores significam seu maior trunfo. Destaques para Catherine Deneuve e Gérard Depardieu. A estória se passa na França, em 1977.
- Meia Noite em Paris (Midnight in Paris): Bom a Muito Bom. Woody Allen, EUA/Espanha, ficção, 2011. Divertida e imaginativa comédia, com o toque único de Woody Allen. O ator Owen Wilson incorpora com competência os maneirismos de Allen.
- Uma Doce Mentira (De Vrais Mensonges) : Fraco a Regular. Festival Varilux de Cinema Francês. De Pierre Salvadori, França, 2009, ficção. Estória simplória, quase "sessão da tarde", que nem Audrey Tautou (Amelie Poulan) salvou.
- Xeque-Mate (Joueuse): Bom. Festiva Varilux de Cinema Francês. França, de Caroline Bottaro, ficção, 2008. Francesa, casada, com filha, vida simples e entediante, através do Xadrez descobre a oportunidade de ser protagonista de sua própria vida. Um belo desempenho de Sandrine Bonnaire, que estava presente ao fim da sessão, junto com a diretora, Caroline Bottaro, quando falaram do filme e de suas carreiras (descobrimos que Sandrine Bonnaire tornou-se atriz por acaso !!).
- Namorados para Sempre (Blue Valentine): Regular a Bom. Ficção, EUA, 2010, de Derek Cianfrance. Acompanha a relação de um casal, com evolução imaginativa e roteiro que mistura os tempos, ora avançando, ora recuando no tempo, surpreendendo. Poderia ser mais curto.
- Quebrando o Tabu: Bom. Brasil/EUA/Portugal/Holanda/Colômbia/Suíça/França/Argentina, documentário de Fernando Grostein Andrade, 2011. Introduz a discussão sobre o combate às drogas, tal como tem sido feito, e que demonstrou ser um fracasso. Apresenta o sucesso de outras abordagens no mundo.
- Estamos Juntos: Regular a Bom. Brasil, 2011, ficção, de Toni Venturi. O roteiro poderia ser mais dinâmico. Ótimas atuações de Leandra Leal e Cauã Reymond, onde fica cada vez demonstrada sua versatilidade.
- Minhas Tardes com Margueritte (La Tête en Friche): Fraco. França, 2010, ficção, de Jean Becker. A estória é apoiada em fraco roteiro e uma edição ruim. Depardieu (que já fez bobagens) não a salva.
- Santa Paciência (The Infidel): Regular a Bom. Reino Unido, ficção, 2010, de Josh Appignanesi. Divertida e diferente abordagem das tensões entre muçulmanos e judeus, mas fica aquem daquilo que promete. O roteiro poderia ousar mais, mas preferiu a solução fácil.
- O Homem ao Lado (El Hombre de al Lado): Bom a Muito Bom. Argentina, 2009, ficção, de Daniel Aráoz e Mariano Cohn. Cinema argentino volta a arrebatar, com força total, e desta vez ancorado na magistral interpretação de Daniel Aráoz. Uma vizinhança difícil e tensão crescente.
- Chuva (Lluvia): Bom. Argentina, 2008, ficção, de Paula Hernandez. Curiosa estória, um homem e uma mulher, no que parece ser Buenos Aires. Os momentos presente e passado se cruzam, desordenadamente e propositalmente, como que para desorientar o espectador.
- Como Arrasar um Coração (L'arnacoer): Bom. França/Mônaco, 2010, ficção, de Pascal Chaumeil. Comédia sobre um bizarro profissional, que é contratado para seduzir e destruir relacionamentos. Lança mão de antigas estórias do cinema, mas diverte.
- Cinco Dias sem Nora (Cinco Dias sin Nora): Bom. México, 2008, de Mariana Chenillo, ficção. A cômica relação potencializada pelo falecimento da ex-esposa, separada há anos, e seu ex-marido. Roteiro divertido, mas promete mais do que entrega.
- Natimorto: Ruim. Brasil, ficção, 2009, de Paulo Machline. Animado com o que tinha visto no "Cheiro do Ralo", baseado no mesmo Mutarelli, fui verificar "Natimorto". Ruim, chato, e, confesso, não aguentei e pela metade saí do cinema. Mutarelli atua no filme. Uma decepção. Será pela direção, roteiro ou pela obra fonte ?
- O Amor Chega Tarde (Love Comes Lately): Regular a Bom. Alemanha/Áustria/EUA, de Jan Schütte, ficção, 2007. A estória do escritor idoso tem graça, mas roteiro poderia ter imprimido mais ritmo.
- A Minha Versão de Amor (Barney's Version): Regular a Bom. Canadá/Itália, de Richard J.Lewis, ficção, 2010. O bom ator Paul Giamatti, em estória que percorre boa parte da vida adulta de seu personagem. Há muita diversão, mas o ritmo não se sustenta até o final.
- Bróder: Bom a Muito Bom. Ficção, de Jeferson De, Brasil, 2009. Ótimos atores com ótimo desempenho e um roteiro ágil, em uma estória passada em favela da Grande São Paulo. Muita violência e tensão.
- Amor ?: Bom. Brasil, João Jardim, documentário. Atores e atrizes, de forma muito competente, interpretam depoimentos reais, onde sempre há a violência que invade os relacionamentos amorosos. Ciúme, posse e violência transbordam em cada situação. Impressiona.
- Bebês (Bébés): Regular a Bom. Documentário, de Thomas Balmès, França, 2010. Quatro bebês, Namíbia, EUA, Mongólia e Japão, em seu primeiro ano de vida. Diverte, e nos mostra que todos eles, não importa onde nasceram, agem de forma semelhante. Mas o filme se alonga um pouco demais.
- Homens e Deuses (Des Hommes et des Dieux): Regular a Bom. Xavier Beauvois, 2010, França, ficção. Na Argélia pós golpe militar que derrubou partido muçulmano, convento de padres franceses é envolvido na violência que tomou todo o país. Bom elenco, mas roteiro deveria imprimir mais dinamismo.
- Que mais Posso Querer (Cosa Voglio di Più): Bom. Itália/Suíça, 2010, ficção de Silvio Soldini. Uma relação extraconjugal é a linha central do roteiro, com uma evolução tumultuada e realista. A emoção está presente no roteiro.
- Contracorrente (Contracorriente): Bom. Javier Fuentes-León, Peru/Colômbia/França, 2009, ficção. No Peru, em uma pequena vila de pescadores, estória que mistura homossexualismo e sobrenatural, em um roteiro bem montado. Produção simples, mas eficiente.
- Ricky (Ricky): Regular. Ficção, França/Itália, 2009, de François Ozon. Mérito em mostrar casal proletário na França, que é surpreendido por um filho com características, digamos, estranhas. Gente normal, problemas terrenos, exceto o bebê.
- Feliz que minha Mãe Esteja Viva (Je Suis Heureux que ma Mére Soit Vivant): Regular. Ficção - inspirada em uma estória verídica - de Claude Miller a Nathan Miller, França, 2009. Filho adotado procura sua mãe. A estória poderia ser mais bem contada.
- O Retrato de Dorian Gray (Dorian Gray): Regular a Bom. Ficção, Reino Unido, 2011, de Oliver Parker. Refilmagem de um clássico, baseado na obra de Oscar Wilde, faz uma boa reconstituição da época, mas o ator principal, que representa Gray (Ben Branes), não tem o peso que o papel exige.
- Não me Abandone Jamais (Never Let me Go): Regular a Bom. Ficção, Reino Unido/EUA, 2010, de Mark Romanek. Estória curiosa sobre crianças que crescem juntas em orfanato, mas com propósitos que determinam suas vidas adultas. Proposta curiosa, mas que poderia imprimir mais ritmo ao roteiro.
- O Sequestro de um Herói (Rapt): Bom a Muito Bom. Ficção, França, 2009, de Lucas Belvaux. Estória de um tenso sequestro na França, onde a vida do sequestrado, um executivo, é paulatinamente revelada, e cujo desfecho é imprevisível.
- Jogo de Poder (Fair Game): Bom a Muito Bom. Ficção, baseada em história real, de Doug Liman, EUA, 2010. A história de agente da CIA, cuja identidade é revelada por membros do executivo do Governo Bush, durante a invasão do Iraque em 2003, para atingir seu marido, que havia desmentido informações sobre compra de urânio pelo governo de Saddam. Sean Penn (sempre engajado) e Naomi Watts em ótimas atuações. O filme vale pelo histórico desta (entre muitas) atitude covarde do Governo Bush para tentar validar a invasão do Iraque em 2003.
- Cópia Fiel (Copie Conforme): Regular a Ruim. Ficção, França/Itália/Irã, de Abbas Kiarostami, 2010. Por mais que simpatize com Kiarostami, de quem já vi belos filmes, quase fui embora antes de acabar. O roteiro beira o enfadonho e o filme se arrasta em diálogos chatos.
- Em um Mundo Melhor (Haeven): Muito Bom. Suécia/Dinamarca, 2010, de Susanne Bier, ficção. Vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2011, passado entre a África e a Dinamarca, com características do movimento Dogma. Estória onde a violência produz mais violência, em uma infindável espiral.
- Lope: Bom. Brasil/Espanha, de Andrucha Waddington, ficção. Interessante e bem cuidada produção sobre a vida do dramaturgo e do poeta espanhol Lope de Vega. A reprodução da época na Espanha foi bem sucedida. Importante trazer à luz a vida deste curioso e destacado personagem, dramaturgo e poeta com imensa produção, que viveu entre os séculos XVI e XVII.
- Quando Voam as Cegonhas (The Cranes are Flying): Muito Bom. União Soviética, 1957, ficção, direção de Mikhail Kalatozov. Ganhador da Palma de Ouro em Cannes, apresenta belíssimas imagens e enquadramentos, gravado em preto e branco, em estória ambientada na II Guerra Mundial, na União Soviética. Respirava a atmosfera do pós morte de Stalin, após a extrema repressão que caracterizou o período stalinista. Visto em DVD.
- Incêndios (Incendies): Muito Bom. Ficção, Canadá, 2010, de Denis Villeneuve. A violência do Oriente Médio é trazida às telas, com o sectarismo dos grupos religiosos se traduzindo em extrema violência. O espectador identificará o Líbano.
- Trabalho Interno (Inside Job): Muito Bom. Do diretor Charles Ferguson, documentário, EUA, 2010. Ferguson, que já nos havia presenteado com "No End in Sight", o excelente documentário sobre a invasão do Iraque em 2003, traz uma bem estruturada explicação e depoimentos esclarecedores sobre a crise financeira de 2008. Faz revelações que impactam, como um pouco ético relacionamento de instituições acadêmicas (Harvard, Columbia/NY) com o mercado financeiro, e as pífias providências de Obama para regular o setor. Em tempo: a crítica do "O Globo" (A.M.) deve fazer melhor o dever de casa.
- Desconhecido (Unknown): Bom. EUA/Alemanha/Reino Unido/França, 2011, de Jaume Collet-Serra, ficção/suspense. Liam Neeson com muito bom desempenho, em trama ancorada em roteiro que sonegará até o final do filme os detalhes do quebra-cabeça.
- 127 Horas (127 Hours): Regular a Bom. Ficção, baseada em história real, de Danny Boyle, EUA, 2011. A história de superação impressiona, mas o roteiro deixa a desejar. Faltou mais dinamismo...
- Bravura Indômita (True Grit): Bom. Ficção, EUA, 2010, irmãos Coen. Divertida refilmagem do clássico de Western de 1969, com John Wayne. Apresenta ótimas atuações de Jeff Bridges, que já atuara com os Coen, e da menina Hailee Steinfeld.
- O Mesmo Amor, A Mesma Chuva (El Mismo Amor, La misma Lluvia): Bom. Ficção, Argentina, 1999, de Juan José Campanella. Filme visto no festival sobre Ricardo Darin, no Rio de Janeiro, reúne os 02 protagonistas do "Segredo dos seus Olhos", Darin e Soledad Villamil. Acompanha os dois durante os anos 1980 e 1990, em Buenos Aires, com drama e humor. Mas não é o melhor de Darin.
- O Vencedor (The Fighter): Regular a Bom. Ficção, EUA, 2010, David O. Russel. Baseado em história real, possui boas atuações. Mas, para mim, uma história sobre boxe (de que ñ gosto) é um pouco enfadonha.
- O Discurso do Rei (The King's Speech): Muito Bom. Ficção, Reino Unido e Austrália, 2010, de Tom Hooper. É um filme de atores, e eles dão um show nas telas, especialmente o australiano Geoffrey Rush. Ao fundo, a história, em um dos seus mais dramáticos momentos.
- Cisne Negro (Black Swan): Muito Bom. Ficção, EUA, Darren Aronofsky, 2010. Ótimo roteiro, que captura a atenção e mantem a tensão até o último segundo. Natalie Portman apresenta excelente desempenho, o que muito contribui para a tensão e o resultado do filme.
- Lixo Extraordinário: Muito Bom. Documentário, Brasil, 2010, de Lucy Walker, João Jardim e Karen Harley. Retrato do lixão de Gramacho, Rio de Janeiro, onde ação do artista Vik Muniz promove excepcional trabalho, com ótimos resultados para a comunidade de catadores do lixão.
- Um Lugar Qualquer (Somewhere): Fraco a Regular. Ficção, Sofia Coppola, EUA, 2010. Não dá pra entender a comoção nem as indicações que o filme recebeu. A estória é vazia e o roteiro não prende. Deve ser o nome Coppola....
- Inverno da Alma (Winter's Bone): Bom. Ficção, de Debra Grenik, EUA, 2010. Interessante estória, em produção barata, que mostra Estados Unidos pouco conhecido, mesmo sombrio. Ótimos atores.
- Tio Boonmee, que pode recordar suas vidas passadas: Ruim. Espanha/França/Alemanha/Reino Unido/Tailândia, 2010, ficção. Prêmio de melhor filme em Cannes este ano. Deve ser a mania de Cannes de premiar o inusitado. Possui linguagem pessoal, confusa e entediante, talvez clara na cabeça do diretor. Deu vontade de ir embora antes de acabar, mas tentei descobrir até o último minuto o que era. Não descobri !
- Três Homens e uma Noite Fria: Bom. Mika Kaurismäki, Finlândia, 2008, ficção. A surpreendente e quase desconhecida Finlândia nos presenteia novamente com um bom filme. Três homens, já maduros, enfrentam seus medos e dilemas na fria noite do inverno finlandês. Havia perdido quando passou no cinema, e o vi em DVD.
- Além da Vida (Hereafter): Ruim a Regular. Clint Eastwood, EUA, 2010, ficção. Começa bem, bons efeitos, mas depois afunda na pieguice e se perde.
- A Árvore (The Tree): Regular a Bom. Julie Bertucelli, França, 2010, ficção. Interessante roteiro, puxado ao fantástico, com bons atores. Falta algo.
- Trabalho Sujo (Sunshine Cleaning): Regular a Bom. De Christine Jeffs, EUA, 2009, ficção. Graça e simpatia fazem a atração desta estória, de gente que luta com dificuldades para buscar o sonho americano.
- Fora da Lei (Hors la loi): de Bom a Muito Bom. França/Argélia/Alemanha, 2010, ficção de Rachid Bouchareb. Centrado na vida de três irmãos argelinos, de 1925 até os anos 1960, conta algumas passagens interessantes da luta pela independência da Argélia, na qual se envolvem os três. O roteiro é linear, mas prende a atenção e revela o drama e a violência do conflito pela independência.
- Tetro: Fraco a Regular. Ficção, Francis Ford Coppola, Argentina/Itália/Espanha, 2009. Capricha na forma, mas possui um pobre conteúdo, e os atores escolhidos não conseguem salvar a trama. Anos luz da capacidade demonstrada por Coppola em "O Poderoso Chefão" ou "Apocalypse Now".
- 72 Horas (The Next Three Days): Fraco. De Paul Haggis, EUA, 2010, ficção. Refilmagem adaptada de "Pour Elle", de Fred Cavayé, 2008, escorrega, desde o início, para o lugar comum e o pouco crível. Um professor transforma-se em um MacGyver (o personagem de série de TV que possuía habilidade inacreditável) para tirar a esposa da cadeia. Força a mão e entedia.
- Um Homem que Grita (Un Homme qui Crie): Bom. França, Bélgica e Chade, 2010, de Mahamat-Saleh Haroun, ficção. Acompanha a vida de ex-campeão de natação africano, hoje guarda-vidas em um hotel no Chade, país conturbado por guerra civil e interesses externos desde sua independência, na década de 1960. Seu apego à piscina chega à beira da irrealidade, quando tudo à volta desmorona, em mais um episódio de violência naquele país. Aliás, lugar comum na África, continente que reúne uma enorme quantidade de Estados Falidos, como o Chade. Há esperança ?
- O Ciúme Mora ao Lado: Regular a Bom. Não me atrevo a colocar o título em finlandês. Finlândia, 2009, ficção, de Mika Kaurismäk. Divertido, mas sem grandes atrativos. Casal se separando de forma tumultuada, teoricamente buscando agir civilizadamente. Mas é bom ver mais um produto da Finlândia por aqui.
- Machete: Regular. Robert Rodriguez, EUA, 2010, ficção. Famoso por filmes com muita ação, violência e baixo orçamento, começou a trilhar esta linha com seu primeiro longa, o já famoso "El Mariachi" (1992). "Machete" trilha o mesmo caminho, mas sua profusão de violência gratuita e bizarrices, apesar de aspecto nonsense e cômico, me cansou.
- O Garoto de Liverpool (Nowhere Boy): Bom. Ficção, Reino Unido/Canadá, 2009, de Sam Taylor. Apresenta a adolescência de John Lennon, até a formação da sua banda que iria se apresentar em Hamburgo, Alemanha. Traz fatos interessantes sobre a vida do músico e reúne ótima interpretação do ator que atua como John Lennon.
- A Rede Social (The Social Network): Regular a Bom. EUA, 2010, David Fincher, ficção. Baseado no livro "Bilionário por Acaso", conta a história da criação do Facebook. Curioso, mas não empolga, com um roteiro sem surpresas.
- José e Pilar: Bom e Muito Bom. Espanha/Brasil/Portugal, 2010, documentário de Miguel Gonçalves Mendes. Delicioso e simpático documentário que acompanha os últimos anos de Saramago e sua mulher, Pilar. Ele exibe, em uma maratona inacreditável de viagens por todo o mundo, lucidez, energia e inteligência soberbas.
- Um Homem Misterioso (The American): Regular. EUA, ficção, 2010, de Anton Corbijn. Estória acompanha matador profissional (George Clooney) da Suécia à Itália. Simples, econômico na narrativa, mesmo minimalista, mas falta algo pra trazer mais interesse e tensão à narrativa.
- Moscou, Bélgica (Aanrijding in Moscou/ Moscow, Belgium): Bom. Christophe Van Rompaey, Bélgica, 2010, ficção. Interessante filme belga, passado em um bairro de Ghent, na Bélgica, chamado Moscou (daí o nome). Gente com cara de gente e situações não glamorosas, mas reais, auxiliadas por atores em ótimas atuações. Filme de baixo orçamento que me fez lembrar o estilo do "Cyrus", em cartaz.
- Felicidade (Happiness): Bom. Ficção, EUA, 1998, Todd Solondz. Não resisti e vi novamente o filme de Solondz (em DVD), que havia visto na década de 1990. Realmente "A Vida Durante a Guerra" é uma continuação de "Felicidade". O qual é superior à continuação. Vendo-o, entendi melhor a sequência e tive a certeza que "Felicidade" é melhor, mais cáustico e rompe mais decisivamente com a vida suburbana norte-americana. Fico pensando o que teria motivado o diretor Solondz e fazer estes trabalhos.....
- A Vida Durante a Guerra (Life During Wartime): Regular a Bom. Todd Solondz, ficção, EUA, 2010. Quase uma continuação da temática abordada em "Felicidade", do próprio Solondz, possui cenas bizarras e tipos estranhos, mas perde pro roteiro de "Felicidade" na abordagem e no impacto.
- Você Vai Conhecer o Homem dos seus Sonhos (You will meet a tall dark stranger): Bom a Muito Bom. Woody Allen, ficção, EUA, 2010. Nesta comédia mais uma vez ambientada na Inglaterra (Londres), demonstrando maestria no roteiro, Allen brinca com os personagens e os envolve em situações engraçadas e coincidências que os arrastam para consequências nem sempre previstas ou desejadas.
- Cyrus: Bom. Ficção, EUA, 2010, de Mark e Jay Duplass. Produção de baixo orçamento que cativa pela imaginação do roteiro, pelas situações reais e as ótimas atuações de John C. Reilly e Marisa Tomei.
- Minhas Mães e Meu Pai (The Kids Are All Right): Regular a Bom. Ficção, EUA, 2010, de Lisa Cholodenko. Há alguns risos e alguma graça na situação - casal de lésbicas com filhos fruto de inseminação artificial que conhecem o doador. Mas as soluções do roteiro e os personagens são muito "certinhos" e dão poucas densidade e credibilidade à estória.
- Restrepo: Muito Bom. Documentário norte-americano, de Tim Hetherington e Sebastian Junger, 2010. Continuava em Londres e todas as críticas que li a respeito em jornais e revistas foram excelentes. Decidi: tinha que vê-lo e postar minhas impressões sobre o filme !! Valeu, MUITO !! Apresenta o dia a dia de combates, violência e morte de uma unidade do exército dos EUA no vale de Korengal, no Afeganistão, entre 2007 e 2008. Você se sente caminhando com eles, e entende, um pouco, por que a situação não está evoluindo por lá, e por que o Talibã permanece muito forte em extensas regiões do país, especialmente junto ao Paquistão.
- Invonlutary: Bom. Ficção sueca, 2008, direção de Rubens Östlund. Visitava Londres, e segui a dica de vários críticos da TimeOut, além de cumprir com o compromisso de postar por aqui algo que visse na viagem. Várias estórias (05) andam paralelas, mas não se cruzam. Cada pedaço de estória se sucede, no máximo com sete minutos cada. A maioria aborda o bizarro e o equívoco das decisões que levam a consequências não previstas.
- Biutiful: Muito Bom. Ficção Hispano-Mexicana, 2009, de d'Alejandro Gonzàlez Iñárritu. Como prometido, quando visitava Paris, não resisti e assisti a este filme, com Javier Barden mais uma vez em excelente desempenho. A estória acontece em Barcelona, e Barden é um escroque que explora ilegais da China e da África. O cara é muito bom ator !